quinta-feira, março 28, 2024

‘Pantera Negra’: A Importância Social do Filme

Pantera Negra já é um sucesso consolidado. Após quebrar recordes de pré-venda, obter o maior número de críticas positivas do Rotten Tomatoes (mesmo com uma tentativa de boicote por membros da Alt-right e fãs frustrados) e ultrapassar a bilheteria total do maior filme da Direta Concorrência em apenas quatro dias, fica difícil não falar dele nos principais veículos de comunicação. Principalmente quando grandes nomes do mercado de filmes baseados em quadrinhos começam a tecer elogios diariamente.

E por que isso importa tanto?

Bom, vivemos num mundo desigual. Dia após dia vemos filmes e novelas estrelados majoritariamente por brancos em papel de destaque. Ter produções de sucesso como Mulher Maravilha (2017) e Pantera Negra (2018) é incrível porque mostra, pela primeira vez em muitos anos, que Hollywood consegue fazer filmes com mulheres sem serem as coadjuvantes frágeis, e negros sem serem escravos ou pessoas do gueto. É a tal da representatividade.

Recentemente, começaram a surgir posts nas redes sociais tentando diminuir o novo filme da Marvel. Vendido como o primeiro blockbuster de um herói negro, Pantera Negra parece ter despertado uma vontade enorme em algumas pessoas de provar que isso não é verdade. Nessa hora, surgem postagens relembrando alguns personagens dos quadrinhos, a animação do Super Choque e os filmes do Blade (1998 – 2004), Spawn (1997) e Hancock (2008).

Além de mostrar uma falta enorme de coerência na “discussão”, deixa explícita a falta de empatia e até mesmo a ignorância no assunto. Não faz sentido, em pleno 2018, enfiarem quadrinhos em uma argumentação sobre o cinema. São mídias diferentes com alcances diferentes. O mesmo vale pra citação de desenhos animados. Na questão dos filmes, Pantera Negra é sim o primeiro Blockbuster protagonizado por um herói negro. Todos os exemplos citados nesses posts são de Anti-heróis. Personagens de índole questionável que fazem uso de seus poderes para benefício próprio. Sem contar que os três caem no estereótipo de negros vindo da dificuldade. Pantera não, ele mostra uma sociedade funcional de respeito mútuo em que eles não são julgados por sua pele. Não passam dificuldades e tem suas raízes e meio de vida valorizados. É representatividade. Poder se ver em tela e saber que não te vêem só como a faxineira ou o escravo, mas como membro da realeza, como super-herói… Como ser humano.

E cá entre nós, esse tipo de post é muito mesquinho. É tentar diminuir uma coisa que está fazendo sucesso como se fossem os donos inquestionáveis do mercado. Em nível de comparação, é como o Quico (Carlos Villagran) vindo com sua bola de futebol para tentar diminuir a diversão do Chaves (Roberto Bolaños), que brinca tranquilo com uma bolinha de tênis. Não tem nada mais chato que isso.

Se você não se sente representado por Pantera Negra, tudo bem. É seu direito. Mas deixe de olhar para o próprio umbigo e olhe ao seu redor. Há crianças e adultos negros indo orgulhosos aos cinemas para prestigiar a aventura de T’Challa e Cia. Isso é maravilhoso! É para isso que os heróis foram criados, trazer inspiração, esperança. Por favor, não tentem estragar esse momento com egoísmo. Não sejam os vilões dessa história.

Não deixe de assistir:

Wakanda Forever!
Pantera Negra está em exibição nos melhores cinemas.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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