sexta-feira, abril 19, 2024

Crítica 2 | Boyhood – Da Infância à Juventude

O diretor americano Richard Linklater é mais conhecido pela trilogia Antes do Amanhecer – Antes do Pôr-do-Sol – Antes da Meia-Noite, e seus outros filmes nunca chamaram tanta atenção. Linklater tem a chance de entrar para a história do cinema com um projeto único: filmar 12 anos da vida de um menino, e acompanhar as transformações dele e do mundo a sua volta. O projeto virou mesmo um longa, que vem sendo um dos mais aclamados pelos festivais de cinema deste ano, e que deu ao cineasta o Urso de Prata de direção em Berlim. Finalmente, no próximo dia 30, a tal produção que levou mais de uma década para ficar pronta chega às telonas. E prepare-se para ver um filme que vai marcar a sua vida para sempre: Boyhood – da infância à adolescência.

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A simplicidade da história é o que mais agrada no filme: acompanhamos o pequeno Mason (Ellar Coltrane, uma revelação) desde seus 7 anos, quando ele é um menino como outro qualquer. Ao longo dos 160 minutos de filme, vamos compartilhando da vida do garoto, filho de pais separados. A relação com a mãe (a ótima Patricia Arquette), o pai (o também ótimo Ethan Hawke), e com a irmã Samantha (Lorelei Linklater, filha do diretor) vai se modificando a medida que Mason cresce. Todas as pequenas transformações cotidianas estão lá: a separação dos pais, os novos casamentos de ambos, as brigas com a irmã, os amores, as decepções, as indecisões, os amigos, o colégio e, por fim, a faculdade. São 12 anos na vida do menino, que cresce diante dos olhos do público. Um crescimento real, já que o filme foi rodado apenas uma semana por ano, ao longo de 12 anos – sim, a história termina quando Mason tem 19 anos.

O que poderia ser uma trama arrastada ganha ritmo com a montagem perfeita, que faz com que a passagem de tempo não seja sentida. Não existe ‘buraco’ no roteiro, e percebemos claramente a mudança de ano. Tudo ao redor de Manson também muda, desde as músicas até as roupas. E, ainda que o filme seja longo, o espectador não percebe e embarca na história do menino como se ele fosse um amigo. Aos poucos compartilhamos de seus desejos e frustrações, e torcemos para que ele faça isso ou aquilo. Um processo de intimidade entre público e personagem raramente visto no cinema.

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Boyhood tem como grande mérito a ousadia de Linklater, por acreditar em contar uma história mostrando a maturidade real de seus personagens – e consequentemente o envelhecimento deles. Uma obra para ser vista com todo o carinho, por sua sensibilidade de apresentar o quando mudamos, mas nem sempre percebemos. E quando olhamos para o pequeno Manson virando um rapaz, percebemos que as mudanças mais sutis são as mais profundas.

 

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