domingo, abril 28, 2024

Crítica | Até os Ossos – Timothée Chalamet (e não Armie Hammer) Vive CANIBAL em novo TERROR de Luca Guadagnino

Em 2017 o mundo cinematográfico ficou em polvorosa com o filme ‘Me Chame Pelo Seu Nome’, um romance de verão na Itália entre um homem mais velho e um bem mais jovem. O longa, dirigido por Luca Guadagnino, levou o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado e as atuações de Timothée Chalamet e de Armie Hammer chamaram tanto as atenções dos espectadores, produtores e diretores do mundo inteiro que, a partir daí, ambos receberam muitos convites para outros projetos. Porém, enquanto Timothée chegou a trabalhar com Woody Allen e brilhou, Armie, após estrelar ‘Morte no Nilo’, se afundou em polêmicas que envolviam canibalismo humano. Ironia do destino, Timothée Chalamet e Luca Guadagnino voltam a trabalhar juntos, pela primeira vez desde ‘Me Chame Pelo Seu Nome’, e, ao invés de trazerem a aguardada continuação do romance gay, os dois voltam apresentando ‘Até os Ossos’, filme sobre canibalismo… e não incluíram o coitado do Armie Hammer no elenco.

Maren (Taylor Russell) é uma jovem comum numa cidade comum, tentando fazer amigos. Certa noite ela decide escapar de casa, após o pai (André Holland) ir dormir, para ir na casa de uma amiga, mas, uma vez lá, ela tem um comportamento inexplicado: do nada, ela morde o dedo da amiga e o come. Desesperada, ela volta para casa, e Maren e o pai se mudam mais uma vez. Já na nova cidade, o pai sente que não consegue mais seguir com essa vida e abandona a jovem, que já completou dezoito anos. Sozinha e sem entender porquê sente a necessidade de comer carne humana, Maren decide atravessar o país em busca de sua mãe (Chloë Sevigny), mas, no caminho, conhecerá outros Devoradores, como o esquisito Sully (Mark Rylance) e o galante Lee (Thimotée Chalamet).

Baseado no livro homônimo de Camille DeAngelis, ‘Até os Ossos’ é a história certa nas mãos erradas. Partindo da jornada de uma protagonista adolescente que está descobrindo o mundo agora, Luca Guadanigno impõe um tom muito sério a todos os elementos do enredo. Nem mesmo o amor juvenil ou as cenas de terror ganham o tom certo, sempre com muita austeridade. O diretor faz escolhas esquisitas para um projeto que deveria ser mais leve, apesar do tema; assim, não são poucos os close ups que o diretor imprime em elementos da trama que já haviam sido explicados anteriormente, subestimando a inteligência do espectador jovem, posto que este é o público-alvo. Exemplo é a cena em que Maren deixa o carro com Lee adormecido dentro; ele acorda e ela diz que vai abastecer; ele comenta que ela está com todo o dinheiro e não dá muita bola; ela se abaixa, pega o dinheiro da bota (antes já havíamos visto em close up ela colocando o dinheiro ali, e antes ainda vimos Lee entregar o dinheiro para ela) e o coloca em cima do painel do carro. É bem evidente que o conteúdo depositado ali só pode ser o dinheiro, porque o roteiro conduz o espectador a entender isso sozinho. Mas o diretor, não satisfeito, vai lá e dá um close no dinheiro, por longos cinco segundos. Pra quê? Isso acontece repetidas vezes ao longo das mais de duas horas de filme.

Se é terror que o espectador está buscando, também ficará decepcionado aqui. Ainda que se tratando de canibalismo, são poucas as cenas em que o filme mostra os personagens comendo carne humana. A bem da verdade, nem mostra direito: as cenas apresentam os personagens se abaixando no corpo, fazendo os movimentos, a câmera se afasta e, em seguida, os personagens reaparecem na cena seguinte, cobertos de sangue. Frustrante. As mensagens de zap zap do Armie Hammer dão mais medo que as cenas de ‘Até os Ossos’.

Muito longo e se levando a sério demais, ‘Até os Ossos’ é mais drama que terror, nas mãos de quem busca ganhar prêmios. Ainda assim, traz uma bonita metáfora do amadurecer adolescente, os perigos da vida e a maturação da identidade, seja ela qual for.

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