sexta-feira, abril 19, 2024

Crítica | Alice Através do Espelho

Quando a Walt Disney Píctures lançou ‘Alice no País das Maravilhas‘ em 2010, uma nova fase da empresa surgiu. Antes da adaptação de Tim Burton, o estúdio estava passando por uma espécie de crise existencial.

Com poucas exceções, como ‘Encantada‘ (2007) e a franquia ‘Piratas do Caribe‘, os longas cinematográficos se resumiam a produtos originados da TV, como ‘Hannah Montana‘ e ‘High School Musical‘, animações questionáveis como ‘Selvagem‘ e filmes de gosto duvidoso envolvendo cachorros e outros animais domésticos.

Não que tudo que foi produzido após o live-action de ‘Alice‘ seja maravilhoso, mas, o sucesso estrondoso do longa parece ter aberto os olhos do estúdio para voltar a apostar naquilo que sempre gerou dinheiro e enchia seus cofres: Contos de Fada.

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Apesar das inúmeras críticas ao trabalho de Tim Burton no filme, principalmente dos fãs mais fervorosos da menina que vai parar no País das Maravilhas, é inquestionável o fato de que esse foi o longa que mostrou que ainda é possível fazer dinheiro com histórias clássicas.

Agora, seis anos depois e com mais sucessos como ‘Malévola‘, ‘Cinderela‘ e o recente ‘Mogli – O Menino Lobo‘, o estúdio retorna à clássica personagem que fez com que todos os outros pudessem ganhar uma nova cara no cinema.

Alice: Através do Espelho‘, assim como seu antecessor, tem pouquíssimas referências do livro. Nessa nova história, a protagonista deverá correr contra o tempo (literalmente contra O Tempo) para descobrir o que aconteceu com a família do Chapeleiro Maluco. Enquanto isso, no mundo “real”, Alice enfrenta problemas familiares e uma sociedade opressora que acredita que o fato dela ser uma mulher a torna incapaz de comandar os negócios de seu pai.

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Se no primeiro longa tivemos Tim Burton assumindo a direção e dividindo opiniões sobre seu trabalho com o clássico de Lewis Carroll, dessa vez temos James Bobin (‘Os Muppets’) – que tem um estilo completamente diferente. Se o País das Maravilhas ganhou cor e esquisitices com Burton, com Bobin ele também ganhou ritmo e dinamismo e esse é um dos maiores trunfos do filme.

Não deixe de assistir:

Com uma abordagem bem mais pop do que a de Burton, Bobin mostra que sabe fazer um bom longa de aventura fantástica. E o roteiro de Linda Woolverton, que também teve seu trabalho em ‘Malévola‘ e ‘Alice no País das Maravilhas‘ dividindo opiniões, se mostra um pouco mais certeira nessa nova obra.

A dupla diretor-roteirista conseguem apresentar um filme que, ao mesmo tempo que traz questionamentos interessantes sobre o tempo e em uma dose pequena, o papel da mulher na sociedade, também diverte, entretêm e se mostra muito mais dinâmico que seu antecessor.

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O universo colorido e maluco criado por Tim Burton ainda está lá, ainda é possível encher os olhos com as belas imagens que o longa proporciona e todos os personagens apresentados ao público também se mantém fieis, até porque Burton continua na produção do filme, o que acontece é uma mudança de tom.

James Bobin parece combinar muito mais com o universo de Lewis Carroll do que o diretor anterior.

Outro ponto positivo nessa sequência é a atuação de Mia Wasikowska, que parece ter aprendido muito desde 2010 e entrega uma Alice com mais personalidade e muito mais carisma do que vimos anteriormente. Helena Bonham Carter aparece fantástica no papel da Rainha Vermelha e é uma das melhores coisas do longa. Johnny Depp apresenta um Chapeleiro Maluco mais humanizado e com uma carga dramática que, a princípio, pode causar estranhamento, mas que se faz necessário dentro da proposta do roteiro. Sacha Baron Cohen também está muito bem no seu papel como Tempo e, em contrapartida Anne Hathaway parece não saber direito o que fazer com sua personagem e acaba entregando uma Rainha Branca morna e sem muita vida.

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Apesar do roteiro não ser lá grandes coisas, ‘Alice Através do Espelho‘ é redondo, divertido e funciona como um filme de aventura fantástica. Diferente daquele dirigido por Tim Burton, esse é muito mais agradável de ser assistido.

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