sexta-feira, março 29, 2024

EXCLUSIVO: Entrevistamos a musa Catherine Deneuve, do drama francês ‘O Reencontro’

O CinePOP teve a oportunidade de entrevistar a musa Catherine Deneuve (De Cabeça Erguida e O Homem Que Elas Amavam Demais),  do drama francês O Reencontro (Sage Femme) – dirigido por Martin Provost.

O filme estreia dia 27 de julho, pela Mares Filmes.

Confira:

Martin Provost escreveu o papel de Béatrice para você. Como você reagiu à proposta?

Eu amei a personagem desde a primeira vez em que li o roteiro. Depois me encontrei com Martin Provost, que falou muito bem de seu filme. Há uma bondade nele que me agradou instantaneamente. A personagem Béatrice é cômica, mas ela também experimenta momentos de drama. Ela é um reflexo do filme. Martin Provost consegue retratar questões sérias de uma forma casual, sem ficar opressivo. A comédia constantemente dispersa o drama sem afetar a emoção.

 

Como você definiria Béatrice?

Ela é uma mulher que viveu intensamente e com muita superficialidade. Ela é ao mesmo tempo muito generosa e muito egoísta. Ela adora jogar, mas não tem meios, o que não a impede de ter estilo e elegância. Ela vive um dia após o outro sem se planejar, além do mais, ela seria incapaz de fazer isso. Ela caminha tateando no escuro, um dia contando com uma pessoa, no dia seguinte contando com outra.

 

Exatamente. Béatrice parece ser uma mulher livre, no entanto, é muito dependente dos outros.

Ela achou que podia viver livremente, sem laços, mas isso é uma ilusão. Entretanto, ela escolheu olhar para o lado positivo da vida, e continuou fazendo assim até o fim. Béatrice é uma amante da vida, e seu caso com o pai de Claire é uma prova disso, ela é uma jogadora que tira o melhor do que a vida pode lhe oferecer. Ela tem um jeito descuidado que aqueles perto dela podem achar difícil de suportar. Não quer dizer que ela seja irresponsável. Béatrice é na verdade uma aventureira. Se ela arranja para as coisas lhe servirem, não é com a intenção de fazer mal aos outros, mas sim uma forma de viver melhor a vida.

Não deixe de assistir:

 

 Catherine Deneuve

 

Béatrice vai perturbar a vida cotidiana de Claire a ponto de transformá-la.

Claire não consegue resistir a Béatrice por muito tempo. No início, ela resiste em deixá-la entrar em sua vida de novo, está disposta a ajudar, mas quer manter uma distância. Depois ela rapidamente aceita sua presença, ela redescobre Béatrice, que traz um pouco de fantasia para sua vida e a faz descobrir um mundo muito distante do seu. Nesse sentido, Béatrice é capaz de fazer os outros aceitarem situações altamente improváveis.

 

E ainda assim ela escolhe ir.

Ela quer que Claire seja feliz, que possa aproveitar sua nova vida com Paul. É por isso que ela vai embora. Há uma sensibilidade em sua decisão. Béatrice conseguiu criar uma relação íntima com Claire, foram como mãe e filha por algumas semanas. Ela queria ajudar Claire, pedir perdão por seus erros do passado, e ela sabe quando se retirar.

 

Você se parece com Béatrice?

Como atriz, eu a achei uma personagem muito positiva, engraçada, um pouco fora do comum, muito agradável de interpretar. Como mulher, posso entender seu descuido, não a julgo, mas ela é uma pessoa muito diferente de mim.

 

Você nunca atuou com Catherine Frot até O REENCONTRO. Como trabalharam juntas?

Fomos um pouco como Claire e Béatrice no filme. Catherine Frot é uma atriz muito sensível. Eu tive a impressão de que ela se sentia confiante e isso foi uma vantagem para nós como uma dupla. Acho que isso se reflete na tela. O laço que une Claire e Béatrice é óbvio.

 

E Olivier Gourmet?

Nunca tinha trabalhado com ele. Gosto muito dele como ator. Não temos muitas cenas juntos, mas acho que a cumplicidade entre nossos dois personagens é genuína. Paul tem um gosto pela aventura como Béatrice, ele é nitidamente mais bem composto do que ela, mas é um viajante genuíno, ele mesmo diz que precisa estar na estrada. Ele também tem aquele toque de fantasia que ilumina a vida cotidiana de Claire. No início, Claire fica incomodada com a cumplicidade de Paul e Béatrice, ela não hesita em mandá-lo para fora quando o pega cantando Serge Reggiani com ela na cozinha durante o café da manhã.

 

Que tipo de diretor é Martin Provost?

Ele é muito aberto, gentil, está constantemente pronto para ouvir os outros. É nítido o prazer que ele tem ao ver seus personagens ganhando vida no set. Ele é afetuoso e amigável. Acima de tudo, ele adora atores, sabe como escrever papéis maravilhosos para eles. Ele é um homem que se dá bem com as mulheres. Ele conseguiu atingir o tom correto para contar a história, um equilíbrio perfeito entre as emoções.

 

Você aprendeu a jogar um jogo de cartas chamado “la Marseillaise”.

Eu confesso que nunca ouvi falar nele antes de fazer o filme. O jogo é muito rápido. Martin Provost queria que eu me cercasse de jogadores de verdade, que deram grande autenticidade para as cenas, mas eu seria incapaz de jogar o jogo hoje.

 

Seleção Oficial no Festival de Berlim deste ano, o filme conta a história de Claire (Catherine Frot), uma mulher madura que exerce a profissão de parteira com muita paixão. Preocupada com sua maternidade, ela vê sua vida virada de cabeça para baixo pelo retorno de Beatrice (interpretada pela grande atriz do cinema francês, Catherine Deneuve), a extravagante ex-mulher de seu falecido pai.

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