segunda-feira, abril 15, 2024

‘Corra!’: Diretor revela que filme criou “território comum” para a discussão sobre o racismo

Jordan Peele já se tornou um dos maiores destaques da indústria cinematográfica em 2017, pelo explosivo sucesso de seu primeiro filme como diretor, ‘Corra!’ (Get Out). E nesta quinta-feira (30), ele será homenageado na CinemaCon, com o prêmio de Diretor do Ano.

Mas antes de subir ao palco para receber a honraria diante dos empresários donos de redes de cinema, ele sentou com a revista The Hollywood Reporter e compartilhou a experiência de mudança de rumo profissional que ‘Get Out’ lhe permitiu, além de falar o que o mais novo cult tem a ensinar a Hollywood.

Sobre a lição que ‘Get Out’ traz, Peele falou:

“Eu acho que a lição é: quando você dá às vozes negras uma plataforma e uma oportunidade para contar nossa história, nós contaremos histórias boas assim como qualquer outro. O poder da história e o poder de um filme ou programa de TV bem construído são tudo o que você precisa para se comunicar com as pessoas. Eu creio que Hollywood está pegando isso. Nós estamos no começo de um renascimento, onde as pessoas estão chegando à conclusão de que filmes negros não apenas funcionam nas bilheterias, como também funcionam porque existe um vazio. ‘Get Out’ é revigorante, é original e novo, porque no nível básico tem um protagonista masculino e negro em um filme de terror. Não é errado dizer que a icônica imagem desta produção é o rosto de Daniel com lágrimas escorrendo por suas bochechas. Nós nunca havíamos visto isso antes. Normalmente em filmes de terror – como em ‘A Bruxa de Blair’ – é o rosto de uma garota branca em prantos.

O diretor também comentou sobre a importância de vivenciar ‘Get Out’ dentro dos cinemas, principalmente pelo fato do terror ter levado às salas quase a mesma quantidade de pessoas brancas e negras (35% brancos e 38% negros):

“É tão importante. Eu creio que uma das razões de ‘Get Out’ ter falado com os juízes da CinemaCon é porque aquela experiência é o objetivo do filme em muitas formas. Digamos que metade da audiência é negra e a outra é branca. Durante a primeira metade do filme, é nítido que os dois grupos estão tendo experiências levemente diferentes. Já na segunda metade, todos estão torcendo para o mesmo personagem, o mesmo cara negro. Isso cria um território comum para uma discussão sobre racismo”.

Ainda falando sobre a experiência dentro dos cinemas, Jordan Peele admitiu que parte do momentum deixa de ser sentido pela audiência, quando o filme é assistido em um contexto menor, sem a presença do mesmo grande público que os cinemas permitem:

“Há algo transformador se você é um negro(a) torcendo em um cinema e ao se virar para o lado você vê um branco(a) torcendo pela mesma coisa que você. Nós ainda não havíamos permitido que a perspectiva negra fosse a protagonista de um filme como este em um senso moderno”.

Peele também aproveitou a ocasião para revelar que está deixando – definitivamente – o gênero cômico. Famoso por sua interpretação do ex-presidente Barack Obama e por sua consagrada série de comédia de sketches, ‘Key and Peele’, ator e agora cineasta afirmou que vai dedicar-se exclusivamente à escrita e direção, além de revelar que várias propostas passaram a surgir desde o sucesso de ‘Get Out’. Sem pressa para escolher seu próximo projeto, ele concluiu dizendo que continuar dirigindo seus próprios roteiros também.

Crítica | Get Out – Um dos filmes de terror mais ANGUSTIANTES da década 

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