quinta-feira, abril 18, 2024

A Trajetória do Brasil no Oscar

Com cerca de 120 anos de história, o cinema nacional já pôde construir um percurso interessante na maior premiação da indústria cinematográfica

Foi com o compositor Ary Barroso, que o Brasil conseguiu sua primeira entrada nos Prêmios da Academia. Em 1945, o brasileiro conquistou uma indicação de ‘Melhor Canção Original’, pela sua composição ‘Rio de Janeiro’, qual fazia parte da trilha-sonora do filme estadunidense chamado ‘Brasil’ (1944).

Dezoito anos depois o Brasil volta à premiação, com o aclamado ‘Pagador de Promessas’ (1962), indicado a Melhor Filme Estrangeiro. Vencedor do Palma de Ouro, a produção nacional acabou perdendo o Oscar para ‘Sempre aos domingos’, um longa-metragem francês.

Na década de 1990 o cinema brasileiro conseguiu emplacar três produções na categoria melhor filme estrangeiro: ‘O Quatrilho’ (1995), ‘O que é isso, companheiro?’ (1997) e ‘Central do Brasil’ (1998). O último conseguiu emplacar uma nomeação para Fernanda Montenegro, na categoria de melhor atriz principal, e até hoje Fernanda é a única intérprete brasileira a conseguir tal feito.

Dois anos depois o Brasil volta à premiação, em um minifilme narrado por Antônio Fagundes e que conta de forma fictícia as aventuras da infância de Pelé. ‘Uma História de Futebol’ (1998), concorreu à estatueta de melhor curta metragem em 2001.

Cidade de Deus

Em 2004 acontece algo inédito para o Brasil, na maior premiação cinematográfica. Lançado em 2002, ‘Cidade de Deus’ chegou a ser representante do país na edição de 2003 – na categoria melhor filme estrangeiro –, mas acabou não sendo nem pré-indicado.  Ganhando exibições nos cinemas internacionais em 2003, o longa se tornou legível para concorrer ao Oscar no ano seguinte. Assim, ‘Cidade de Deus’ acabou se tornando o filme nacional com o maior número de indicações aos Prêmios da Academia, totalizando 4 nomeações: melhor diretor, melhor roteiro adaptado, melhor edição e melhor fotografia.

Com a animação norte-americana ‘Rio’ (2011), o Brasil ganha novamente representantes na categoria melhor canção original. A música ‘Real in Rio’, composta por Carlinhos Brown e Sergio Mendes, em parceria com Siedah Garrett, disputou a estatueta com ‘Man or Muppet’ de ‘Os Mupppets’ (2011). Em um ano onde só duas canções concorriam, a obra composta pela dupla de brasileiros acabou sendo derrotada.

O Menino e o Mundo

Já em 2016, uma grande surpresa aconteceu, com ‘O Menino e o Mundo’. Sendo oficialmente lançando em 2014, mas chegando aos cinemas internacionais no ano seguinte, a animação brasileira independente conquistou prêmios importantes e emplacou uma indicação ao Oscar de Melhor Animação. E essa é, até o momento, a última indicação oficial do Brasil aos Prêmios da Academia.

Não esquecendo de Carlos Saldanha, o brasileiro que esteve envolvido em produções estrangeiras indicadas aos Prêmios da Academia. Pois ele codirigiu ‘A Era do Gelo’ (Melhor animação, em 2003) e dirigiu ‘A Aventura Perdida de Scrat’ (Melhor Curta Metragem de Animação, 2004).

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PARCERIAS

Nosso país nunca ganhou uma estatueta dourada definitivamente, mas coproduções brasileiras já tiveram esse prazer. Exemplo ‘Orfeu Negro’ (1959), que é um filme baseado em uma peça de Vinicius de Moraes, totalmente falado em português. Uma parceria entre o Brasil, Itália e França, a qual acabou ganhando o Oscar de melhor filme estrangeiro em 1960, mas não se engane, o Oscar foi apenas para os franceses, já que o longa era representante do país.

Vinte e seis anos depois, uma produção brasileira-estadunidense é indicada aos Prêmios da Academia, ‘O Beijo da Mulher Aranha’ (1986). Uma história ambientada no Brasil, com um elenco quase todo brasileiro e que recebeu quatro nomeações ao Oscar, incluindo melhor filme e rendeu uma estatueta de melhor ator para o americano William Hurt.

Em 2005 ‘Diários de Motocicleta’, dirigido por Walter Salles (Central do Brasil), conseguiu emplacar duas nomeações na maior premiação do cinema: melhor roteiro adaptado e melhor canção original – acabou ganhando a segunda citada – pela música ‘Al otro lado del río’. Sendo uma produção dirigida por um brasileiro, o filme foi produzido pelos seguintes países: Argentina, Brasil, Chile, Reino Unido, Peru, Estados Unidos, Alemanha e França.

Já em 2011 é indicado a melhor documentário ‘Lixo Extraordinário’ (2010), que tem como tema o artista plástico brasileiro Vik Muniz, mas é uma indicação cercada de polêmica. Sendo uma produção anglo-brasileira, a Academia só creditou os britânicos Angus Aynsley e Hank Levine, e acabou esquecendo o codiretor brasileiro, João Jardim. Mas o longa acabou perdendo para o documentário, ‘Trabalho Interno’ (2010).

O Sal da Terra

De uma produção da companhia francesa Decia, com colaboração de produtoras do Brasil e da Itália, nasceu ‘O Sal da Terra’ (2014), que mostra a obra de Sebastião Salgado e sua proximidade com ela. Mas no mesmo ano concorria o filme que relatava sobre o vazamento de segredos dos EUA por Edward Snowden, que acabou ganhando a categoria de melhor documentário em 2015.

Vale lembrar que ‘Central do Brasil’ é um filme franco-brasileiro, mas quando foi indicado ao Oscar, estava representando pelo Brasil.

 

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