quinta-feira, março 28, 2024

Crítica | O Novíssimo Testamento

A confiança é ato de fé, e esta dispensa raciocínio. Com um elenco inspirado, um roteiro delicioso e uma direção primorosa, a comédia, indicada ao Oscar 2015 pela Bélgica, O Novíssimo Testamento é um daqueles filmes originais que abrem um grande e largo sorriso dos cinéfilos desde seu início até seu desfecho. Ao longo de inesquecíveis 112 minutos de projeção, vamos acompanhando a trajetória inusitada de ninguém mais, ninguém menos, que Deus e sua busca em consertar o inconsertável. A delicadeza com que o diretor Jaco Van Dormael (do impossível de esquecer Mr. Nobody) conduz esta jocosa trama é algo bem peculiar e que merece ser visto e revisto.

Le Tout Nouveau Testament no original, estreou no último dia 21 de janeiro e conta a história de Deus (Benoît Poelvoorde), que, no imaginário mundo dos roteiristas deste projeto, é casado e tem uma filha. Ele está entediado e sua única e peculiar diversão é definir as conseqüências das atitudes das pessoas, criando situações irritantes para elas. Chateada com essas atitudes do pai, a filha de Deus invade o computador dele envia uma mensagem para os celulares de todas as pessoas na Terra dizendo quando casa uma delas vai morrer. Além disso, ela, com a ajuda do irmão J.C, resolve montar um novo testamento e corre atrás de discípulos na Terra. Assim, por conta de tudo isso e mais um pouco, Deus será obrigado a descer e tentar resolver a situação.

Para quem se intitula como cético ou muito certinho pode ser que não consiga encontrar pontos de interações com essa fábula dos tempos modernos. O projeto é genial em muitos sentidos. Fala do amor em novíssimas circunstâncias, praticamente declama a normalidade entre sentimentos de uma mulher e um gorila, mostra uma face desconhecida do poder da aceitação do ser humano. Há uma metáfora expressiva em cada subtrama, as pinceladas de peculiaridade acopladas nas pancadas na normalidade são de longe o grande charme do filme que tem no seu elenco nomes como: Catherine Deneuve, Benoît Poelvoorde e François Damiens.

Em uma época onde encontrar a originalidade no cinema cada vez vem ficando mais difícil, ainda bem que existem cineastas como Van Dormael, que dão luz, brilho e renovam a magia no ato de assistir um filme. Bravo!

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