sexta-feira, março 29, 2024

Festival do Rio | Victoria e Abdul – Esse tem cheiro de Oscar

Amizade Cativante

O cineasta Stephen Frears já foi mais ousado e subversivo em sua carreira. Filmes como Ligações Perigosas (1988), Os Imorais (1990) e Alta Fidelidade (2000) provam isso. Ultimamente, no entanto, o diretor indicado para dois Oscar (Os Imorais e A Rainha) parece estacionado numa zona de conforto, aonde entrega uma produção politicamente correta atrás da outra. Para provar tal argumento, é só lembrar de Philonema (2013) e Florence – Quem é Essa Mulher? (2016), dois dos últimos trabalhos de Frears.

Vale dizer também que embora tais filmes sejam leves como plumas, emplacaram no gosto dos votantes ao ponto de renderem indicações ao maior prêmio do cinema – Philomena indicado para 4 Oscar, incluindo melhor filme, e Florence para dois. Agora, Frears recobra a parceria com a protagonista de Philomena, Judi Dench, para uma nova produção que tem toda pompa de encontrar os amigos prestigiados recentemente em outro passeio na maior noite da sétima arte.

O monstro sagrado Judi Dench, no auge de seus 82 anos (já soando um pouco abatida), interpreta a Rainha Victoria (soberana do Reino Unido e Imperatriz da Índia, de 1837 até 1901). Curiosamente, a consagrada atriz britânica havia interpretado a mesma personagem no filme Sua Majestade, Mrs. Brown (1997), em outra fase de sua vida, narrando outra história. Esta é focada na relação de sentimentos mistos que nasce entre a governante e um servente indiano, inicialmente enviado para lhe entregar um prêmio.

De rainha aborrecida, esperando apenas o dia da morte, uma nova faísca é solta quando a monarca acidentalmente conhece Abdul (Ali Fazal). O nível de intimidade é acelerado e logo estes dois seres humanos se conectam de uma forma espiritual muito intensa. O indiano se torna tutor da Rainha, deixando o resto da corte inteira, incluindo seu filho e herdeiro do trono, o príncipe Bertie (Eddie Izzard), indóceis com a situação.

Victoria e Abdul é um filme muito competente, dono de uma direção de arte impecável, que remete à era de ouro do cinema. Além disso, conta com atuações mais que satisfatórias, em especial da protagonista, que mesmo com a idade avançada exibe pleno domínio de cena – não me espantarei se a atriz receber indicações pelo trabalho. O roteiro adaptado por Lee Hall (Billy Elliott e Cavalo de Guerra), baseado no livro de Shrabani Basu, que por sua vez pega como fonte os diários do verdadeiro Abdul (descobertos muito tempo depois), é seguro e não apresenta surpresas, resultando no tipo de filme que passaria sem precisar de cortes na Sessão da Tarde. Ou seja, esta é uma produção agradável, leve e correta.

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