sexta-feira, abril 19, 2024

Crítica | Já Estou com Saudades

Amigas Para Sempre

Os filmes de doença e amizade se tornaram um subgênero dentro do drama, geralmente impregnados com um teor agridoce, rendendo também o adjetivo “feel good” (ou sentir-se bem – em muitos casos, mal) para tais obras. Em 1988, era lançado um dos mais famosos. Amigas Para Sempre, protagonizado por Bette Midler e Barbara Hershey, dirigido pelo especialista Garry Marshall (Uma Linda Mulher), narrava a amizade de duas mulheres bem diferentes, e seus encontros e desencontros desde a infância até a vida adulta. Nesta jornada, as duas enfrentavam também a doença fatal de uma delas.

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Como na Hollywood atual nada se cria e tudo se recicla, chega aos cinemas agora basicamente uma refilmagem da citada obra. Desta vez, dirigido por Catherine Hardwicke (do excelente Aos Treze e o execrado Crepúsculo), Já Estou com Saudades traz Drew Barrymore e Toni Collette como amigas inseparáveis, na alegria e na tristeza. As duas também possuem personalidades distintas, sendo Barrymore, a comportada (ironia), e Collette, a descompensada.

Como não podia deixar de ser, uma doença chega para balançar a amizade das duas, colocando-as à prova. Suas respectivas famílias também entram em jogo para dar apoio no momento difícil. Já Estou com Saudades poderia ser o típico filme água com açúcar e recair no quesito do pesadelo dos diabéticos, garantindo um alto nível doce no sangue e lágrimas para fazer felizes os fabricantes de lenços. E de fato o filme não deixa de ser.

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No entanto, a obra é mais do que isso, transcendendo, mesmo que pouco, a fórmula através de personagens bem reais e críveis. Collette, australiana de 43 anos, indicada ao Oscar por O Sexto Sentido (1999), é o destaque aqui. Na pele de Milly, a doente terminal, a atriz cria uma personagem que não pede em momento algum para que tenhamos pena ou sequer gostemos dela. Milly é o tipo de personagem falha e humana, que não se cansa de ser egoísta, pensando sempre no melhor para ela. Uma personagem que não hesita em abandonar marido e filhos para viver realizações pessoais. Afinal, quem está com os dias contados é ela.

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Barrymore fica com a personagem séria e sóbria. O apoio que leva Milly de volta ao chão. Mesmo que passe pela cartilha de todos os itens de filmes assim, Já Estou com Saudades tem seu diferencial nas entrelinhas, na honestidade do retrato de tais pessoas, nunca parecendo personagens em um filme, mesmo que tudo ao redor, o molde, as prenda nisto. A força da produção são suas personagens, em especial a de Collette, cujo desempenho impulsiona todo o resto. Geralmente, não sou favorável a apontar uma única atuação como motivo de qualidade de uma obra. Mas, talvez aqui isto sirva verdadeiramente de exemplo. O teor incorreto de Milly tempera de tal forma, diminuindo a doçura desta conhecida iguaria.

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