quinta-feira, abril 18, 2024

Crítica | Assassino Sem Rastro – Liam Neeson Estrela Filme de Ação em que NÃO é Protagonista

Um dos fantasmas que ronda os atores de filmes de ação em Hollywood é o tempo. Enquanto são jovens, bonitos e ágeis, é muito fácil estrelar e ganhar papéis de explosão, corrida e tiroteio. Porém, o tempo passa, e Hollywood é cruel. Os papéis vão diminuindo de oferta e de espaço, e começa a ficar difícil de se manter. Enquanto a solução para muitos é envergar para outros gêneros, como a comédia e o romance dramático, para atores como Liam Neeson a única opção é seguir na ação até o fim. E nesse fim de semana ele chega aos cinemas brasileiros com seu mais novo longa, ‘Assassino Sem Rastro’.

Alex Lewis (Liam Neeson) é um assassino de aluguel que já está querendo parar com sua carreira, pois enfrenta um grave problema pessoal: sentindo-se cansado, ele começa a enfrentar os primeiros sinais do Alzheimer, e, enquanto realiza os serviços, acaba tendo lapsos de memória. Quando o poderoso Mauricio (Lee Boardman) o chama no México para mais uma missão, Alex titubeia, mas acaba topando. Porém, quando chega em El Paso e descobre que a missão é assassinar uma jovem garota de apenas 13 anos, ele se recusa a seguir adiante, o que desperta não só a fúria da riquíssima Davana Sealman (Monica Bellucci), como também desperta a atenção dos investigadores Vincent Serra (Guy Pearce) e Amisted (Taj Atwal), que passam a perseguir o assassino na tentativa de relacionar este caso com o do assassinato do empresário Ellis Van Camp (Scot Williams).

Com longas duas horas de duração, ‘Assassino Sem Rastro’ passa a sensação de ser a junção de dois roteiros aleatórios reunidos pelos produtores para criar um único filme. O resultado é uma bagunça narrativa que só confunde o espectador, e perde uma grande oportunidade de ser diferente. Por um lado o roteiro de Dario Scardapane começa acompanhando Alex (e, portanto, passamos a entender esse personagem como protagonista da história), mostrando suas primeiras dificuldades com o Alzheimer; porém, ficamos por aí mesmo, sem nos aprofundarmos no drama desse assassino idoso que tenta manter sua missão ao mesmo tempo em que a doença o prejudica. Por outro lado, depois de quase quarenta minutos com o protagonista errado, o filme de Martin Campbell gira o eixo e foca na investigação policial – que, por sua vez, traz um quebra-cabeças tão disperso, que custa para o espectador conseguir encaixar todos os elementos sozinho e entender a estrutura do longa.

Baseado no livro de Jef Geeraerts e Carl Joos, ‘Assassino Sem Rastro’ é um filme de ação confuso, bagunçado e que não se decide se quer ser do gênero ação ou se suspense policial. Dessa instabilidade, saem prejudicados os atores, com um Liam Neeson mal aproveitado e com aspecto cansado, um Guy Pearce em papel secundário, quando, na verdade, era para ser o principal e uma Monica Bellucci congelada, como se estivesse com torcicolo o tempo todo. Com um elenco de peso e uma história que poderia provocar uma ótima aventura de ação com suspense psicológico se focasse do drama intelectual do matador de aluguel, ‘Assassino Sem Rastro’ é mais um filme policial do que um dos clássicos filmes de bangue-bangue de Liam Neeson.

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