quinta-feira, abril 25, 2024

Os Maiores Flops da primeira metade de 2018

Ah, os fracassos. O que seria dos sucessos sem eles? Cinema é uma arte, mas também é um negócio. E se você investe algumas centenas de milhões de dólares num produto, espera retorno, certo? Afinal, ninguém aqui chegou num nível de rasgar dinheiro. Existem, porém, alguns casos distintos de flops: o financeiro (apesar dos elogios da crítica – como veremos na lista), o de crítica (apesar de uma bilheteria razoável) e os que se pagam apenas no mercado exterior (a Ásia atualmente parece comprar todo e qualquer blockbuster).

Sem mais delongas, vamos conhecer os maiores escorregões de 2018 até o momento.

Han Solo: Uma História Star Wars

Provavelmente o maior fracasso financeiro de 2018 até o momento, Han Solo marca negativamente a franquia Star Wars com alguns detalhes curiosos a serem adereçados. Apesar de uma avaliação de crítica favorável – com 71% no RT – os fãs tem se dividido em relação aos novos filmes da saga espacial tão adorada e cultuada. Nunca anteriormente, nem mesmo na trilogia dirigida por George Lucas na década passada, o backlash foi tão imediato. Han Solo teve todo tipo de problema desde sua concepção (não era um filme que os fãs queriam necessariamente assistir), que culminou até a troca dos enérgicos Phil Lord e Christopher Miller pelo pragmático Ron Howard na direção.

Com um orçamento estimado em US$300 milhões (um dos projetos mais caros da história), o blockbuster abriu com US$84 milhões em seu fim de semana de estreia. Quase dois meses depois, o longa havia arrecadado US$209 milhões nos EUA, ficando abaixo do valor de sua produção. Ao redor do mundo a coisa não melhora muito e o longa soma US$370 milhões. Levando em conta que os primeiros dias são decisivos e que temos superproduções que chegaram à barreira de US$1 bilhão – alguns em poucos dias, como é o caso de Jurassic World 2 – a situação aperta ainda mais para Solo e companhia. Dizem as más línguas que o fracasso, inclusive, poderá custar o emprego da mega produtora Kathleen Kennedy à frente da LucasFilm.

Uma Dobra no Tempo

Ava DuVernay é uma das diretoras mais talentosas da atualidade. É só conferir filmes como Selma (2014) e a 13ª Emenda (2016). O fato, no entanto, não faz dela necessariamente uma boa condutora de superproduções. Ainda mais quando a obra em questão é baseada num livro tido como inadaptável. É interessante notar que um bom diretor de produções menores e independentes não necessariamente irá se sair bem no comando de uma produção de centenas de milhões de dólares e vice versa. DuVernay é uma voz a ser ouvida, mas o que acontece quando a colocam para dizer nada?

Com 40% de aprovação da imprensa e um orçamento inflado de US$100 milhões, Uma Dobra no Tempo estreou com US$33 milhões nos EUA e ao longo da carreira nos cinemas juntou US$100 milhões no país. Ao redor do mundo, o filme arrecadou mais um pouquinho com US$132 milhões. Os fãs desde já começam a ficar preocupados, já que o próximo projeto da cineasta é igualmente grande: Os Novos Deuses, da Warner/DC.

Círculo de Fogo: A Revolta

Não deixe de assistir:

Aqui temos um caso curioso. O primeiro Círculo de Fogo (2013), dirigido por Guillermo del Toro e protagonizado por Idris Elba, já não havia sido um sucesso financeiro, com uma arrecadação em bilheteria nos EUA abaixo de seu custo de produção (em US$90 milhões no vermelho). O filme só teve êxito no mercado exterior, em especial na Ásia (eles adoram robôs gigantes), conseguindo assim duplicar o valor de seu custo e receber sinal verde para a sequência. Bem, pode-se dizer que Círculo de Fogo: A Revolta foi feito para eles.

Sem del Toro e Elba, e confiando unicamente no carisma de John Boyega – o produtor também – o segundo Círculo de Fogo teve o orçamento um pouco reduzido em relação ao predecessor (em US$40 milhões a menos), mas uma arrecadação também menor. O filme abriu com US$28 milhões nos EUA e uma fatia mais baixa na China, com US$22 milhões. Com uma arrecadação mundial de US$290 milhões contra seus US$150 milhões de orçamento, não dá para dizer que foi um fracasso. No entanto, olhando para os US$411 milhões arrecadados pela Warner no primeiro longa, há de se imaginar se a Universal dará sinal verde para um terceiro.

Operação Red Sparrow

Vocês lembram da época em que Jennifer Lawrence era a menina de ouro de Hollywood – sinônimo de sucesso nas bilheterias e prestígio de prêmios? Talvez esse tempo tenha passado. Sem emplacar um sucesso unânime desde… bem, desde o fim da franquia Jogos Vorazes em 2015, a atriz tem cambaleado em produções hostilizadas pela crítica e público. Nos últimos anos seguiram: Joy (2015), X-Men Apocalipse (2016), Passageiros (2016) e mãe! (2017).

Tudo indicava este ano que a atriz tentaria mudar de ares novamente, num filme mais adulto e sério, homenageando os thrillers de espionagem e se reunindo justamente ao diretor de sua lucrativa franquia citada, Francis Lawrence. O problema é que Operação Red Sparrow custou caro, com um orçamento de US$70 milhões – dos quais US$20 milhões devem ter ido só para o bolso da estrela. É esperado que seu valor de mercado comece a baixar, já que a atriz não chama tanto público como outrora. Com 47% de aprovação dos especialistas, o filme arrecadou US$16 milhões em sua estreia e US$46 milhões ao longo de sua estadia nos cinemas. Valor abaixo do custo de produção. Ao redor do mundo melhora um pouco, mas não muito, com US$150 milhões arrecadados. Por comparação, Passageiros, achincalhado pela crítica e público, somou US$303 milhões pelo mundo.

Maze Runner: A Cura Mortal

Ao contrário de Jogos Vorazes, Maze Runner já começou como uma franquia zicada. Os filmes foram gradativamente piorando e o acidente quase fatal do astro mirim Dylan O´Brien travou a produção do terceiro e último Maze Runner por três anos.

Veja o declínio percorrido pela franquia – que de positivo serviu para nos apresentar a conterrânea Kaya Scodelario. O primeiro filme, com 65% de aprovação e um orçamento moderado de US$34 milhões, arrecadou US$102 milhões nos EUA e US$350 milhões ao redor do globo. O segundo (Prova de Fogo), com 46% de aprovação e orçamento mais inflado de US$61 milhões, levou para casa US$81 milhões nos EUA e US$310 milhões pelo mundo. O terceiro (A Cura Mortal), que obteve 41% de aprovação com um orçamento de US$62 milhões, somou apenas US$58 milhões nos EUA. No mundo, o filme juntou US$284 milhões para a FOX. Quer maior sinal para dizer tchau?

O Homem das Cavernas

Essa dói no coração reportar. Ainda mais para os fãs de animações em stop-motion e de Nick Park, responsável por obras como A Fuga das Galinhas (2000) e Wallace e Gromit: A Batalha dos Vegetais (2005).

Esse é um daqueles casos curiosos citados acima, já que o novo longa animado de Park teve uma aprovação de altos 82% junto aos críticos, mas o público simplesmente não compareceu. O filme passou em branco com seu público-alvo, e com o orçamento de US$50 milhões, somou míseros US$8 milhões nos EUA. Juntando com a bilheteria fora do país, O Homem das Cavernas se pagou por pouco, com US$53 milhões.

Tomb Raider: A Origem

Novamente nesta lista, uma troca de estúdio se mostra uma jogada de risco. Depois de Círculo de Fogo 2 ter rendido menos para a Universal do que seu predecessor para a Warner, é a vez da própria tomar o (relativo) prejuízo ao adquirir a franquia Tomb Raider da Paramount. Sai o starpower de Angelina Jolie e entra o de Alicia Vikander. Ambas vencedoras do Oscar quando assumiram os trajes de Lara Croft.

O filme de Jolie, no entanto, arrecadou quase US$50 milhões em sua estreia e US$130 milhões totais nos EUA. O de Vikander, estreou com US$23 milhões e somou “apenas” US$57 milhões no total. Tá certo que o orçamento do longa de 2001, de Jolie, foi um pouco mais folgado com US$115 milhões contra os US$94 milhões de Vikander. Curiosamente, ao redor do mundo, ambos fizeram mais ou menos o mesmo, com US$274 milhões de Jolie superando por pouco os US$273 milhões de Vikander.

No Olho do Furacão

Uma fórmula que costuma dar certo no cinema entretenimento é a de produções de orçamentos medianos que fazem uso de ideias tão insanas, que instantaneamente dialogam com seu público-alvo. É no que têm apostado, por exemplo, as franquias Velozes e Furiosos e Sharkanado (apesar do valor de seus orçamentos serem bem divergentes). Tentando capitalizar neste filão do ridículo que pode dar certo, No Olho do Furacão apresenta um assalto realizado em meio a um tornado, dirigido justamente por Rob Cohen, o sujeito que assinou o primeiro longa de Vin Diesel e companhia.

O grande problema foi que o público não embarcou na brincadeira, tampouco os críticos, e com 44% de aprovação da imprensa e um orçamento de US$45 milhões, o filme arrecadou apenas US$3 milhões em sua estreia, somando apenas mais US$3 milhões ao longo de sua carreira.

Aniquilação

Outra grande injustiça do ano e um caso a ser estudado. O diretor Alex Garland marcou presença no mundo do cinema com o seminal Ex-Machina: Instinto Artificial (2014) – enaltecido como uma das melhores obras de ficção científica dos últimos tempos. Naturalmente, sua próxima oferta seguiria em tais linhas. O desafio esteva na adaptação de um livro cultuado e difícil, e no aumento exponencial do orçamento dos filmes – de US$15 milhões para US$40 milhões.

Percebendo o risco do material, a Paramount, estúdio retentor dos direitos, resolveu vendê-lo para a Netflix – que se encarregou de distribuir o filme fora do território norte-americano (por lá houve exibição em circuito nos cinemas). A obra complexa e nem um pouco palatável ao grande público terminou caindo no limbo. Abrindo em sua estreia com US$11 milhões, o filme juntou US$32 milhões em bilheteria, mesmo caindo em muitas listas de melhores e arrecadando 87% de aprovação da imprensa. Aniquilação se junta à seleta lista de obras cult que passaram em branco pelos espectadores em seu lançamento, tendo tudo para ser redescoberta no futuro – vide O Enigma de Outro Mundo (1982) e Blade Runner (1982).

Gotti

O icônico John Travolta conhece como ninguém os altos e baixos de uma carreira de ator. Atingiu o céu cedo com Os Embalos de Sábado à Noite (1977) e Grease – Nos Tempos da Brilhantina (1978), em seguida escorregando rapidamente ao inferno com Perfeição (1985) e Os Espertinhos (1989). Recuperado do ostracismo por Tarantino e John Woo, Travolta viveu na montanha-russa desde então. Nada, no entanto, o prepararia para a recepção gelada de Gotti, seu mais recente trabalho.

Exibido no Festival de Cannes deste ano, o longa traz Travolta na pele do mafioso real John Gotti. O mais recente projeto do ator amarga irrisórios 0% de aprovação da imprensa e com o orçamento de US$10 milhões, recuperou apenas US$4 milhões.

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