sábado, abril 20, 2024

Crítica | ‘A Guerra do Amanhã’ mistura ação e ficção em blockbuster para toda a família

Já está disponível no Amazon Prime Video o mais novo blockbuster original da plataforma: A Guerra do Amanhã. Programado originalmente para estrear nos cinemas no natal de 2020, o filme teve de ser atrasado por conta da pandemia. Nesse tempo, a Amazon entrou na jogada e comprou o longa para lançá-lo com exclusividade no Prime Video. É interessante dizer isso porque fica nítido em algumas cenas que esse filme foi pensado para ser lançado nas telonas, com direito a óculos 3D e tudo mais que a vida do longínquo março de 2020 proporcionava a quem fosse a uma sala de cinema. Dito isso, podemos falar mais sobre esse arrasa quarteirões que está disponível para os assinantes.

A trama começa em dezembro de 2022, durante a final da Copa do Mundo, quando Dan Forester (Chris Pratt), um ex-militar e professor de biologia, não é escolhido para seu emprego dos sonhos. Ele entra em casa para ver o jogo com a família, mas a vida de todos muda quando um esquadrão vindo do futuro interrompe a final para solicitar ajuda. O motivo? Uma invasão alienígena está prestes a acabar com a vida na Terra na metade do século XXI. Assim, a humanidade de 2022 é convocada para lutar em defesa de seus filhos e netos, atravessando um portal temporal e enfrentando os inimigos interplanetários. O problema é que eles são muito resistentes e apenas a violência não será o bastante para derrotá-los. Será que os humanos do passado serão capazes de ajudar a futura geração a encerrar com essa praga extraterrestre?

Filmes apocalípticos não são exatamente uma novidade. Dezenas deles são lançados por ano, então costuma ser difícil encontrar um diferencial neles. No entanto, esse aqui traz uma abordagem interessante que é brevemente explorada, mas o suficiente para prender a atenção. Como a trama deixa claro que o mundo inteiro sabe que vai morrer em trinta anos, o diretor Chris McKay se aproveita de seu protagonista ser um professor para mostrar o efeito que esse “spoiler da vida real” teve na sociedade, mais especificamente nos jovens. Dan tenta ministrar suas aulas no ensino médio, só que os alunos ficam se questionando o motivo de precisarem aprender biologia se todos eles sabem que aquele conhecimento não será útil num apocalipse. Esse clima de falta de esperança e sentido na vida acaba se espalhando por outros personagens, como soldados e a imprensa. Essa vibe niilista é interessante e gera alguns personagens úteis para a história, que não é inovadora e nem tenta se levar a sério. Isso é bom e ruim ao mesmo tempo, porque impulsiona os momentos de ação – muito bem construídos, por sinal -, mas acaba não explorando tanto essa construção de sociedade niilista, que era o grande diferencial desse filme.

E a falta de perspectiva do “presente” acaba contratando com o núcleo do futuro, que vê nessa leva de soldados convocados sua última chance de salvar a humanidade. Ou seja, eles são a esperança final de todo o planeta. É nesse núcleo que a ação se mistura com o suspense porque enfim acontece o confronto entre humanos e aliens. Inicialmente, a direção constrói um suspense por meio da sugestão, o que é excelente porque eles comentam e mostram os efeitos da ameaça, mas não revelam o visual das criaturas, permitindo que o público crie sua própria versão dos vilões com a imaginação. Porém, depois de um tempo, os Aliens de CGI são revelados, reduzindo o suspense e investindo mais na ação. Talvez isso decepcione alguns, já que podem ter imaginado criaturas ainda mais assustadoras, mas a versão reptiliana mostrada é bem competente em assustar e representar um perigo real para os protagonistas e para a vida na Terra. As missões e os combates da equipe do passado contra os Etzões são de tirar o fôlego, já que diversos membros morrem inesperadamente.

Então, quando a trama futurista é encerrada e o filme aparentemente se encaminha para um final em aberto, a equipe criativa estende a história para mais um ato, agora ambientado no presente, que acontece mais para resolver alguns traumas pessoais do protagonista do que para enriquecer esse universo. O que não tem problema, se for bem executado. Infelizmente, eles se perdem um pouco nessa parte final e começam a apelar para diversas coincidências e conivências do roteiro, que podem incomodar quem procurar por uma história mais seria. Algumas situações ficam meio forçadas, claramente colocadas ali apenas para permitir um confronto final repleto de ação e reviravoltas, trazendo momentos de violência e diversão. Pode ser que esse ato final canse um pouco o público.

Quanto ao elenco, Chris Pratt foi a escolha perfeita para esse filme. Ele já havia trabalhado com Chris McKay na franquia Uma Aventura Lego, então ele soube explorar certinho as qualidades do ator, que carrega o filme com seu carisma absurdo. Não é uma atuação excelente, mas é crível e cativante o bastante para comprá-lo como protagonista. Além disso, ele tem muita química com Charlie (Sam Richardson) e seu pai, James (J.K. Simmons), com quem não nutre uma relação boa. Inclusive, Simmons faz muito bem esse papel de pai bombado, cansado e ranzinza. Stephen Lang que se cuide! Outro nome conhecido que completa o elenco é Yvonne Strahovski, que interpreta uma coronel-cientista do futuro. O papel não exige muito dela, mas ainda assim está bem nele.

Enfim, é um blockbuster com acertos e erros que se mostra um bom entretenimento para quem busca diversão, suspense, uma pitada de ficção e uma overdose de Chris Pratt. É o tipo de filme ideal para se desprender da realidade e curtir com toda a família por pouco mais de duas horas. E provavelmente seria ainda melhor se pudesse ser visto com o som ensurdecedor e a telona dos cinemas. Mas, como está na Amazon sem nenhum custo adicional, já fica a dica para o que assistir no fim de semana.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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