terça-feira, março 19, 2024

Crítica | O Shaolin do Sertão

Halder Gomes é um amante do Cinema, das artes marciais e do humor circense. Juntando tudo isso, o diretor conseguiu dentro de um grande resumão brasileiro, fazer uma das homenagens mais divertidas e puras dentro dessas três bases estruturais. Mas antes de mais nada, ‘O Shaolin do Sertão‘, é acima de tudo, uma verdadeira ode à raiz do popularesco!

A história escrita por L.G. Bayão é ágil e farsesca, compondo uma grande brincadeira com todos aqueles clichês que já conhecemos em filmes de Mestre/Aluno e sobre Superação Final.

Aluízio Li (Edmilson Filho) é um aficionado por artes marciais, que vive num mundo de fantasias e que se veste e se comporta como um monge Shaolin. Seus dias de paz acabarão quando o ex-lutador de vale-tudo Toni Tora Pleura (Fábio Goulart) anuncia um “tour” de desafios por várias cidades do interior do Ceará, incluindo Quixadá, onde vive Aluízio. Sem credibilidade e vítima de uma trama política oportunista, cabe a ele a difícil missão de defender a honra da região contando apenas com o apoio do inseparável amigo Piolho (Igor Jansen) e com a fé da mãe Dona Zefa (Fafy Siqueira).

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Temos lá, o Seu Miagui (o cantor brega Falcão, impagável), a mãe protetora e brigona (Fafy Siqueira, dando muito carinho à sua personagem), o menino peralta que ajuda o protagonista (Piolho, de longe um dos atores mirins mais carismáticos já encontrados), a mocinha (Bruna Hamú, graciosa), o namorado marrento dela (Marcos Veras, divertidamente arrogante), os políticos corruptos que querem se dar bem em cima da população e os filmes como grande motivador do herói… aqui, no caso, fitas de VHS – precisamos lembrar que a história se passa nos nostálgicos anos 80 -, tudo comandado de forma tão pura, que somos capazes de perceber como Halder Gomes deveria estar se deliciando!

E, surpreendentemente, temos nessa fanfarrona comédia, uma fotografia local muito apurada… como Gomes demonstra nas paisagens de Quixadá e nas cenas em que o protagonista treina seus golpes em cima de um rochedo.

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Aliás, se o filme tem um trunfo, é Edmilson Filho… que repete a parceria com Gomes pela terceira vez (o primeiro foi no drama ‘As Mães de Chico Xavier‘, e depois, no também divertido ‘Cine Holliúdy‘, que terá uma continuação em breve) encarnando comicamente um herói ingênuo, de coração bom, que só quer ajudar sua cidade e ter um reconhecimento como alguém que é competente no que faz. Na vida real, Edmilson Filho realmente luta taekwondo, o que facilitou sua incrível performance.

Ainda que a edição seja um tanto irregular em alguns poucos momentos, tornando algumas piadas como esquetes de humor, nada estraga o brilho de ver um produto de raiz que brinca da forma mais bonita com aquelas bases estruturais enquanto consegue ao mesmo tempo, construir um protagonista tão cativante: Edmilson Filho é um PERFEITO herói brasileiro!

Não deixe de assistir:

E que essa dupla (Halder Gomes e Edmilson Filho) não pare tão cedo.

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