terça-feira, abril 23, 2024

Crítica | A Primeira Noite De Crime – A 1ª vez nem sempre é inesquecível…

Quando o primeiro ‘Uma Noite de Crime’ foi lançado, ele trazia uma ideia inovadora e pra lá de maluca: Para compater o crime, os Estados Unidos aprovaram a Noite do Expurgo, permitindo qualquer tipo de crime ao longo de 12 horas.

O evento foi criado para estacionar a crescente onda de violência que assolava o país após uma crise econômica gigantesca, que derrubou os partidos Democrata e Republicano, elegendo o New Founding Fathers of America para liderar o país. Era uma ideia surreal que rendeu um ótimo filme de suspense sobre invasão doméstica, repleto de reviravoltas deliciosas e um final pra lá de chocante.

O inteligente roteirista e diretor James DeMonaco decidiu expandir o universo que ele criou, realizando duas sequências bem sucedidas que ampliavam a mitologia para níveis bem maiores: o segundo filme mostrava como a Noite do Expurgo afetava uma cidade, e o terceiro e mais ambicioso mostrava como afetava toda a nação, com um desfecho  genial trazendo um cunho político para o evento.

Agora, a Blumhouse decidiu dar sequência à bem sucedida franquia de uma maneira bem diferente, já que a história foi encerrada de maneira brilhante e muito satisfatória em ’12 Horas para Sobreviver – O Ano da Eleição’ (título que ‘Uma Noite de Crime 3’ recebeu no Brasil).

Em ‘A Primeira Noite de Crime’ (The First Purge), somos apresentados ao experimento social do governo que deu início à infame Noite do Expurgo. Após uma forte crise abalar toda a América, os cidadãos estavam com muito ódio e se revoltando contra o governo. Como medida provisória, uma cientista decidiu vender a ideia do experimento aonde todo tipo de crime seria permitido por 12 Horas, para que as pessoas pudessem soltar sua fúria – e se manterem calmos nos outros 364 dias do ano.

Eles escolhem a Staten Island, uma ilha com classes sociais mais baixas bem pertinho de Manhattan, para iniciar o projeto. Se bem sucedido, ele se espalhará pelo país todo. Mas é claro que o experimento na mão do governo toma viés político, servindo para outros propósitos.

Apesar de não ser tão assustador e estiloso como os filmes anteriores, ‘A Primeira Noite de Crime’ é muito bem sucedido em contar a história de origem dos eventos sanguinários dos filmes anteriores. É muito interessante como o roteirista consegue transformar algo tão surreal em uma ideia plausível, e sofro em dizer que hoje a ideia da noite do Purge parece cada vez mais possível.

Não deixe de assistir:

A crítica social está em pauta aqui, detalhando de maneira muito realista as manobras que o governo faz para conquistar seus objetivos. Além disso, o roteiro é bastante corajoso em trazer um traficante de drogas como o protagonista (vivido decentemente por Y’lan Noel), o mocinho da história em meio a personagens muito mais violentos e sombrios que ele. Temos personagens humanos que nos fazem se importar com eles, apesar de sempre tomarem as decisões mais estúpidas possíveis.

James DeMonaco retorna apenas como roteirista, entregando um script decente, mas o pouco conhecido diretor Gerard McMurray falha em criar uma atmosfera de terror, deixando o filme com um aspecto de drama sobre guerra de gangues. Ele não possui o estilo visual que deixou a franquia tão conhecida, deixando esse capítulo bastante diferente e inferior aos anteriores.

O vilão caricato faz seu papel de assustar, mas suas motivações nunca são convincentes, o que o deixa menos assustador. Para quem procura terror, o filme entrega apenas algumas cenas de suspense – mesmo com violência e cenas gore, são inexistentes os momentos épicos e aterrorizantes da trilogia original.

O único destaque do elenco vai para Marisa Tomei, que está irreconhecível e sensacional como a Arquiteta – a criadora da noite do Expurgo.

Com um ritmo lento em seu começo, o filme se transforma do meio para o fim e deve agradar e os fãs de filmes de suspense e também os da franquia, mas falta um clímax mais apoético e satisfatório para torná-lo relevante. É um bom passatempo. Quando termina, fica aquela sensação que poderia ter sido bem melhor, mas não foi.

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