quinta-feira, abril 18, 2024

Crítica | American Ultra: Armados e Alucinados

Clichês, clichês e mais clichês. Clichês por toda a parte. Eu não me incomodo quando um filme que utilize tantos clichês, vá por um caminho onde percebo que aquelas fórmulas estão sendo bem encaixadas para se contar uma boa história. Mas não é o que acontece com “American Ultra”, que acaba entregando uma trama dramaticamente melosa e com cenas de ação altamente saturadas.

Escrito por Max Landis (filho do veterano diretor John Landis), que já havia escrito o competente “Poder Sem Limites” – um filme onde habilidades paranormais são bem utilizados num roteiro envolvente -, acaba tropeçando em uma sinopse que lembra uma mistura de Jason Bourne com Segurando as Pontas, sem a energia do primeiro e tampouco a graça do segundo. Pois as firulas que o roteiro vai apresentando aos poucos, não cativam em nenhum momento. E isso se agrava com uma dupla que não fornece o mínimo de carisma; ainda que Jesse Eisenberg e Kristen Stewart possam ter alguma química. Mas ainda é uma química fortemente apática.

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Por outro lado, temos atores bacanas como Connie Britton, Walter Goggins, John Leguizamo e Bill Pullman (numa rápida participação), mas que são desperdiçados em personagens tragicamente formulaicos. Mas nenhum, talvez, seja pior que Topher Grace, ou o seu irritante e vilanesco personagem: um burocrata almofadinha que faz questão de mostrar arrogância e covardia em cada cena que aparece. E que, por sinal, tem um final ainda mais sem graça que o próprio filme.

Numa direção equivocada do iraniano Nima Nourizadeh, que preferiu trilhar mais pelo drama transformando “American Ultra” em uma pieguice sem fim – talvez, ele mesmo estivesse perdido no fraco roteiro de Landis -, o filme comete justamente seu maior erro em não ter focado num viés mais bem humorado e perdendo a chance de ter sido uma paródia mais feliz de filmes onde agentes desmemoriados voltam à ativa acidentalmente, já que o trailer e até o cartaz nos faz pensar que uma divertida comédia seria apresentada. Mas o melodrama desnecessário e até novelesco, cria uma obra banal e fortemente dispensável, onde até mesmo a “surpreendente” revelação da personagem de Stewart, que era pra ser uma reviravolta, nos faz ter mais certeza de que estamos diante de um folhetim mexicano.

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PS: Talvez, American Ultra só ganhe uma estrelinha pela atuação divertidamente “over” do ótimo Walter Goggins e do desenho do Macaco Apolo, que ironicamente, teria sido mais legal assistir do que o próprio filme.

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