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Por incrível que pareça, a década de 2020 já está caminhando para sua metade – e, no cenário musical, fomos marcados por diversas incursões sonoras perfeitas e que partiram de artistas incríveis.
Desde 2020, nomes como Lady Gaga, Ariana Grande, Beyoncé, Taylor Swift, Fiona Apple, Bob Dylan, Dua Lipa e inúmeros outros dominaram as paradas ao redor do mundo com reflexões sobre a vida, hinos hedonistas de dança e empoderamento, ou até mesmo experimentações inesperadas que trouxeram elementos novos ao mainstream.
Pensando nisso, preparamos uma breve lista elencando as dez melhores músicas da década de 2020 até o momento.
Veja abaixo as nossas escolhas e conte para nós qual a sua favorita:
10. “DESTROYER”, Of Monsters and Men
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Em “Destroyer”, canção lançada sem muito apoio promocional e acompanhada apenas de um bem articulado lyric video, os vocalistas Nanna Bryndís Hilmarsdóttir e Ragnar Þórhallsson, que configuram o grupo conhecido como Of Monsters and Men, calcam uma jornada bastante simbólica, recheada de elementos que ressoam a produção anteriores, mas que se jogam de cabeça no chamber rock e na progressão explosiva de uma narrativa sobre não ter medo de enfrentar seus medos, por mais que caiamos várias vezes.
9. “EXILE”, Taylor Swift feat. Bon Iver
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“Exile” é uma das melhores músicas da memória recente e uniu Taylor Swift à conhecida e grave voz de Bon Iver em uma tocante história de dois amantes separados por circunstâncias inexplicáveis. Emergindo como a melhor colaboração da artista de “Safe & Sound”, a canção é uma balada indie folk com elementos do gospel e com uma química apaixonante entre os dois vocalistas.
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8. “SAOKO”, ROSALÍA
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Com ‘MOTOMAMI’, ROSALÍA lançou seu melhor e mais experimental álbum até hoje, utilizando toda sua criatividade para refletir sobre a própria vida. E um dos singles oficiais da produção vem com “Saoko”, uma investida extremamente conceitual que desconstrói conceitos do reggaeton e do cyberpunk, unindo-os em uma alternância de estilos que não poderia ser feita por mais ninguém além dessa já memorável artista.
7. “BEGIN AGAIN”, Jessie Ware
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Três anos depois da espetacular obra-prima ‘What’s Your Pleasure’, Jessie Ware voltou para nos agraciar com mais uma impecável jornada pela música com ‘That! Feels Good!’, uma ode ao prazer e à alegria que caminha por inúmeros estilos musicais que nos arremessam diretamente à pista de dança. E um dos carros-chefe do compilado é “Begin Again”, uma deliciosa e operística gama de elementos conflituosos que criam mágica através de uma trama hedonista e cheia de paixão – e que traz, inclusive, elementos brasileiros da bossa nova.
6. “SHAMEIKA”, Fiona Apple
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A inexplicavelmente divertida “Shameika” é o carro-chefe de ‘Fetch the Bolt Cutters’, mais novo álbum da aclamada Fiona Apple. Aqui, a performa volta suas influências para o art pop e o baroque pop que a colocou nos holofotes ainda em 1996 com ‘Tidal’, escrevendo um solilóquio de independência marcado pelo cotidiano e pelo banal.
5. “BABY 95”, Liniker
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Liniker, um dos mais importantes nomes do cenário fonográfico brasileiro, entregou um projeto extraordinário em 2021 e lançou, como um dos singles, a delicada balada “Baby 95”. Estendendo suas ramificações para a simplicidade sonora dos anos 1980, marcada pelo piano e pela ecoante bateria, a artista fala sobre o enlace romântico entre duas pessoas e até mesmo se deixa levar pelas incursões da bossa-nova.
4. “CHROMATICA II + 911”, Lady Gaga
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A maior conquista de ‘Chromatica’, de Lady Gaga, e já ter nascido carregando um legado gigantesco. Trazendo o house de volta à vida e já influenciando diversos outros artistas a fazer o mesmo – incluindo One Bit -, o novo álbum veio acompanhado de diversos hinos dignos de nota. Um deles é a fusão criada pela cinemática “Chromatica II” e pelo electro-synth de “911”. Quando as tracks unem-se em um viagem no tempo e futurista, estamos prontos para algo original e arrefecedor; a canção é uma ode mimética à aclamada dupla Daft Punk, cujas linhas europeias são trazidas para o mainstream norte-americano com um peso eletrônico que converge e diverge ao longo de quase três minutos.
3. “ALIEN SUPERSTAR”, Beyoncé
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Beyoncé voltou com força total em 2022 ao lançar o aguardado e antecipadíssimo ‘Renaissance – Act I’. O projeto, primeiro capítulo de uma ambiciosa trilogia sonora, já ascendeu ao patamar dos melhores do ano e da década (ao menos na opinião desta que vos fala) e honrou a cultura negra com uma celebração antêmica do house e do disco. E, dentre as várias canções, “Alien Superstar” nos chama a atenção pela produção impecável e pelo caráter explosivo de suas texturas, mergulhando no poder dos sintetizadores, do voguing e dos ballrooms do Brooklyn dos anos 70 e 80.
2. “A&W”, Lana Del Rey
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O destaque de ‘Did You Know That There’s a Tunnel Under Ocean Blvd.’, oitavo álbum de Lana Del Rey, destina-se à “A&W”. A música, lançada como segundo single do compilado, ergue-se sobre uma estrutura indie-country melodramática, comungando com os belíssimos vocais abafados de Lana e sua intrínseca conexão com a arte que faz com tanto esmero. O enredo é centrado em uma profunda crítica aos estereótipos de gênero que ainda estão enraizados na sociedade – além de lançar-se a uma análise sociopolítica da vida das mulheres. E nada (repito, nada) poderia nos preparar para a brusca mudança do americana para um sensual trap-pop que traz o melhor de Del Rey à tona e nos relembra o motivo de termos nos apaixonado por ela tantos anos atrás.
1. “L’ENFER”, Stromae
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É provável que você nunca tenha ouvido de falar de Stromae – mas certamente deveria. O cantor e compositor belga retornou em 2022 com o incrível ‘Multitude’ e, dentro dessa melancólica e expressiva jornada, rendeu-se à melhor faixa do ano até agora – a profunda “L’Enfer”. Movida pelas densas notas de um piano clássico e pela interpolação com urgentes sintetizadores, a canção fala sobre depressão e pensamentos suicidas, enquanto realiza uma compressão niilista sobre o mundo e sobre a vida.