quinta-feira, abril 25, 2024

Crítica | Cinquenta Tons Mais Escuros

Dois anos após o bem sucedido lançamento de ‘Cinquenta Tons de Cinza‘, que arrecadou inacreditáveis US$ 571 milhões mundialmente, chega aos cinemas a segunda parte da trilogia baseada nos livros da autora E. L. James (pseudônimo literário de Erika Mitchell).

Não é muito difícil entender o fenômeno que se tornou a franquia. A trama é focada em uma garota virgem sem muitas ambições, que conhece um homem rico e poderoso, que se apaixona por ela – em meio a tantas outras possibilidades melhores. Ela se vê em um mundo encantador, cheio de helicópteros e computadores Apple, carros importados e roupas chiques. A clássica história da Cinderela, atualizada com uma versão mais “sacana”. Literalmente˜

Em ‘Cinquenta Tons mais Escuros‘, quando o ferido Christian Grey (Jamie Dornan) tenta seduzir a cautelosa Ana Steele (Dakota Johnson) e trazê-la de volta para sua vida, ela exige um novo acordo antes de dar uma nova chance a ele. Enquanto os dois começam a construir um relacionamento baseado em confiança e estabilidade, figuras sombrias do passado de Christian começam a rodear o casal, determinadas a destruir todas as suas esperanças de um futuro juntos.

Enquanto o primeiro filme apresentava os personagens de maneira bem sucedida em meio a cenas calientes, essa sequência desconstrói os protagonistas enquanto aprofunda no passado de Grey e na indecisão da Steele. Não tem aventura, nem sexo, muito menos diversão.

Dakota Johnson, que entregava uma atuação acima da média no primeiro filme, aqui parece estar dopada o tempo todo – sua cara de sonsa e voz suave não combina mais com a personagem, e a falta de expressão da atriz nos faz sentir saudades da Bella Swan, de ‘Crepúsculo‘.

Ao longo do filme, é interessante analisar que Anastasia parece ser mais problemática que o próprio Grey: em uma cena ela diz que não gosta de apanhar, para logo na seguinte pedir para ser espancada. Depois ela diz que não gosta de sadomasoquismo, para pedir minutos depois que ele a leve para o quarto vermelho. Ou seja, ela provavelmente é bipolar.

Dornan está mais bem à vontade aqui, no papel do galanteador Grey. Apesar de não parecer fisicamente com o personagem no livro, ele consegue seduzir a protagonista e a plateia.

Não deixe de assistir:

Kim Basinger, grande protagonista dos filmes de suspense erótico dos anos 90, está meia perdida em uma participação especial pra lá de embaraçosa.

Se a produção começa bem com uma bela sequência embalada por The Scientist, agora cantada por Corinne Bailey Rae, não demora muito para as coisas ficarem totalmente monótonas. Entre uma rapidinha e outra, NADA acontece e o roteiro falha em prender a atenção do espectador. Muitos diálogos desconexos, cenas dos protagonistas andando enquanto uma música bonita toca… um tédio só.

A culpa do fiasco recai sobre as mãos do diretor James Foley – responsável por alguns episódios da série ‘House of Cards‘ – que substitui Sam Taylor-Johnson, diretora do primeiro.

Foley não possui tato para dirigir as cenas mais dramáticas, e sempre que algo emocionante deveria acontecer, gerava risos involuntários da platéia.

Vendido como um thriller psicológico, ‘Cinquenta Tons Mais Escuros‘ decepciona ao entregar um romance mundano, sem grandes aspirações ou um enredo bem delineado. As únicas cenas de suspense são aquelas que podemos ver no trailer, o que vai gerar um grande desconforto para aqueles que forem aos cinemas procurando por uma produção emocionante. Mais um caso de um filme que foi vendido erroneamente no seu marketing.

O filme vale pela maravilhosa trilha sonora e para que os fãs conheçam mais um pouco sobre o passado de Grey.

No mais, ‘Cinquenta Tons Mais Escuros‘ é bem sucedido naquilo que ‘Cinquenta Tons de Preto‘ falhou: ser uma paródia engraçada de ‘Cinquenta Tons de Cinza‘. Quer assistir um romance excitante? Recorra para a sempre boa ‘Emmanuelle‘.

Assista a crítica em vídeo:

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