Ele se foi. É duro, caros leitores, mas a “Lenda Viva dos Quadrinhos” não está mais entre nós. Lidar com coisas assim é muito difícil, porque é complicado de entender como se pode sentir tanto a falta de alguém que a gente nem ao menos conheceu.
Stanley Martin Lieber viu a história moderna ser escrita, mas não se contentou com isso. Ele teve de criar, cocriar e trazer à vida os ícones do nosso tempo. É um legado tão vasto e bonito que fica difícil de explicar, só dá pra sentir e admirar. Essa perda de hoje serve para nos mostrar que até mesmo um senhorzinho de 95 anos pode deixar a vida comum rumo à Imortalidade. Basta ter uma ideia na cabeça e executá-la com empenho.
Suas obras não serão esquecidas. Suas ideias não serão apagadas. Seu carisma é eterno, apesar das controvérsias na carreira. Stan Lee foi uma lenda acessível, admirado tanto pela Marvel quanto pela DC. Seu estado de saúde já não era bom faz tempo. E desde que Joan, sua esposa, faleceu, muitos diziam que era só questão de tempo até que Stan se juntasse a ela. Afinal, depois de passar quase 70 anos juntos, cada dia sem a companheira devia ser muito triste. Ele, porém, parte deixando uma mensagem tão incrível quanto suas histórias: acreditem em vocês mesmos.
Stan era oriundo do Bronx. Tinha origem humilde, mas nunca duvidou do que poderia fazer. Aos 95 anos, não há um sonho que ele não tenha alcançado, profissionalmente falando. Além de querer ser um grande escritor, o jovem aspirava trabalhar como ator. Apesar de não ter feito nenhum papel de protagonista, tem como alguém dizer que suas performances em tela não foram memoráveis? Falando nisso, sua participação está garantida até Vingadores 4. Os irmãos Russo gravaram cerca de três Cameos de uma vez, já pensando na fragilidade de Stan.
Ele aproveitou como ninguém, foi amado como ninguém… Viveu como ninguém. E suas histórias ajudaram muita gente também, inclusive esse que vos escreve. Minha adolescência foi marcada fortemente pelas histórias do Homem-Aranha, Demolidor e, meu favorito, o Capitão América dos anos 60. Materiais fantásticos que traziam esperança e ingenuidade para um jovem meio confuso diante do mundo atual.
Essa segunda-feira (12) é um dia de luto no Universo Marvel. É uma perda sentida em todas as realidades do Multiverso e vai ser assim por muito tempo, porque diferente dos nossos heróis dos cinemas/quadrinhos, não tem Reino Quântico ou Viagem no Tempo que o traga de volta. Infelizmente. Por isso, sintam sua perda, mas aproveitem ao máximo a vida, porque Stan aproveitou muito a dele e gostaria que seus fãs fizessem o mesmo.