sexta-feira, março 29, 2024

Atraídos Pelo Crime

 

 


O grande problema dos chamados “filmes de gueto” norteamericanos é serem restritos demais. O assunto dificilmente varia e a falta de identificação com um público maior fora dos EUA faz com que estes filmes tenham bilheterias pouco expressivas fora de lá.

Mas às vezes acontece de algum longa do gênero se destacar, por conseguir desenvolver bem os clichês do seu nicho.

Atraídos Pelo Crime inicia-se de maneira mais que comum: três policiais do Brooklyn – Eddie (Richard Gere, o típico profissional na última missão de sua carreira), Tango (Don Cheadle) e Sal (Ethan Hawke) –, envolvem-se na investigação de um mesmo crime. Cada um tem uma moral que os guia.

O que diferencia este roteiro dos outros do gênero é que os três tipos investigam o mesmo crime, mas praticamente não se encontram durante todo o filme, mas apesar dos motivos diferentes para querer solucionar o caso, o fato é que ambos desejam incessantemente encerrar aquela carreira perigosa e tocar suas vidas. E o filme mostra bem o porquê dessa vontade.

A trama intrincada e bem amarrada prende a atenção do espectador, mas tudo não passaria de boa intenção se os atores não encarassem seus papéis com seriedade, levando o espectador a acreditar nas verdades deles. Ethan Hawke, em especial, tem uma atuação surpreendente, com um personagem rico em nuances e sem pré-julgamentos se o que ele faz é certo ou errado. Não há juízo de valores.

Após um início frio, uma sequência de acontecimentos paralelos e embalados por uma trilha quente e ininterrupta faz a história decolar. As únicas cenas de pouco sentido são as do caso amoroso de Richard Gere, que parecem estar ali apenas para cumprir a obrigação de haver um romance que agrade o público feminino.

A direção de Antoine Fuqua (Dia de Treinamento) é inteligente e a montagem é dinâmica, evitando bocejos e cochilos de tédio ao longo das mais de duas horas de película. Duração que, aliás e ainda assim, poderia ser menor.

Não deixe de assistir:

Atraídos Pelo Crime é cinema de machão-hey-dude-mother-fucker, mas que consegue agradar a uma gama maior de espectadores, por trabalhar bem os seus clichês.

É mais do mesmo com o melhor de sempre.


Crítica por:
Fred Burle (Fred Burle no Cinema)

 

 

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