quinta-feira, abril 18, 2024

Crítica | A Guerra dos Sexos – Emma Stone vs Steve Carell no filme feminista de 2017

Alicerce Feminista

Emma Stone quase foi uma das Caça-Fantasmas na reimaginação do clássico dos anos 1980, lançado ano passado. Coincidentemente ou não, Caça-Fantasmas se tornou, mesmo que brevemente, um símbolo para feministas. O resultado do filme não agradou a maioria, infelizmente, e a franquia voltou ao estacionamento. Stone, por outro lado, seguiu para vencer o Oscar de melhor atriz, e agora, finalmente, pode hastear sua bandeira, com bem mais propriedade, diga-se.

A Guerra dos Sexos é baseado no famoso episódio da história recente norte-americana, que recebeu justamente o título do longa, no qual o tenista aposentado Bobby Riggs, de 55 anos, como forma de pegar nova carona na fama, decide desafiar jogadoras mulheres do mesmo esporte, se vendendo com a imagem de porco chauvinista para provar que os homens são melhores e que o lugar de mulheres era na cozinha. É o caso de “falem mal, mas falem de mim”.

 

Riggs conseguiu sua atenção e sua fama, durante a década de 1970 parando o país e o mundo no embate decisivo dos gêneros. Muitos acreditam inclusive que tal evento desencadeou não apenas o aumento do sexo feminino em todos os esportes, como também no serviço militar, e em qualquer outro âmbito antes visto e dominado apenas por homens – como filmes de ação, profissões perigosas, etc. .

Dirigido pelo casal Jonathan Dayton e Valerie Faris, dupla saída dos videoclipes do Smashing Pumpkins, Oasis e R.E.M., até o sucesso de Pequena Miss Sunshine (2006), indicado ao Oscar de melhor filme, e com roteiro de Simon Beaufoy (Quem Quer Ser um Milionário? e 127 Horas), A Guerra dos Sexos pode ser considerado um Oscar Bait, um filme mirado para época de prêmios, daqueles que contam histórias edificantes e muito necessárias, de uma forma abrangente e relativamente leve, com o propósito de atingir todo tipo de público. Vale levar em conta que esta é uma comédia, mas uma que não deixa de abordar questões polêmicas, como o relacionamento homossexual de Billie Jean King, a protagonista, uma mulher casada.

Emma Stone vive a protagonista King com uma graciosidade ímpar. A versatilidade da atriz impressiona, fato que se comprova ao olharmos alguns de seus últimos trabalhos, em filmes como Birdman (2014) e La La Land (2016), nos quais a abordagem é totalmente distinta. Aqui ocorre o mesmo, embora Stone siga exalando carisma. Sua composição para King é delicada e frágil. A ativista pelos direitos das mulheres, de igualdade de salário e oportunidade, é uma mulher serena, cuja ausência de exaltação torna ainda mais incisiva sua busca e luta. E Stone está simplesmente apaixonante no papel, da jovem perdida que sabe muito bem o que quer.

Steve Carell faz o que sabe de melhor, revivendo o falastrão oportunista e bufão. Alguns trechos das trocas entre o machista e a feminista são impagáveis e prometem despertar todo tipo de reação. Mas o outro destaque no elenco fica por conta de Sarah Silverman, humorista judia desbocada, que entrega uma performance diferente de todas em sua carreira, bem mais contida, mas não menos cômica.

Não deixe de assistir:

A Guerra dos Sexos corre o “perigo” de toda comédia politicamente correta, afinal pensamos sempre que o gênero que merece prêmios é o drama. Dayton e Faris entregam uma obra divertida e atualíssima, dona de um forte subtexto e alguns momentos bem especiais – destaque para os diálogos entre Stone e Bill Pullman. Este é também o filme mais ambicioso da dupla de diretores, que domina com dinamismo a narração, estabelecendo bem seus oponentes, separados durante toda a projeção, ao apresentar suas forças e deficiências no dia a dia, para depois os colocar em colisão no desfecho.

Esta é a estrutura de todo bom filme de duelo ou desafio, no qual se constrói a ameaça a ser enfrentada e seus heróis, para no final sentirmos o peso emocional do que pode vir a ser a perda para eles. É impossível não escolher um lado e torcer (espera-se que todos saibam qual lado), mesmo que saibamos de antemão o resultado desta partida.

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