quinta-feira, abril 18, 2024

Crítica | Bliss: Em Busca da Felicidade – Owen Wilson e Salma Hayek em filme estilo ‘WandaVision’

Greg Wittle (Owen Wilson) é um cara cinquentão perdido da vida. Ele trabalha em um escritório de suporte técnico, no qual é uma espécie de gerente – “uma espécie de”, entre aspas, porque fica sentado em seu escritório sem atender o telefone, enquanto os outros funcionários estão arrancando os cabelos do lado de fora. Greg toma remédio controlado, e, enquanto tenta renovar sua receita por telefone, seu chefe, Bjorn (Steve Zissis) o chama em sua sala e o demite. A partir daí, Greg entra num parafuso sem fim, onde conhece a misteriosa Isabel Clemens (Salma Hayek), que o leva numa jornada alucinógena entre mundos, ao mesmo tempo que sua filha, Emily (Nesta Cooper), tenta trazê-lo de volta a uma dita realidade – mesmo sendo difícil para ele identificar o que é vida real e o que é ilusão.

Bliss: Em Busca da Felicidade’ é um filme um bocado irregular, com tantos pontos altos e baixos (talvez mais baixos que altos), que, ao final, a gente fica sem conseguir definir se amou o longa ou se ele é muito ruim mesmo. Escrito e dirigido por Mike Cahill (cujos últimos filmes também flertavam com questões existenciais), o conceito do filme se inspira em ‘Matrix’ – o cara enjoado do trabalho que um dia recebe uma visita misteriosa que o convida a sair da caixinha através de pílulas mágicas, e depois ele terá que decidir em qual das duas possibilidades de vida escolherá viver. Porém, ao contrário do sucesso das Irmãs Wachowski, ‘Bliss’ tem uma carga dramática que deveria emocionar o espectador, mas tudo que consegue é dar um ar cafona à jornada dos protagonistas. Os dois ficam até melhores na versão dublada em português.

Concretamente, Owen Wilson e Salma Hayeck não têm a menor química em cena, nem como parceiros de crime, muito menos como casal. Com personagens estereotipados e caricatos – ele, o clássico homem branco em crise de meia idade, que precisa ser auxiliado pelas mulheres da sua vida para retomar o rumo; ela, fazendo uma latino-americana sem-teto, que vive de golpes e tramoias nas ruas e se aproveita do homem branco inocente para se dar bem com seu objetivo – ambos os atores parecem desconfortáveis com o que estão apresentando, especialmente Salma, caracterizada por trapos de roupas e uma peruca super falsa semelhante a dreads.

Por outro lado, o filme tem pontos muito bacanas, como a reprodução automática de figurantes ao fundo para passar a ideia de “falha na matriz” (é bem sutil, tem que estar prestando atenção) ou o debate do quanto a biologia sintética ajuda a melhorar o planeta ao substituir as falhas originárias dos seres vivos por outras melhoradas criadas em laboratório. Além disso, debate o quanto o consumo de drogas é prejudicial no relacionamento interpessoal de uma pessoa adulta, especialmente com sua família e seu ambiente de trabalho (assunto este que é pouco explorado por Hollywood).

Na maior pegada ‘WandaVision’ de imergir em uma realidade alternativa onde tudo é perfeito, ‘Bliss: Em Busca da Felicidade’ é um filme que deve dividir opiniões dos espectadores, mas surge como boa opção para aqueles que estiverem gostando da temática da série da Marvel.

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