quinta-feira, março 28, 2024

Crítica | Colheita Maldita: Runaway – Uma boa tentativa, mas não consegue salvar a safra

A franquia ‘Colheita Maldita‘ caiu em uma espécie de maldição muito parecida com a da criatura em ‘Olhos Famintos‘; a cada tantos anos, uma nova sequência tem que ser produzida às pressas para que a Dimension Films não perca os direitos da propriedade. E é exatamente por este motivo que ‘Children of the Corn: Runaway‘ foi lançado. Quem acompanhou as últimas sequências, sabe exatamente o que deve esperar. Mas, será que existe algo que possa ser salvo neste décimo capítulo da franquia?

Na trama, depois de descobrir que está grávida, Ruth coloca fogo na colheita maldita, deixando Aquele que Anda por Trás das Fileiras e o culto das crianças assassinas para trás. Mais de uma década depois, ela tenta sobreviver com o seu filho, Aaron, nunca permanecendo no mesmo lugar por muito tempo. Quando Ruth começa a se erguer e tenta construir um lar para o seu filho em uma pequena cidade rural, coisas estranhas começam a acontecer. Logo, Ruth passa a acreditar que o mal a seguiu, e não deixará nem ela, nem seu filho, escaparem novamente…

Ao contrário das últimas sequências, que levaram suas tramas para complicadas, desnecessárias e absurdas mitologias, ‘Runaway‘ volta às raízes dos primeiros filmes, conseguindo resgatar várias conexões com a trama original. Muitos acreditam que este filme é uma sequência direta do remake produzido direto para a TV em 2009, mas a timeline da franquia sempre foi uma bagunça, então é difícil saber exatamente em qual ponto este novo filme se encaixa. Mas parece claro que ele ignora vários dos absurdos que vimos ao longo da franquia, tentando capturar o espírito do material que se baseou no conto de Stephen King.

Notavelmente, esta sequência consegue ser bem melhor do que as últimas que foram lançadas. A trama principal é envolvente, e o roteiro constrói bem essa relação entre mãe e filho – pelo menos até certo ponto. Nós nos importamos com eles, o que é mais do que podemos falar sobre quase toda sequência desta franquia. São as performances sólidas dos atores principais, Marci Miller e Jake Ryan Scott, que ajudam a vender o enredo. Apesar disso, o roteiro é limitado e não consegue se sustentar por muito tempo, o que compromete não só o ritmo da história, como também o nosso interesse por ela.

Os elementos de terror parecem ter sido inseridos depois que o filme já havia terminado de gravar. São completamente deslocados, e não apresentam qualquer consequência no desenvolvimento da história até o seu inevitável desfecho. Apesar de algumas cenas de violência terem sido filmadas de forma competente, elas não conseguem se justificar. No final das contas, são cenas gratuitas que servem apenas para lembrar o espectador que ele deveria estar assistindo um filme de terror. O roteiro funcionaria bem melhor como um drama familiar sobre mãe e filho tentando se adaptar em uma cidade rural cheia de preconceitos depois de terem escapado de um culto, do que uma trama cheia de mortes insípidas.

A impressão que fica é que, se retirássemos todos os elementos envolvendo a franquia ‘Colheita Maldita‘, o resultado final do filme não mudaria muito em si. É necessário destacar, porém, que o diretor John Gulager (‘Banquete no Inferno‘) conseguiu fazer o melhor com todas as limitações que tinha. Considerando o seu orçamento minúsculo e o descaso da Dimension Films, Gulager conseguiu fazer ‘Children of the Corn: Runaway‘ parecer muito mais caro do que realmente é. Tirando alguns enquadramentos estranhos, o filme é muito bem filmado. No final das contas, quase dá para ver o teria sido se este filme tivesse um pouco mais investimento e um roteiro mais polido. Apesar de não ser exatamente um bom filme, ‘Runaway‘ consegue ser bem melhor do que lhe foi dado o direito de ser. E isso merece algum reconhecimento.

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