Crítica | A Jovem Rainha

A coragem e a determinação constituem a força motivadora do desenvolvimento. Contando a história real da determinada e polêmica rainha da Suécia, no Século XVII, Cristina I, o diretor finlandês Mika Kaurismäki (do ótimo O Ciúme Mora ao Lado) traz para a telona uma recriação desse impactante momento da história mundial focando não só na personalidade extremamente forte da protagonista mas também dando boa ênfase a direcionamentos religiosos que contornaram vários reinos nos séculos passados e sua curiosa amizade com pensadores da época como René Descartes. Protagonizado pela ótima atriz sueca Malin Buska e com os ótimos coadjuvantes Sarah Gadon e Michael Nyqvist, o filme se caracteriza também por ser uma boa aula de história vista na telona, mesmo sendo apenas um recorte de um tempo cheio de conflitos de pensamentos.

Na trama, conhecemos a determinada Cristina I (Malin Buska), que é coroada rainha da Suécia, para o desgosto de muitas pessoas pelo fato de ser mulher. Cristina era a única filha legítima do rei Gustavo Adolfo da Suécia e da sua esposa, a princesa Maria Leonor de Brandemburgo. Sendo criada com aulas de espadas e leitora assídua de grandes clássicos da humanidade, sucedeu seu pai no trono da Suécia com apenas seis anos de idade, sendo coroada quando chega a maioridade, logo depois do até então rei ser morto na Batalha de Lützen. Cristina pensa diferente de muitos influentes do seu reino, como o Chanceler Axel Oxenstierna (Michael Nyqvist), e tem gigantescos planos para dar um verdadeiro fim na famosa Guerra dos 30 anos e desenvolver a cultura na Suécia, o que acaba deixando a Rainha em evidência e com muitos inimigos em seu próprio lar. A situação piora quando acaba se apaixonando por uma mulher, a Condessa Ebba Sparre (Sarah Gadon).

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O primeiro arco é composto de um andamento corrido, explicando com peças soltas como a protagonista assumiu seu trono após a morte de seu pai. Após essa breve explicação, que talvez precise de mais referências para quem se interessar por essa história, o filme foca nas principais ações da Rainha esquecendo um pouco de sua personalidade que são marcadas de alguma forma nos intensos diálogos que possui com seus conhecidos ao longo dos 105 minutos de projeção. Sua paixão pela condessa Ebba Sparre, questão de discórdia no seu reino e na Europa como um todo nos séculos passados, acaba ganhando contornos novelescos mas que de alguma forma, também, consegue explicar as angústias e determinações em suas escolhas.

Uma das figuras mais influentes na política europeia do século XVII, feminista que estava adiante de seu tempo e procurou viver como pensava, Cristina I, tinha suas próprias linhas no ato de pensar. O filme foca nisso principalmente quando apresenta suas agradáveis leituras e amigos pensadores como Rene Descartes (Patrick Bauchau) que chega a visitá-la e orientá-la sobre algumas de suas posições. Talvez a mais polêmica de suas atitudes, sendo filha de um protestante ferrenho, causou um escândalo na comunidade sueca quando abdicou de seu trono convertendo-se ao Catolicismo em meados de 1600, o filme em seu terço final se desenrola para mostrar esse ato que ficou marcado na história europeia.

A Jovem Rainha pode ser visto com muitos como uma grande aula de história, com seu ar épico e com grandes destaques em seu elenco. Poderia ter um andamento mais profundo mas não deixa de ser um bom filme.

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