terça-feira, março 19, 2024

Crítica | Liga da Justiça – Filme de Super-heróis é bem humorado e recheado de ação

O Melhor Filme de Vídeo Game de Todos

Os tempos mudaram, e o cinema mudou também. Bem, ao menos o cinema de entretenimento. Fundos verde, efeitos especiais mil e uma montagem tão picotada que muitas vezes não conseguimos entender o que está se passando na tela – tenho pena dos mais velhos. Esse é basicamente o alicerce do cinemão pipoca atual, e pouquíssimos vão contra esta fórmula estrutural – na maioria das vezes os que vão não encontram público (Blade Runner 2049, alguém?).

O jeito é abraça-lo e tentar distinguir os mais bem produzidos. Liga da Justiça é um deles. Ao mesmo tempo, é impossível falar dos filmes da DC no cinema sem mencionar a rival Marvel, pioneira quando o assunto é construção de universo compartilhado. O que o estúdio nos ensinou, e fez muito bem, foi: para que ter apenas uma franquia, se você pode ter várias conectadas. Pense só, Homem de Ferro (2008, 2010 e 2013) é uma franquia milionária. E ela está entrelaçada com várias outras franquias milionárias – Thor, Capitão América, etc. – criando um verdadeiro universo cinematográfico. Foi a deixa para outros estúdios perceberem a grande jogada e tentarem entrar nessa. Por enquanto nenhum se saiu bem.

Liga da Justiça CinePOP1

Mas por que estou falando da Marvel e seu universo compartilhado se o assunto aqui é Liga da Justiça? Eu não deveria estar avaliando o filme? E vou. Mas é preciso contextualizar. Num ponto meramente de entretenimento, Liga da Justiça funciona. É divertido, mesmo que muitas piadas não entrem no gol (a melhor é a do Cemitério Maldito), se move rápido, tem boa ação e interação entre os personagens – o ponto alto aqui.

O ponto negativo é justamente a estrutura de seu roteiro e o núcleo da trama, copiado diretamente do primeiro Os Vingadores (2012), e o seu vilão, nem de longe tão interessante e sarcástico quanto o Loki de Tom Hiddleston. Veja só esta história: um ser maligno vindo de outro planeta chega à Terra e deseja conquistá-la, forçando assim super-heróis relutantes a se unirem para combater tal ameaça. Muito se fala que Os Vingadores teve êxito por ter apresentado anteriormente seus personagens em filmes solo, dispensando assim a história de origem deles no longa que os uniu. Bem, até que esta afirmação não é falsa, mas não podemos tirar o mérito daquele filme, que funciona que é uma beleza por si próprio. Liga da Justiça é Os Vingadores sem os filmes solo dos heróis. O problema é: já vimos isso antes, cinco anos atrás.

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O Lobo da Estepe (Ciarán Hinds), o vilão, é uma vergonha, tanto em sua criação digital – que faz do personagem uma mistura de boneco de massa com o inimigo em algum vídeo game (daí o título do meu texto) – quanto em sua personalidade robótica – basicamente uma máquina de proferir frases de efeito e destruir tudo em seu caminho. Mas tudo bem, isso não tira muito do brilho do filme, este é apenas mais um vilão genérico (ainda digo que para um primeiro filme era necessário chegar grande). Talvez o que incomode mais seja a falta de substância, algum sentido ou mensagem no filme. Para tal afirmação pode-se contra-argumentar que muitos filmes do subgênero não as possuem, vide o recente Thor: Ragnarok, é verdade. E isso não nos evita de apreciá-los.

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Liga da Justiça é menos sombrio, muito mais bem humorado (como dito, são piadas a torto e a direito, em especial com o personagem Flash, vivido por Ezra Miller) e faz mais sentido em sua narrativa do que BVS (2016). É incrível como o cineasta Zack Snyder parece ter ouvido as reclamações e conseguido aparar as arestas para entregar um produto mais palatável aos fãs. Talvez não incrível, mas admirável.

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Liga da Justiça CinePOP2

No elenco, Ben Affleck entrega outro desempenho sólido como Batman, mas sofre por ser o único intérprete do personagem no cinema a não ter personificado o herói em um filme só seu, mostrando realmente como se comportaria como dono pleno dos holofotes. Já Gal Gadot teve essa oportunidade e brilhou. Aqui, continua extremamente carismática no papel, dando corda para nosso romance com ela. Das novas adições destacaria o truculento Jason Momoa como o bad boy Aquaman. Temos ainda o dramático Cyborg (Ray Fisher), bem explorado, e o piadista Flash (Ezra Miller), um pouco over.

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É difícil saber também o que foi criado na tela por Snyder e o que foi criado por Joss Whedon, já que apenas o primeiro recebeu crédito como diretor. Dessa mescla saiu um prato saboroso, que serve bem como entrada enquanto ficamos esperando o prato principal.

Ps. Fiquem para as cenas pós-créditos. São duas!

http://youtu.be/GxDzd49Pb9E

 

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