terça-feira, março 19, 2024

Crítica | Histórias de Amor que Não Pertencem a este Mundo – Bom drama italiano sobre relações

A difícil arte de se relacionar

Muito se fala sobre feminismo e empoderamento da mulher hoje. Bem, essa luta é antiga, mas parece ter atingido um novo patamar, como um marco nesta sociedade moderna, o que é maravilhoso. No cinema, o mesmo acontece, mas ainda existe muito a ser conquistado. Num indústria dominada por homens, como Hollywood, mais ainda. Fora dos EUA, outros países também almejam esta inclusão de mercado, e a Itália é um deles. Podemos dizer que Histórias de Amor que não Pertencem a este Mundo serve bem à causa.

Escrito por um trio de mulheres, Francesca Manieri, Laura Paolucci e Francesca Comencini, e dirigido pela última (Gomorra: A Série), Histórias de Amor – que fez seu debute em agosto no Festival de Locarno, na Suíça, tem como proposta um olhar sincero sobre a forma como a mulher moderna pode vir a se posicionar dentro de uma relação. Suas frustrações, ansiedades e aspirações são captadas através de Claudia, a protagonista interpretada por Lucia Mascino (Viva a Liberdade).

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No começo, a típica contestadora, Claudia põe em cheque a qualificação acadêmica de Flavio (Thomas Trabacchi), expondo na realidade suas deficiências e medos internos, resultados da falta de alegria que constitui sua existência. Por outro lado, seu espírito feminista questionador cria um curioso embate diante de um irritado corpo docente e dos alunos durante uma palestra. Como resultado, do atrito nasce uma amizade, seguido de um relacionamento amoroso. Isso é, após dizerem exatamente o que acham um do outro.

Histórias de Amor na realidade narra “uma” história de amor. Um amor complexo que mostra que nosso comportamento quando em uma relação pode ser mais indecifrável do que a mais intrincada ficção científica. Ao longo do caminho Claudia e Flavio se perdem, mas aqui o foco são as insatisfações da mulher. A chamada problematização. Quando percebe que abriu mão do companheiro, tenta reconquistá-lo. Mas talvez seja tarde demais.

Histórias de Amor CinePOP1

O roteiro do filme, escrito a três mãos (de mulheres) define com exatidão as angústias e leva o público para bem perto desta história, conseguindo criar identificação imediata. Claudia, uma mulher em seus 50 anos, parece ainda não ter se achado. É o mal dos novos tempos. O peso ditatorial da sociedade sobre nossas vidas, e suas exigências, pode cobrar um preço alto.

Novos relacionamentos são adicionados à mistura, tanto de Flavio, com uma mulher mais jovem, quanto de Claudia, que em seus caminhos tortuosos do autoconhecimento se envereda numa relação com uma aluna, a dançarina exótica Nina (Valentina Bellè). Histórias de Amor que Não Pertencem a Este Mundo ganha pela honestidade e por seu reflexo do incomum comum. De relações modernas de naturalidade afirmada, cuja funcionalidade se mostra eficaz, não fosse pelos humanos nelas envolvidas.

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