quinta-feira, março 28, 2024

Crítica | Dois Dias, Uma Noite

E pensar que nesta noite na Terra, milhares de pessoas se sentem sozinhas, assim como eu. Estimado em cerca de 7 Milhões de Euros, o novo trabalho dos geniais cineastas belgas Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne, é uma história angustiante de luta e constrangimentos em busca da manutenção de um emprego. Estrelado pela magnífica Marion Cotillard (o filme não seria o mesmo sem ela), Dois Dias, Uma Noite é uma fábula urbana que deve gerar todos os tipos de reações do público já que torcemos pela personagem principal a todo instante. Mais um trabalho impecável da nossa eterna Piaf.

Na trama, somos apresentados a Sandra (Marion Cotillard), uma mulher com grave crise de depressão que tem uma única chance de convencer seus colegas de trabalho a abdicar um bônus de 1000 Euros para ela ser mantida no trabalho. Assim, percorrendo os seus dramas e a de todos os outros colegas de trabalho, parte em busca de uma redenção que pode não ser necessariamente a manutenção de seu emprego.

Sandra navega nas dores dos outros personagens. Indo de porta em porta na busca de um final feliz para sua saga. Pagamento do colégio, recomeço com novo noivo, pagamentos de despesas básicas como luz e gás, os motivos são inúmeros. Cada personagem possui seu drama mas nenhum deles é maior que o de Sandra que topa uma luta desesperada para manter seu emprego. Uma humilhação, o resgate de uma força além dos seus próprios limites físicos e mentais para chegar em uma certa coragem necessária.

Seu marido a ajuda viver essas intermináveis horas antes da nova votação. A partir disso, problemas e dúvidas sobre o casamento acabam sendo atraídos e verdades tiradas de debaixo do tapete. É uma situação incômoda e um caminho extremamente solitário. Ter seu destino nas mãos dos outros é algo que ninguém gostaria de pensar.

Uma das melhores atrizes do mundo, a musa francesa Marion Cotillard, enche a tela de emoção. Impressiona tamanha verdade que ela passa com o seu desnorteado olhar. Somos reféns da dor e do sofrimento de sua personagem. Cotillard merecidamente foi indicada a mais um Oscar, por essa baita atuação.

Com uma Europa em crise nos tempos atuais, o grande mérito dos irmãos Dardenne é trazer à tona essa história que beira ao absurdo mas que pode realmente acontecer a todos nós e de diversas formas algum dia.

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