quinta-feira, abril 18, 2024

Aquisições MASSIVAS se tornam a nova estratégia no entretenimento – de Filmes e Games

Filmes e games compartilham de tendência crescente

O ato de uma empresa comprar outra, principalmente do mesmo segmento, definitivamente não é uma novidade. Muitas vezes essa estratégia funciona como uma maneira de assegurar menor concorrência e, ou, influência sobre um segmento em específico. Evidentemente sempre há o risco de se criar um monopólio quando essa prática ocorre envolvendo duas marcas gigantes.

Recentemente a Sony anunciou um acordo pela aquisição da Bungie, uma famosa desenvolvedora de games norte-americana, pelo valor de US$ 3,6 Bilhões. Em meio ao currículo da Bungie, há de se destacar a criação da saga Halo que se tornou um dos carros fortes do Xbox desde seu lançamento nos anos 2000.

Mesmo que a franquia de ficção científica não seja propriedade da Bungie (mas sim da Microsoft), isso não diminui o peso de um catálogo que possui a IP Destiny (um dos grandes cases modernos de Multiplayer de serviço a ser considerado um sucesso). Na altura que a Microsoft adquiriu a Bungie nos anos 2000 foi pago um valor de pouco mais de US$ 20 milhões, tal união se estendeu até 2007 quando a desenvolvedora voltou a ser independente.

Sony terá a sua disposição o popular multiplayer

Apesar de a empresa não estar presente na Bolsa de Valores, normalmente é feito um exercício de se teorizar quanto sua fatia estaria valendo. O portal Buy Shares In realizou um exercício de simulação de quanto orbitaria esse preço, tendo como base a cotação atual das ações da EA Games, uma vez que ambas são grandes nomes da indústria.

À época que o artigo foi escrito as ações da companhia estavam à US$ 120 (já a altura que o texto está sendo fechado elas estão a US$ 137 por ação), o que permite uma idealização de que a performance da Bungie não estaria muito distante desse quadro. Em setembro de 2020 foi reportado pela Forbes que a Microsoft tentou comprar a Bungie “diversas vezes”, porém o preço elevado sempre anulou quaisquer chances do retorno.

O timing da notícia já antecipava o planejamento da Microsoft de tomada do mercado de jogos; adquirir a Bungie, e por consequente Destiny, daria uma enorme vantagem para a empresa de Bill Gates no campo dos jogos de serviço. Dito “antecipou” pois em março do ano seguinte foi anunciada a aquisição da Bethesda pela Microsoft, numa negociação que envolveu US$ 7,5 bilhões.

A aquisição da Bethesda causou um impacto profundo na indústria

Essa compra não concedeu à titã da tecnologia o controle sobre uma franquia de serviço porém lhes concedeu um catálogo consagrado com títulos como Fallout, Doom Eternal e, possivelmente acima de tudo, a saga The Elder Scrolls (mais especificamente o bem sucedido Skyrim e o multiplayer da franquia).

O que leva até janeiro de 2022 quando a Microsoft anunciou sua maior aquisição até o momento: a Activision Blizzard; A mesma empresa que detém o domínio sobre a bilionária franquia Call of Duty (cujo multiplayer de Modern Warfare se tornou o mais lucrativo de 2020, com US$ 1,9 bilhão), bem como das referências de jogos online como Overwatch, World of Warcraft e até mesmo Starcraft.

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O total gasto é tido como custando pouco menos de US$ 69 bilhões, o qual o próprio site oficial da Microsoft noticiou esse montante como a somatória de todas as ações compradas da Activision Blizzard pelo valor de US$ 95,00 cada. Com esse investimento a gigante finca sua bandeira em múltiplas marcas de um segmento em constante expansão e, mais importante, notavelmente lucrativas dos games. 

O multiplayer de “Modern Warfare” foi o mais lucrativo do mundo

Não só isso, mas a própria fonte oficial estabelece a aquisição como um passo importante para a empresa se consolidar no campo, ainda recente, do metaverso. O site How to Geek em artigo recente puxou a atenção também para o maior enriquecimento do Game Pass (serviço de assinatura exclusivo do Xbox que fornece um catálogo variado de jogos on demand) que hoje conta com 25 milhões de inscritos. 

Esse quadro coloca o mencionado serviço muito à frente de outros competidores como PS Plus da Sony ou o EA Play da EA Games. Entretanto, a estratégia de uma empresa gigantesca absorver outra de igual importância para ganhar vantagem na disputa do espaço virtual não está limitada aos games, como se sabe bem.

A Walt Disney Company detém um longo histórico de adquirir marcas culturalmente influentes ou com grande potencial, colocando-as sobre seu guarda-chuva, porém permitindo uma considerável liberdade criativa enquanto que as mesmas correspondam à confiança. Em 2006 eles anunciaram a compra da Pixar, até então pertencente à Steve Jobs, por US$ 7,4 bilhão. No período o estúdio já era reverenciado por animações como Toy Story e Procurando Nemo.

A grande expansão por uma aquisição também aconteceu com a Disney após comprar a Pixar

Três anos depois foi confirmada a compra da Marvel Entertainment por US$ 4 bilhões, cujas ações começaram o ano de 2009 valendo US$ 30,75 para então fechar o ano em US$ 54,03; um ganho percentual de 75,71% em um período que o MCU ainda engatinhava com o primeiro Homem de Ferro e o Incrível Hulk.

Em outubro de 2012 veio anúncio de que a Lucasfilm (e portanto a marca Star Wars) se uniriam à “Casa do Mickey” por US$ 4 bilhões; um esforço evidente de versificar as franquias de sucesso da Disney, que a essa altura já tinha o MCU como sua jóia e imediatamente anunciou a produção de um novo capítulo da franquia criada por George Lucas

Foi somente em março de 2019 que a compra da gigante 20st Century Fox chegou aos olhos do público pelo valor monumental de US$ 71 bilhões, em um contexto completamente diferente das anteriores. A partir desse ano a disputa das companhias de entretenimento já tinham voltado seus olhos para o crescimento do streaming e o domínio inquestionável da Netflix .

A Amazon já contava com uma expansão do Prime Vídeo, a Apple TV tinha lançamento agendado para primeiro de novembro de 2019 e o HBO Max só estrearia no ano seguinte. A aquisição de um catálogo, até então concorrente, que possui franquias estabelecidas como Alien e Simpsons; propriedades da própria Marvel bem como a maior bilheteria da história na figura de Avatar foi um movimento pensado para enriquecer o próprio projeto da, então vindoura,  Disney Plus em novembro de 2019.

Independente de ser na indústria dos jogos ou dos filmes, tais aquisições possuem dois efeitos colaterais inevitáveis: o aquecimento geral do mercado de ações, principalmente das partes envolvidas, e a diminuição no número de empresas autônomas na indústria; uma vez que, por exemplo, tanto a 20th Century Studios quanto a Activision Blizzard respondem agora a uma “entidade” maior.

 

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