quinta-feira, abril 18, 2024

Crítica | Max Steel

Super-herói de plástico

O início de cada ano é a época de euforia máxima para os cinéfilos e apaixonados por cinema. É a época dos maiores prêmios da sétima arte, o Globo de Ouro e logo em seguida, o maior deles, o Oscar. Filmes de prestígio transitam pelas salas exibidoras de nossas cidades e o prazer de correr atrás, conferindo um a um, é algo que apenas quem tem o cinema no coração entende. No entanto, existe também outro prêmio no início de ano (na véspera do Oscar para ser mais preciso), propício para certo tipo de filme, no qual este Max Steel se encaixa mais: o Framboesa de Ouro.

Max Steel é a tentativa da empresa de brinquedos Mattel adentrar o terreno das produções cinematográficas. À primeira vista a proposta pode não descer redondo, porém, vale lembrar que sua concorrente direta, a fabricante Hasbro, conseguiu uma transição satisfatória com os Transformers, e em menor escala, os G.I. Joe (apesar de terem morrido na praia com a tentativa de Battleship – A Batalha dos Mares). Se a Hasbro foi bem sucedida, por que não a Mattel? Bem, para começar é preciso investir, e a Hasbro tinha nos filmes dos robôs que viram carros a produção de ninguém menos que Steven Spielberg, um apaixonado pelo produto. Já pelo boneco Max Steel talvez seja mais difícil encontrar um aficionado de renome.

Baseado na linha de bonecos Max Steel, a versão cinematográfica, dirigida pelo desconhecido Stewart Hendler, usa como premissa a estrutura “história de origem de super-heróis”, bem cimentada no cinemão mainstream atual. Max McGrath (espere até ver o significado do sobrenome do rapaz), papel do inexpressivo Ben Winchell, é o típico adolescente de filme norte-americano. Após a morte de seu pai, ele e a mãe mudam de cidade como quem muda de roupa, o que cria certa disfunção no rapaz. Estranhamente, ou convenientemente (em especial para um roteiro preguiçoso, escrito por Christopher Yost, de Thor: O Mundo Sombrio), a nova moradia da família é na mesma cidade na qual está localizado o laboratório onde o pai do jovem trabalhava em seus experimentos secretos. A veterana Maria Bello interpreta a mãe de Max.

No local, o passado volta à tona, quando Max conhece o antigo parceiro profissional de seu pai, Dr. Miles Edwards, vivido por Andy Garcia. E na primeira cena em que o ator aparece, sabemos de longe quem ele será para esta trama. Na cidade, Max também descobre novos sentimentos como o amor e se afeiçoa a uma colega de classe, Sofia, papel da insossa Ana Villafañe. Além disso, uma criatura alienígena pequena e robótica, conhecida como Steel, entra em contato com o protagonista, ensinando-o a controlar seus poderes. Sim! O rapaz foi geneticamente modificado. Com a sua simbiose, nasce o herói mais esquecível dos últimos tempos, Max Steel, uma espécie de Homem de Ferro de quinta.

O esforço com a produção não é dos piores. A fotografia do filme é competente, assim como os quesitos técnicos. No entanto, o mais experiente profissional trabalhando no longa é quem mais deixa a desejar. O roteiro de Yost é raso como um pires e de tão básica, esta história quase pode ser considerada uma paródia (sem graça) dos filmes do gênero. Tudo é extremamente genérico e sem vida. Os diálogos já nascem mortos e a interação entre jovens, que deveriam estar apaixonados, causa vergonha. Todas as conversas dos pombinhos terminam de forma constrangedora com certo silêncio, como se o roteiro estivesse inacabado, sem ideia de como completar a cena.

Atores do calibre de Andy Garcia (indicado ao Oscar por O Poderoso Chefão – Parte III) e Maria Bello (indicada ao Globo de Ouro por The Cooler e Marcas da Violência) sofrem, pagando seus pecados e também, provavelmente, algumas dívidas. O final é especialmente ruim e é Garcia quem mais sai ferido da experiência. O lado positivo é a voz de Josh Brener para o carismático robozinho Steel, a melhor coisa do filme (sabemos que estamos em apuros quando a melhor coisa de um filme não é um ser humano).

Não deixe de assistir:

A criatura tira as melhores sacadas e rende os momentos mais divertidos, que não são um primor.  A julgar por esta primeira investida, que passou em branco nos cinemas norte-americano e deverá ter o mesmo destino por aqui, a Mattel deveria repensar seus conceitos. Bem, a companhia terá outra chance com o filme da boneca mais famosa do mundo, Barbie, a ser protagonizado pela comediante Amy Schumer, com lançamento para 2018. Quem sabe a sorte não está para mudar.

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