quarta-feira, agosto 20, 2025
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    Crítica | Adam Sandler nos diverte com a descompensada sequência ‘Um Maluco no Golfe 2’

    Quando paramos para pensar em comédias-pastelão hollywoodianas, Adam Sandler é um dos nomes que nos vêm à cabeça de imediato. O ator, produtor e roteirista é o nome por trás de alguns dos filmes mais rentáveis das últimas décadas, aliando-se a um time conhecido de performers que estrelam produções de grande apreço pelo público – ainda que duramente massacradas pelos críticos ao redor do mundo. E, dentro de uma prolífica carreira, um dos títulos mais famosos protagonizados por Sandler é ‘Um Maluco no Golfe’: lançado em 1996, a trama acompanhou Happy Gilmore, um rapaz com ímpetos raivosos que usou suas incríveis habilidades no golfe para se tornar um astro do esporte e salvar a casa de sua avó, que está prestes a ser hipotecada.

    Através de um bom humor e de homenagens aos clássicos do gênero, Sandler criou um filme que alcançaria status cult entre seus fãs – e que, quase três décadas mais tarde, ganharia uma inesperada sequência. Considerando o contrato multimilionário que assinou com a Netflix, não foi nenhuma surpresa quando a plataforma de streaming anunciou o lançamento exclusivo do longa-metragem: disponibilizado no último dia 25 de julho, a produção é uma narrativa surpreendentemente sólida que apresenta dois atos sólidos àqueles que procuram uma diversão “boba” para o final de semana e que se perde em uma conclusão rápida demais para condizer com o restante do enredo.

    A trama traz Sandler de volta como Happy, que aposentou os tacos de golfe após ser responsável pela acidental morte da esposa, Virginia (Julie Bowen). Afundando-se na bebida e responsável por cinco filhos, Happy perde a casa da família e se muda para um “fim de mundo” com a filha mais nova, Vienna (Sunny Sandler), enquanto seus filhos vivem a própria vida. Ainda que esteja complacente com um cotidiano que, de fato, não tinha premeditado, ele se vê num dilema ao perceber o potencial de Vienna para o ballet sendo desperdiçado pela falta de prospecto e por sua constante culpa que insiste em assombrá-lo como um fantasma. Dessa maneira, ele decide voltar à ativa, trilhando a passos curtos um retorno glorioso para a fama que outrora tinha – e enfrentando uma nova geração de golfistas que o coloca em conflito iminente consigo mesmo.

    Para a sequência, Sandler se une novamente a Tim Herlihy para firmar um roteiro que sabemos como será desenvolvido: enquanto o filme original nos apresentou a um anti-herói, aqui somos convidados a vê-lo na terceira idade e no momento em que atinge o fundo do poço – tentando recuperar os dias de glórias através de uma personalidade inconsequente e que lhe custa cada vez mais caro. Porém, como é costumeiro em produções assim, as coisas acabam dando certo e somos engolfados em uma mensagem de bonança e da celebração da família que pode até ser superficial, mas faz sentido dentro do que nos é apresentado. É claro que o ato de conclusão do longa, como mencionado acima, é dotado de ocasionalismos exagerados demais para serem palpáveis e parecem apenar tapar buracos e correr com a história.

    Kyle Newachek, responsável pela direção da obra, tem um apreço considerável e bem claro às icônicas esquetes em vaudeville de ‘Os Trapalhões’, imbuindo uma continuidade estilística e técnica de outros projetos estrelados e produzidos por Sandler. Em outras palavras, há um preciosismo em relação à comédia física e a uma estranha inclinação a piadas escatológicas que ganha vida efêmera em meio a tantas coisas familiares; mas é o comprometimento com a falta de seriedade que nos faz comprar essa “farofada” audiovisual, e o modo como Sandler presta homenagem a um de seus projetos favoritos.

    A sequência pode até parecer apaixonada demais pelo filme anterior, chegando em certos momentos a inflar o verdadeiro impacto guiado por Happy Gilmore; porém, é possível ver que o coração dessa patacoada esportiva está no lugar correto e o elenco faz questão de se divertir do começo ao fim com seus respectivos personagens. Temos Christopher McDonald reprisando seu papel como Shooter McGavin em um arco de redenção ao lado de Happy; Bad Bunny trazendo uma ótima presença como Oscar Mejías, carregador dos tacos de golfe de Happy que tem o sonho de abrir seu próprio negócio; Benny Safdie como Frank Manatee, CEO de uma empresa de bebidas que quer enterrar o jeito antigo de jogar golfe e criar outro tipo de competição; e Ben Stiller retornando como Hal L., o charlatão e abusivo líder de um grupo de reabilitação e que nos foi introduzido em ‘O Halloween do Hubie’.

    De fato, não há nada de novo a ser visto em ‘Um Maluco no Golfe 2’ além de uma nostalgia prática e que é destinada aos fãs inveterados de Adam Sandler. Porém, se conseguirmos deixar de lado os óbvios deslizes, é muito provável que o resultado seja aprazível o suficiente para aqueles que não procuram algo difícil de ser acompanhado.

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