quinta-feira, março 28, 2024

Os Melhores Figurinos dos Últimos 12 Anos

O CinePOP foi convidado para participar do Chilli Beans Fashion Cruise, cruzeiro que aconteceu entre os dias 1º a 4 de Abril, para desenvolver uma matéria com os Melhores Figurinos dos Filmes nos Últimos 12 Anos.

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Um dos itens que compõem um filme é o figurino. Grande parte do público pode não prestar tanta atenção neste detalhe, mas a vestimenta certa pode caracterizar totalmente uma produção cinematográfica, ao ponto de reconhecermos um filme (ou uma cena através de foto) pelo que determinado ator está vestindo. Por exemplo, uma imagem de Uma Thurman é apenas uma imagem da atriz. Mas uma imagem de Thurman com um macacão amarelo e preto é automaticamente associado ao sucesso Kill Bill, de Quentin Tarantino – que por sua vez homenageia Bruce Lee em Jogo da Morte (1978), filme que o astro não completou.

Kill Bill

O caso se repete com o smoking de Marlon Brando em O Poderoso Chefão (1972), ou o terno branco de Tom Hanks em Forrest Gump (1994). Como forma de homenagem para este item muitas vezes negligenciado e os profissionais talentosos neles envolvidos, decidimos comentar listando os 12 melhores figurinos dos últimos anos – de acordo com o Oscar, já que todos são vencedores do prêmio. Chega mais.

O Aviador

Aviator

Na lista teremos muitos filmes de época, já que tais figurinos são os mais apreciados pelo público. Este filme dirigido pelo monstro Martin Scorsese foge um pouco à regra. O retrato aqui é o da era de ouro de Hollywood, do fim de 1920 até 1940, para ser mais preciso. O manequim da vez é Leonardo DiCaprio, ator que irá figurar mais de uma vez aqui. Assim como sua coprotagonista Cate Blanchett. A elegância de uma Hollywood no auge do glamour foi confeccionada pela figurinista Sandy Powell, a go to woman do diretor, tendo trabalhado com Scorsese em todos os seus filmes desde Gangues de Nova York (2002). Powell concorreu 11 vezes ao Oscar e já tem três estatuetas douradas em casa. Este ano, a britânica concorreu duplamente, por Cinderela e Carol, mas não levou.

Memórias de uma Gueixa

Memoirs

Saindo de Hollywood direto para o Japão (da mesma época, 1929), os figurinos asiáticos exóticos fazem parte da atração deste longa produzido por ninguém menos do que Steven Spielberg. Dirigido por Rob Marshall – um especialista no visual – Memórias de uma Gueixa conta a triste história de mulheres vendidas como escravas sexuais, de forma glamorosa. O filme, no entanto, é ameno e a parte visual é o grande chamariz. A modelo para as belas vestimentas é a gracinha Zhang Ziyi (O Tigre e o Dragão). A já icônica Colleen Atwood é quem está por trás da confecção. A figurinista tem igualmente 11 indicações e três prêmios no Oscar, entre eles Chicago (2002), também dirigido por Marshall. Como nota de curiosidade, Atwood, que começou a carreira em 1984, também é a responsável pelos figurinos da série Arqueiro (Arrow), da Warner/ DC.

Maria Antonieta

Antonieta

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Pularemos agora mais ainda para o passado, para a corte francesa de 1780. A diretora Sofia Coppola tratou de humanizar sua protagonista, na pele de Kirsten Dunst, uma monarca que não ligava muito para o povo, terminando por encontrar um terrível destino na guilhotina, após a revolução francesa e a queda de Versalhes. Coppola, que vinha de dois trabalhos elogiados, também investiu num conceito diferente: um filme de época moderno, com músicas atuais na trilha e visual (o que inclui o figurino de Milena Canonero) mais estilizado para uma obra do gênero. A produção não agradou muito em sua estreia no Festival de Cannes, sendo vaiada.

No entanto, a italiana Canonero saiu vitoriosa no Oscar daquele ano, provando que um filme é verdadeiramente o somatório de suas partes. A veterana figurinista tem uma longa carreira, que data de 1971 com sua estreia em Laranja Mecânica. Além disso, a artista possui 9 indicações ao Oscar e 4 vitórias (entre as quais, Barry Lyndon e Carruagens de Fogo), se tornando assim a mais prestigiada até agora na lista.

Elizabeth: A Era de Ouro

Elizabeth

Olha ela aí outra vez. Estou me referindo, é claro, à atriz Cate Blanchett, que é por si só uma grande vencedora do Oscar, com duas estatuetas em casa, e um modelo requisitado para estilistas de cinema. Aqui, saímos da França direto para a Inglaterra de 1580, durante o conflito do país governado pela Rainha Elizabeth I (Blanchett) com a Espanha do Rei Filipe II. Essa é também uma das poucas sequências de um filme do gênero na história do cinema. Igualmente prestigiado, esta continuação de Elizabeth (1998) venceu o Oscar de figurino, coisa que o original, mesmo recebendo indicação, não conseguiu atingir.

Blanchett foi novamente indicada (e neste ano concorria como coadjuvante também, por Não Estou Lá). Alexandra Byrne foi a responsável aqui. A figurinista tem apenas 4 indicações no currículo, incluindo o primeiro Elizabeth e o Shakespeare impossível de ser achado no Brasil, Hamlet (1996), de Kenneth Branagh. Esta é sua única vitória. Uma curiosidade é que Byrne tem descolado trabalhos legais ao lado da Marvel e foi responsável pelos uniformes de Thor (2011), Os Vingadores (2012), Guardiões da Galáxia (2014) e vem aí com Doutor Estranho (2016).

A Duquesa

Duchess

Outro filme de época. Já passeamos por Hollywood, Japão, França e permaneceremos na Inglaterra, mudando apenas o período. Vamos para 1774, uma era de moda, decadência e mudanças políticas. Numa época em que a mulher não era conhecida por poder expor seus pensamentos, a Duquesa de Devonshire, Georgiana Spencer (Keira Knightley), causava polêmica por seus ideais revolucionários, como não desejar permanecer ao lado de um cônjuge infiel. A jovem Knightley parece ter nascido para protagonizar filmes de época e sua silhueta esguia é o modelo perfeito para as figurinistas.

A direção é do britânico Saul Dib, do recente Suíte Francesa. Já os figurinos, foram criados pelo britânico Michael O´Connor, o primeiro homem da lista. O´Connor tem apenas três indicações ao Oscar e esta é sua única vitória. Entre seus trabalhos mais famosos estão O Último Rei da Escócia (2006) e estiloso Dredd (2012).

A Jovem Rainha Victoria

Victoria

Estão cansados de ver filmes de época na lista? Pois bem, aqui vai mais um. Novamente um filme que trata de uma mulher forte e à frente de seu tempo. Desta vez, a tal mulher é a Rainha Victoria da Inglaterra, e o período é 1840, mais ou menos. A protagonista é Emily Blunt, cujo desempenho foi elogiado. O comandante da obra é o canadense Jean-Marc Vallée (Clube de Compras Dallas e Livre) e a produção ficou por conta de ninguém menos do que Martin Scorsese, marcando mais um ponto para o diretor na lista. Os icônicos vestidos, assim como todo o figurino da obra, vieram da mente de Sandy Powell – ela de novo! Este, no entanto, foi o último prêmio (até o momento) da artista, que ainda tem mais um Oscar pelo figurino de Shakespeare Apaixonado (1998).

Alice no País das Maravilhas

Alice

Sim, amigo. Seu desejo foi atendido. Saímos dos filmes de época, para o cinema pipoca, num filme voltado exclusivamente ao entretenimento. Aqui, temos o mestre Tim Burton – um dos grandes nomes em matéria de visual chamativo – comandando esta adaptação de um dos contos mais famosos do autor Lewis Carroll. A imaginação de Burton vai longe e aqui ele pode brincar pela primeira vez com os efeitos em 3D. Além disso, os figurinos ousados, estilosos e, de forma geral, loucos, apenas somam na hora de concretizar o que o cineasta possui na cabeça. A modelo também ajuda, quando falamos em Mia Wasikowska.

Este tipo de filme é o paraíso para figurinistas, já que podem ousar e criar o máximo que suas imaginações permitirem, sem restrições. Voltamos a encontrar a norte-americana Colleen Atwood, em sua última vitória no Oscar, mas não a última indicação. Atwood ainda foi lembrada pela Academia por seu trabalho em Caminhos da Floresta (2014) e está atualmente cuidando das vestimentas na série Supergirl (2016). Além disso, a artista cuida dos figurinos dos vindouros O Caçador e a Rainha do Gelo, Alice Através do Espelho (continuação deste filme), O Lar das Crianças Peculiares (novo trabalho de Tim Burton) e Animais Fantásticos e Onde Habitam.

O Artista

Artist

Passando de um lugar fantástico para uma nova incursão na Hollywood antiga. O Artista foi também o grande vencedor do Oscar 2012, levando prêmios na categoria principal de melhor filme e também melhor ator e diretor. Este é o primeiro filme da lista a realizar tal façanha. Passado no final da década de 1920 até o inicio da década de 1930, a obra concentra-se em mostrar a vida de astros da era do cinema mudo, que perderam lugar, status e prestígio com o nascimento dos talkies, filmes com som. Essa ascensão e queda também é o tema de um dos maiores clássicos da sétima arte, Cantando na Chuva (1952).

Completando a gimmick, o próprio O Arista é por si só um filme mudo e em preto e branco, ousando ao ser lançado na era dos filmes 3D e de efeitos especiais mirabolantes. O Artista é também uma pequena joia que precisa ser encontrada por mais gente. Quem cuida dos elegantes figurinos da era de ouro de Hollywood é Mark Bridges, o segundo homem da lista. Bridges é o menos premiado da lista, com apenas outra indicação ao Oscar (Vício Inerente). O figurinista tem no currículo obras como O Mestre (2012), O Lado Bom da Vida (2012) e Cinquenta Tons de Cinza (2014).

Anna Karenina

Anna

Voltando aos filmes de época, temos a adaptação do romance clássico de Leo Tolstoy. Essa, no entanto, é uma abordagem diferente da história clássica, deixando tudo com uma aparência teatral, o que inclui principalmente a direção de arte e cenários. Em alguns momentos podemos notar claramente um palco; em outros, personagens entram e saem de cena se transportando como numa peça. Na trama icônica, a aristocrata russa Anna Karenina, vivendo no fim do século XIX, joga sua vida matrimonial e social para o alto para viver um affair com um elegante e jovem conde.

Novamente, Keira Knightley dá as caras em uma produção de época, mostrando que poucas são as atrizes que modelam melhor este tipo de figurino. Por trás da costura da produção, encontra-se Jacqueline Durran, que ganhou com o filme seu único Oscar. Durran tem outras três indicações: Orgulho & Preconceito (2005) – sem zumbis – Desejo e Reparação (2007) e Sr. Turner (2014). Durran também foi a responsável pelos figurinos dos recentes Peter Pan (2015) e Macbeth: Ambição e Guerra (2015).

O Grande Gatsby

Gatsby

Novo clássico, nova roupagem. Sai Leo Tolstoy, entra F. Scott Fitzgerald. O Grande Gatsby já havia sido adaptado para o cinema em 1974, escrito por Francis Ford Coppola e protagonizado por Robert Redford e Mia Farrow. Na nova versão, Baz Luhrmann (Romeu e Julieta) comanda o show, e Leonardo DiCaprio e Carey Mulligan assumem os papeis dos protagonistas apaixonados. E quando digo comanda o show, é literalmente isso o que vemos projetado na tela. A trama narra a ascensão de Jay Gatsby por meios ilegais, até se tornar um dos figurões mais ricos de uma Nova York, da década de 1920, em plena resseção de um dos períodos mais negros para a economia norte-americana.

A dissonância de um período escasso e seu contraponto, as altas festas dadas pelo protagonista, são o foco da obra. Excesso é a palavra de ordem. Para tais figurinos grandiosos, entra em cena a australiana Catherine Martin, esposa do diretor Luhrmann, produtora de todos os seus filmes desde Romeu e Julieta (1996) e figurinista de todos os seus filmes desde Moulin Rouge! (2001). Martin tem nada menos do que quatro prêmios no Oscar, dois por Moulin Rouge! (figurino e direção de arte) e dois por O Grande Gatsby (figurino e direção de arte). Além disso, a artista foi indicada mais outras duas vezes, por Romeu e Julieta (direção de arte) e Austrália (2008) – figurino.

O Grande Hotel Budapeste

Budapeste

Os filmes do diretor Wes Anderson são especiais. Esteticamente são inconfundíveis. Muitos apontam para esta parte técnica (direção de arte e figurinos) justamente como sua marca registrada. Anderson tem seus seguidores cult, mas foi com O Grande Hotel Budapeste que passou de um cineasta conhecido somente no circuito de arte para algo mais abrangente. A prova disso é que Hotel Budapeste arrecadou 9 indicações ao Oscar, vencendo 4 prêmios. Entre eles, o prêmio de melhor figurino para a italiana Milena Canonero, novamente premiada após Maria Antonieta (2006). A trama do filme gira em torno do peculiar hotel do título, de seus hóspedes e das desventuras de seu gerente (papel de Ralph Fiennes).

Mad Max: Estrada da Fúria

Mad Max

Um dos filmes favoritos do ano passado, é também um dos mais polêmicos. Amor e ódio dividem a obra. Existem aqueles que nunca haviam ouvido falar de Mad Max no cinema (precisam de uma aula urgentemente) e que por isso não souberem digerir o apresentado. Pior ainda foram os que não viram além das extasiantes cenas de ação (pobres coitados). Seja como for, o valor artístico da produção é quase inegável. A luta da Imperatriz Furiosa (Charlize Theron) para libertar escravas sexuais no futuro de uma terra desolada já é icônica. Os figurinos da franquia sempre foram especiais e marcaram a memória de todos os cinéfilos.

Porém, só nesta quarta (e ouso dizer, a melhor) incursão de Max na terra desolada, foram de fato lembrados. A imagem da figurinista Jenny Beavan vestindo uma bela jaqueta de couro (estampando um dos símbolos do filme), ao invés do costumeiro traje feminino na premiação (vestidos de todos os tipos) não deixa de ser um protesto. Foi pura rebeldia rock n roll. Beavan é uma veterana na indústria, exibindo outras 9 indicações ao Oscar (entre as últimas, O Discurso do Rei, Assassinato em Gosford Park e Anna e o Rei) e outra vitória por Uma Janela para o Amor (1985).

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