Completa 20 anos em 2025 um dos filmes mais tensos quando pensamos em possessões. Baseado na aterrorizante história real de uma jovem chamada Anneliese Michel, ocorrida na Alemanha em meados da década de 70, o projeto dirigido por Scott Derrickson – O Exorcismo de Emily Rose – caminha pelo drama de tribunal até chegar aos seus porquês através de cenas de embrulhar o estômago sem esquecer do conflito entre a fé e a ciência.

Quando o Padre Moore (Tom Wilkinson) é levado até o tribunal sob a acusação de negligência na morte da jovem universitária Emily Rose (Jennifer Carpenter), que passou por um exorcismo, a advogada Erin (Laura Linney) assume o caso e fará de tudo para provar sua inocência.

Longe de ser um filme de terror semelhante a outros por aí, a narrativa se joga em questões mais amplas e complexas, usando flashbacks, em torno da ação do exorcismo que levou ao destino cruel de Emily. A partir do que é apresentado, o público fica em dúvida em muitos momentos sobre se o réu é culpado ou inocente. Por essas estradas de reflexões, chegamos na visão da igreja sobre o caso, da família, de uma advogada que passa a repensar sobre o que acredita, até mesmo a de um promotor católico fervoroso.

A produção foi meticulosa em como retratar os seus momentos mais tensos e também as cenas dentro do tribunal. Teve uso de bonecas, referências de pinturas do pintor figurativo britânico Francis Bacon, câmeras penduradas em cordas, uso de variadas luzes para anteceder momentos chaves, além de inspirações em outros filmes de tribunal famosos como o clássico do final da década de 1950 dirigido por Otto Preminger, Anatomia de um Crime.

Mas precisamos falar com mais detalhes sobre o maior destaque do filme: a inesquecível atuação de Jennifer Carpenter. A atriz que na época tinha 25 anos e ficaria famosa anos mais tarde por sua participação na série Dexter foi indicada por Laura Linney e teve um intenso preparo para o papel ficando inclusive horas em salas cheias de espelhos e treinando posições corporais. Esforço esse que valeu a pena: tudo que assistimos do seu trabalho eleva a qualidade da tensão vista em tela. Chega a ser impressionante!

Rodo todo na cidade de Vancouver, no Canadá, O Exorcismo de Emily Rose é um daqueles filmes que assistimos e nunca mais esquecemos! Pra quem ainda não viu, ou quer rever, está disponível na Max.