quinta-feira, março 28, 2024

10 grandes vozes femininas para ouvir no Dia Internacional das Mulheres

No dia 08 de março, comemora-se o Dia Internacional das Mulheres – e, ano após ano, percebe-se que a desigualdade de gênero nos diversos setores da sociedade permanece como um vírus imortal, seja no cinema, na ciência ou na música.

Felizmente, diversas artistas vêm lutando contra essa desigualdade e contra diversas outras mazelas que atingem as mulheres, como a falta de apoio governamental, os abusos domésticos e outras microagressões como o mansplaining e o gaslighting.

Pensando nisso, separamos uma breve lista com dez grandes vozes femininas para você ouvir hoje – selecionando aquelas que já narraram sobre feminismo, a luta das mulheres pela igualdade e pela equidade, e que falam abertamente sobre a disparidade de gênero.

Confira abaixo as nossas escolhas:

ARETHA FRANKLIN

É claro que Aretha Franklin, a Dama do Soul, não poderia ficar de fora da nossa lista. Considerada como uma das maiores artistas de todos os tempos (e a maior artista feminina da história), Franklin revolucionou o cenário musical desde sua estreia oficial e não pensou duas vezes antes de se envolver na luta pelos direitos civis e pelos direitos das mulheres, aliando-se a nomes como Angela Davis para falar sobre a desigualdade social. Dentre suas inúmeras canções que ficaram marcadas na história, podemos citar as clássicas “Respect”, “The Sister Are Doin’ It for Themselves” “(You Make Me Feel) A Natural Woman”.

BEYONCÉ

Uma das maiores artistas vivas – e recordista de vitórias no Grammy Awards -, a estética musical de Beyoncé permanece mais atual do que nunca. É claro que a icônica Queen B é um dos símbolos da luta pela igualdade racial, mas aproveitou experiências próprias para compor um álbum inteiro sobre a traição que sofreu, ‘Lemonade’, aproveitando esse trauma pessoal para discorrer acerca do número absurdo de mulheres negras que sofrem com esse tipo de abuso. Dentre outras investidas, temos “Run the World (Girls)”“Single Ladies (Put a Ring on It)”“If I Were a Boy” (apenas para mencionar algumas).

ELLA FITZGERALD

Mais uma gigante para a nossa lista: a Rainha do Jazz, Ella Fitzgerald. Começando sua carreira no final dos anos 1920, Fitzgerald trouxe representatividade feminina e negra ao cenário musical, reclamando o jazz como parte da cultura afro-americana e ganhando notoriedade pela pureza de seu tom de voz, bem como sua dicção impecável e seu fraseamento espetacular. Dona de inúmeros sucessos eternizados na cultura mundial, Fitzgerald também aproveitou para falar sobre temas de extrema importância em canções como “Someone To Watch Over Me”“I’m Waitin’ for the Junkman”.

Não deixe de assistir:

ELZA SOARES

Elza Soares nos deixou no começo desse ano – e seu falecimento representou uma perda inestimável à cultura brasileira e à nossa história. Soares foi e continua como uma das maiores vozes nacionais, e não se contentou apenas ao cenário fonográfico, posando como uma das importantes figuras na luta pela igualdade de gênero no país. Seu disco ‘A mulher do fim do mundo’, por exemplo, descreve a dura realidade enfrentada pelas mulheres, enquanto “Maria da Vila Matilde”, uma de suas faixas mais pungentes, discorre sobre uma personagem que não suporta mais ser violentada pelo companheiro.

IZA

A cantora e compositora carioca IZA é um dos nomes mais conhecidos da nova geração da música brasileira – e, desde sua estreia com o álbum ‘Dona de Mim’, utilizou a plataforma fonográfica para tratar de temáticas sociais, principalmente no tocante à comunidade negra e às mulheres. Em uma onda de autoconhecimento e de liberdade sexual (algo que vem incomodando o conservadorismo retrógrado do país), a produção explode em um antêmico discurso de empoderamento que merece ser apreciado por completo.

LADY GAGA

Lady Gaga é uma das maiores artistas de todos os tempos e, desde sua estreia em 2008, nunca permitiu que alguém lhe dissesse o que fazer. Responsável por trazer a arte-performance à música e a criar um novo tipo de espetáculo multimídia, Gaga é aplaudida até hoje por sua invejável capacidade de se reinventar e se adaptar aos mais diversos estilos e gêneros – e pelos discursos de aceitação e de empoderamento que traz a canções como “Scheiße”“Free Woman”“Born This Way”“Hey Girl”.

MADONNA

A Rainha do Pop Madonna pavimentou o caminho para diversas performers que viriam depois dela – como as supracitadas Beyoncé e Lady Gaga. Seu impacto na cultura pop é inegável e incomensurável, chocando setores tradicionalistas da sociedade em prol de discursos de libertação e do poder das mulheres, como as memoráveis rendições “Express Yourself”“What It Feels Like for a Girl”“Girl Gone Wild”, atravessando décadas com versos ácidos e recheados de ironias apaixonantes.

NINA SIMONE

São poucos os nomes que conseguiram chegar ao mesmo nível de impacto socio-artístico de Nina Simone. Eternizada originalmente com “Feeling Good”, que foi regravada centenas de milhares de vezes com o passar dos anos, Simone, bem como as conterrâneas Aretha Franklin e Ella Fitzgerald, se envolveu com o movimento dos direitos civis e expôs os padrões eurocêntricos impostos pelo imperialismo europeu às mulheres negras, como visto na irretocável “Four Women”, além de incentivá-las a compreender que a beleza é algo subjetivo e deve ser entendida fora de influências sociais, como em “I Put a Spell on You”.

PITTY

Pitty sempre remou contra a maré e nunca se importou em cutucar aqueles que precisavam ser cutucados – criticando a desigualdade de gênero com força ferrenha e com desejo de mudança (algo que conseguiu com sua expressiva presença no escopo do entretenimento). Uma de suas músicas mais marcantes, “Desconstruindo Amélia”, narra a história de uma mulher criada para ser dona de casa, mãe, prendada e subserviente a uma sociedade patriarcal, aproveitando para desconstruir essa imagem desmoralizante que vários homens ainda têm sobre as mulheres.

RITA LEE

Quando pensamos no cenário musical brasileiro clássico, nossa mente logo coloca Rita Lee entre os principais nomes. E não é por menos: a Rainha do Rock nacional é uma voz ativa tanto política quanto artisticamente desde quando integrava o grupo Os Mutantes. Misturando o rock à psicodelia do tropicalismo e do new wave, Lee já vendeu 55 milhões de discos ao redor do mundo e foi a pioneira do hibridismo de gêneros. Sua obra-prima, ‘Fruto Proibido’, é um marco na história brasileira e entrou para a lista dos melhores discos nacionais da revista Rolling Stone – enquanto “Pagu” consagra-se como um hino feminista que diz que as mulheres podem ser o que bem entenderem.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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