sábado, abril 20, 2024

Crítica | A Viúva das Sombras – Terror baseado em história real copia ‘A Bruxa de Blair’

O cinema é uma excelente ferramenta para aproximar culturas. Através dos filmes, podemos viajar para diferentes países e conhecer histórias em apenas duas horas. E, graças a distribuidoras como a Paris Filmes, por exemplo, o público brasileiro tem a oportunidade de ver na tela grande novas narrativas de gêneros populares em nosso território, como o terror. Com um esforço dedicado, nos últimos anos a Paris Filmes tem distribuído aqui diversos filmes de terror russos, como o recente ‘A Viúva das Sombras’, que chega essa semana às telonas.

Numa floresta ao noroeste de São Petersburgo, na Rússia, um grupo de socorristas voluntários se junta para encontrar o jovem Nikita (Oleg Chugunov), que está desaparecido. Kristina (Anastasiya Gribova) está preocupada em registrar tudo com sua câmera, enquanto Vika (Viktotiya Potemina), Ilya (Ilya Agapov), Lyosha (Aleksey Aniskin) e Andrey (Konstantin Nesterenko) buscam os rastros do menino pela floresta densa. Entretanto, o que era para ser um simples treinamento de busca acaba trazendo à tona uma lenda urbana local que eles nem desconfiavam ser verdade…

A Viúva das Sombras’ é uma história supostamente baseada em uma história real. Supostamente, pois, buscando as informações na internet, não se acha nada que não seja sobre o filme. A intenção da produção é fazer algo como ‘A Bruxa de Blair’ – que, por sua vez, só deu bastante certo por ter sido a primeira aí da virada do milênio em misturar ficção e realidade a ponto de deixar o espectador confuso. Tanto isso é verdade que logo no início do filme entra uma mensagem, anunciando que os produtores pedem que não se busquem informações sobre o caso real. Esquisiiiito isso…

Escrito por Natalya Dubovaya, Ivan Kapitonov e Ivan Minin, o roteiro é raso e pretensioso. Valendo-se das crenças locais de uma lenda urbana russa (sobre uma mulher, uma viúva, que teria estrangulado o marido e o enterrado na floresta de São Petersburgo e, desde então, teria se tornado um espírito maligno que prende as pessoas nessa floresta e não as deixa sair), o enredo tenta criar uma atmosfera de suspense sobrenatural, mas falha terrivelmente na execução. Os personagens masculinos são colocados como aqueles que tomam todas as decisões da trama, relegando às mulheres a histeria e a obediência. Em determinado ponto, por exemplo, um deles simplesmente decide que vai amarrar uma mulher na outra e simplesmente vai lá e faz. Isso mesmo, ele amarra uma na outra porque decidiu que isso era bom.

O principal entrave em ‘A Viúva das Sombras’ é que ele quer ser mais do que é. Na tentativa de recriar uma lenda urbana local, o filme foca mais nos conflitos interpessoais do que na ameaça sobrenatural, explicando a tal lenda muito brevemente e inserindo poucos elementos de terror ou suspense. Estas cenas, por suas vezes, não instigam, e passam até a sensação de que a sonoplastia está desencaixada, pois o som dos clímax entra depois do impacto visual. Sem contar que, uma vez mais, um filme de terror russo chega ao Brasil dublado em inglês, distanciando ainda mais qualquer vínculo que o espectador possa tentar criar com a trama. Talvez se chegassem na língua original não ficasse com um resultado tão superficial.

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