quarta-feira, abril 24, 2024

Crítica | ‘Game Of Thrones’ – 6ª Temporada (10º Episódio)

UM FINAL IRRETOCÁVEL

 

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A melhor forma de pensar este 10º episódio é discutindo a 6ª temporada como um todo. Sabem qual é o problema de escrever resenhas de uma série episódio por episódio? A falta do final; sempre resenhamos no escuro. Quem acompanhou minhas resenhas da 5ª temporada e desta 6ª temporada poderá encontrar várias passagens nas quais falo de pontos negativos. Considerei a 5ª temporada a mais fraca até hoje, e estava achando a 6ª temporada melhor que a anterior, mas não superior às demais. Isso, até hoje. Porque este 10º episódio encerra de uma forma que faz desta 6ª temporada uma das mais significativas – quiçá a mais significativa – de Game Of Thrones – GoT. Se é a mais perfeita, precisaria rever a série toda; se é a que mais agradou, isso fica ao gosto de cada um. O que é difícil negar é a importância desta 6ª temporada. Foi a temporada que resolveu muitas coisas! Assim, vamos falar deste 10º episódio relendo a 6ª (e 5ª) temporada(s).

Observando a 6ª temporada completa, a impressão que fica é dela ter cumprido três grandes funções: redimiu a 5ª temporada inteira, ao dar sentido para ela; colocou GoT rumo ao seu desfecho, resolvendo várias tramas; e fez de Jon Snow (Kit Harington) um dos protagonistas da série.

Muitas coisas que parecia sem sentido ou mesmo tempo morto na 5ª temporada, e mesmo nesta 6ª, ganharam significado. Ganhei um estímulo para rever a temporada anterior. Se o 10ª episódio deu um sentido todo especial para a 6ª temporada, esta temporada deixou em mim a impressão de que a 5ª temporada foi um prólogo para a sexta. Se isto não redime os erros, faz deles bem menores. O caso mais emblemático é do Alto Pardal (Jonathan Pryce).

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O plot do Pardal sempre apareceu um tanto sem rumo. Do ponto de vista da narrativa, não ficava claro qual seria a função dele para o todo da série. Cheguei a cogitar que sua função era ser o instrumento da queda de Cersei (Lena Headey) e ascensão dos Tyrell. Errei feio! O final de Cersei sentando no trono de ferro faz dos acontecimentos das duas últimas temporadas uma espécie de purgatória para a personagem, enquanto o terreno era preparado para ela assumir a coroa – quase um golpe de estado. Um desfecho bem surpreendente, especialmente considerando que a profecia diz que Cersei irá morrer. Aguardemos.

A parte inicial deste 10ª episódio foi impressionante. A música impunha mais um drama fúnebre do que um suspense com consequências explosivas. Com o avanço da sequência, os eventos aumentavam o suspense e as mudanças de tons da melodia apenas reforçavam o que estava na tela. Nenhuma cena, porém, foi tão impactante quanto o silencioso e seco suicídio de Tommen (Dean-Charles Chapman), cortado pela voz de Walder Frey (David Bradley) saudando os Lennister, em uma feliz ponte sonora. A reação de Cersei diante do corpo do filho é ambígua. Seria loucura? Ela estava apenas conformada, por conta da profecia? Ou foi erro de roteiro? – afinal, Cersei sempre amou os filhos.

Por falar em Walder Frey, um plot desta 6ª temporada que parecia pura encheção de linguiça foi o cerco à Correrrio. Tanto o cerco quanto o reaparecimento dos Freys serviu apenas para vermos Arya (Maisie Williams) vingando-se pelo casamento vermelho. Ficaria disfuncional os Freys reaparecerem sem mais nem porquê no último episódio.

Não deixe de assistir:

Reclamei horrores de Arya na temporada passada. Horas mortas sem razão! Sabíamos, em tese, que ela estava se preparando para sua vingança. Mas, foi algo tão arrastado, que gerou desinteresse. Aí, em uma única cena, deixamos de teorizar e sentimos na veia a vingança de Arya. Finalmente, reencontramos a Arya forte que aprendemos a amar.

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São dois exemplos marcantes de como o 10º episódio – e a temporada de forma geral – amarrou melhor a trama da série. Ainda há falhas e mesmo esta 6ª temporada não foi a perfeitinha; exemplo, no 9º episódio, o blá-blá-blá de Melisandre (Carice van Houten) sobre uma possível morte em combate de Jon Snow foi ridículo, uma tentativa covarde dos roteiristas enganarem um espectador menos experiente.

Para além de corrigir erros, esta temporada, especialmente o 10ª episódio, resolveu várias tramas e colocou a história para frente. O mais emblemático foi Daenerys (Emilia Clarke) finalmente indo pro pau. Muita coisa indicava que essa hora estava chegando. Neste ponto, os roteiristas foram sábios, aglutinando várias tramas – algumas à deriva – em torno de Dany. Esse desfecho justifica o resgate nesta temporada de um núcleo como o das ilhas de Ferro e dá alguma razão de ser para Dorne.

Em um episódio tão bom – o melhor 10ª episódio da série até aqui – é difícil contar nos dedos os melhores momentos. Há um, porém, que já entrou na categoria dos memoráveis. O combo revelação da linhagem de Jon Snow e sua consagração como Rei do Norte. Se a visão de Bran (Isaac Hempstead Wright) não permitiu que escutássemos a conversa entre Lyanna e Ned, a revelação do segredo se deu de forma unicamente visual com um close do bebe e outro belo close no rosto de Jon. Dois planos simples que o consagraram como um dos personagens mais importantes da saga.

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A sua aclamação como Rei do Norte – junto com o belo discurso da Lyanna Mormont (Bella Ramsey) <3 – foi na verdade fogos de artifício comemorando o maior feito desta temporada: fazer de Jon Stark Targaryen um mito dentro da narrativa das Canções de Gelo e Fogo. Em uma primeira leitura, poderíamos dizer que Titio Martin utilizou em sua narrativa a estratégia usada pelo diretor Alfred Hitchcock nos cinema, de apresentar um falso protagonista que sairá de cena para dar espaço ao real protagonista. Até por ser uma série (de livros ou televisiva), mais extensa do que um filme, podemos extrair três interpretação sobre o que é GoT.

A primeira interpretação é GoT como a narrativa sobre Jon Snow, que seria ao poucos revelada em meio à guerra dos tronos, como verdadeiro herói da saga, síntese do gelo e do fogo, capaz de enfrentar os perigos que chegam com o inverno. Em uma segunda leitura, GoT é a saga da família Stark, dissolvida após a morte de seu patriarca, que aos poucos vai se reconstruindo em meio às lutas dos homens e os mortos vivos trazidos pelos ventos do inverno – aqui, GoT ainda seria sobre a queda da poderosa família Lannister.

Gosto muito de ver a série como a narrativa da família Stark. Porém, espero que o final demonstre que a série é também a saga de uma heroína. Se a morte e ressurreição consagrou Jon Snow como um mito de Westeros, a imagem final deste 10º episódio, com a inacreditável frota da mãe dos dragões, apenas cofirmaram a potência de Daenerys. E aqui deixo minha terceira leitura: GoT como a saga de Jon e Daenerys que, superando a guerra dos homens, unem o gelo e o fogo, formando a canção que irá iluminar a longa noite!

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Comentários Avulsos:

– Muita emoção ao rever Winterfell na abertura com o símbolo dos Stark;

– Ao contrário da crítica de algumas feministas mais radicais, de que a série é machista, esta temporada coloca as mulheres na liderança da guerra dos tornos;

– Cersei e Jaime (Nikolaj Coaster-Waldau) prometem confrontos doloros na próxima temporada;

– Apesar do anunciado, acho que a próxima temporada acabará tendo 10 episódios.

– Ou Jon Sow é o Azor Ahai ou o Azor Ahai é a junção de Jon e Daenerys. Será que essa aposta eu acerto?! Rsrsrs.

– O que resta em GoT: luta pelo trono e luta contra o Rei da Noite. Os roteiristas podem fazer tudo correr ao mesmo tempo, ao longo de duas temporadas; ou concentrar a luta pelo trono na próxima temporada e a luta contra o Rei da Noite na temporada final. Quem sabe, a proximidade da ameaça vinda além da Muralha sirva como elemento estabilizador da coroa em Westeros.

E, aí, o que achou do episódio? Ficou emocionado com a abertura? O que mais gostou? Qual foi sua maior surpresa? Foi a melhor temporada de todas, ou não? Também vai fazer fanpage para Lyanna Mormont? Vamos, comente, compartilhe e curta nossas redes sociais:

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