domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica 2 | Jurassic World: Reino Ameçado [com SPOILERS]

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T-rEx-Machina

Com estreia no dia 21, mas com algumas sessões de pré-estreia já acontecendo, Jurassic World: Reino Ameaçado traz a direção excelente de Juan Antonio Bayona, que dá ao filme um tom muito diferente dos outros capítulos da franquia. Quase uma obra de terror, Jurassic World 2 não é perfeito, mas é extremamente eficiente dentro daquilo que se propõe.

Ambientado três anos depois do filme anterior, Reino Ameaçado mostra o mundo após a chacina causada pelo terrível Indominus Rex. Muita coisa mudou e uma fatalidade está prestes a acontecer: o vulcão da Ilha Nublar foi reclassificado como “ativo” e pode entrar em erupção a qualquer momento. Diante disso, o governo dos Estados Unidos começa a fazer audições para saber se eles devem interferir e salvar os dinossauros restantes, ou se devem deixá-los na ilha para que a natureza possa agir.



Pra começar, o segundo capítulo da trilogia Jurassic World mostra toda sua vontade de se afastar da franquia Jurassic Park. Apesar de seguir uma estrutura narrativa bem próxima de O Mundo Perdido (1997), dá para ver a diferença na abordagem e o desejo de enfim afirmar que não se trata apenas de um reboot, mas de um conteúdo próprio, com ideias novas.

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Dito isso, muitos fãs da trilogia original podem fechar a cara para essas ideias novas. Desde o primeiro Jurassic World, já dava para perceber que essa saga exigiria um pouco mais de imaginação e inocência a fim de ter suas ideias compradas. Enquanto o original apostava na nostalgia, a sequência quer estabelecer o futuro da saga e um tom de tensão mais intenso do que no próprio Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros (1993).

Mas o que é essa tal nova ideia tão absurda, porém, curiosa? Dinossauros sendo usados como armas. É, pois é… entretanto, por mais surreal que possa parecer, a direção do filme conduz a trama de um jeito que te faz comprar a ideia e até mesmo ansiar pelo próximo capítulo. Confesso que saí da sala completamente surpreso e curioso para ver como irão lidar com o final de Reino Ameaçado.

As atuações estão no mesmo nível do primeiro Jurassic World. O destaque negativo nesse setor fica com Justice Webb, o alívio “cômico” do filme, que é tão engraçado quanto um atropelamento de unicórnio. Não é engraçado. O próprio Chris Pratt, que tinha uma função mais humorística anteriormente, acaba tendo uma abordagem um tiquinho mais séria. Ele está uma representação perfeita do Indiana Jones de Harrison Ford.

Agora, mesmo querendo se distanciar do original, o respeito e admiração usados para tratar de assuntos que remetem ao filme de 93 são fantásticos. Você vê o trabalho feito por alguém que realmente gosta e entende do assunto! Um ponto digno de aplausos é a representação de todas as teorias sobre a extinção dos dinossauros em cada cena de perigo aos lagartões.

As teorias mais conhecidas sobre o que poderia ter causado a morte dos dinossauros são a queda do asteroide, as erupções vulcânicas, os gases tóxicos e a evolução dos sobreviventes. O filme mostra uma cena para cada teoria dessas. Temos o vulcão explodindo, as pedras de foco caindo em direção aos répteis, uma cena de sufocamento por gás (em que eles estão privados da luz do sol) e a disputa evolutiva entre as espécies.

O incômodo surge em razão de algumas conveniências de roteiro que poderiam ter sido resolvidas com um pouco mais de empenho no roteiro. A principal delas é o T-Rex Ex-Machina, carinhosamente apelidado por mim como T-rEx-Machina. Ela aparece de duas a três vezes ao longo do filme para salvar os protagonistas. Já era estranho abordar a T-Rex como heroína no primeiro Jurassic World, mas persistir nesse erro é muito estranho. Soa como interferência do estúdio.

Falando nisso, mesmo com a nítida participação da Universal nos rumos do filme, Bayona entendeu o que eles queriam e soube dar sua assinatura em cima do genérico. Ele não está em seu melhor, como em O Orfanato (2007), por exemplo, mas é um trabalho absurdamente competente. Ele cria tensão e faz suspense com os detalhes mais sutis. É a melhor coisa do filme.

Ideal para quem busca entretenimento de qualidade com toques de terror psicológico, Jurassic World: Reino Ameaçado vale o preço do ingresso. Melhor que  seu antecessor, ele promete novos rumos para a franquia e mesmo se sustentando sozinho, deixa um gancho sensacional para o terceiro.

OBS: Tem cena pós-créditos.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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Com estreia no dia 21, mas com algumas sessões de pré-estreia já acontecendo, Jurassic World: Reino Ameaçado traz a direção excelente de Juan Antonio Bayona, que dá ao filme um tom muito diferente dos outros capítulos da franquia. Quase uma obra de terror, Jurassic World 2 não é perfeito, mas é extremamente eficiente dentro daquilo que se propõe.

Ambientado três anos depois do filme anterior, Reino Ameaçado mostra o mundo após a chacina causada pelo terrível Indominus Rex. Muita coisa mudou e uma fatalidade está prestes a acontecer: o vulcão da Ilha Nublar foi reclassificado como “ativo” e pode entrar em erupção a qualquer momento. Diante disso, o governo dos Estados Unidos começa a fazer audições para saber se eles devem interferir e salvar os dinossauros restantes, ou se devem deixá-los na ilha para que a natureza possa agir.

Pra começar, o segundo capítulo da trilogia Jurassic World mostra toda sua vontade de se afastar da franquia Jurassic Park. Apesar de seguir uma estrutura narrativa bem próxima de O Mundo Perdido (1997), dá para ver a diferença na abordagem e o desejo de enfim afirmar que não se trata apenas de um reboot, mas de um conteúdo próprio, com ideias novas.

Dito isso, muitos fãs da trilogia original podem fechar a cara para essas ideias novas. Desde o primeiro Jurassic World, já dava para perceber que essa saga exigiria um pouco mais de imaginação e inocência a fim de ter suas ideias compradas. Enquanto o original apostava na nostalgia, a sequência quer estabelecer o futuro da saga e um tom de tensão mais intenso do que no próprio Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros (1993).

Mas o que é essa tal nova ideia tão absurda, porém, curiosa? Dinossauros sendo usados como armas. É, pois é… entretanto, por mais surreal que possa parecer, a direção do filme conduz a trama de um jeito que te faz comprar a ideia e até mesmo ansiar pelo próximo capítulo. Confesso que saí da sala completamente surpreso e curioso para ver como irão lidar com o final de Reino Ameaçado.

As atuações estão no mesmo nível do primeiro Jurassic World. O destaque negativo nesse setor fica com Justice Webb, o alívio “cômico” do filme, que é tão engraçado quanto um atropelamento de unicórnio. Não é engraçado. O próprio Chris Pratt, que tinha uma função mais humorística anteriormente, acaba tendo uma abordagem um tiquinho mais séria. Ele está uma representação perfeita do Indiana Jones de Harrison Ford.

Agora, mesmo querendo se distanciar do original, o respeito e admiração usados para tratar de assuntos que remetem ao filme de 93 são fantásticos. Você vê o trabalho feito por alguém que realmente gosta e entende do assunto! Um ponto digno de aplausos é a representação de todas as teorias sobre a extinção dos dinossauros em cada cena de perigo aos lagartões.

As teorias mais conhecidas sobre o que poderia ter causado a morte dos dinossauros são a queda do asteroide, as erupções vulcânicas, os gases tóxicos e a evolução dos sobreviventes. O filme mostra uma cena para cada teoria dessas. Temos o vulcão explodindo, as pedras de foco caindo em direção aos répteis, uma cena de sufocamento por gás (em que eles estão privados da luz do sol) e a disputa evolutiva entre as espécies.

O incômodo surge em razão de algumas conveniências de roteiro que poderiam ter sido resolvidas com um pouco mais de empenho no roteiro. A principal delas é o T-Rex Ex-Machina, carinhosamente apelidado por mim como T-rEx-Machina. Ela aparece de duas a três vezes ao longo do filme para salvar os protagonistas. Já era estranho abordar a T-Rex como heroína no primeiro Jurassic World, mas persistir nesse erro é muito estranho. Soa como interferência do estúdio.

Falando nisso, mesmo com a nítida participação da Universal nos rumos do filme, Bayona entendeu o que eles queriam e soube dar sua assinatura em cima do genérico. Ele não está em seu melhor, como em O Orfanato (2007), por exemplo, mas é um trabalho absurdamente competente. Ele cria tensão e faz suspense com os detalhes mais sutis. É a melhor coisa do filme.

Ideal para quem busca entretenimento de qualidade com toques de terror psicológico, Jurassic World: Reino Ameaçado vale o preço do ingresso. Melhor que  seu antecessor, ele promete novos rumos para a franquia e mesmo se sustentando sozinho, deixa um gancho sensacional para o terceiro.

OBS: Tem cena pós-créditos.

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