sábado , 23 novembro , 2024

Crítica | Kingdom – Série da Netflix sobre ZUMBIS é tudo que precisamos….

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Muito além de zumbis orientais, ‘Kingdom‘ traz uma nova perspectiva e um sopro de ar para o, já saturado, universo dos mortos vivos.

Quem não adora um bom filme de zumbi?

Bom, muita gente não, mas as criaturas seguem firmes, pipocando na cultura pop e, de tempos em tempos, trazendo alguma novidade em seu arsenal de “poderes”. Novidade porque, vamos combinar, quando a gente fala de algo que não se move, que não muda, que parou no tempo, a gente fala que morreu, não é verdade?

A mortalidade, e o que há depois do ultimo suspiro, sempre nos atraiu, na mesma proporção que nos aterroriza. Vivemos o eterno fascínio de tentar descobrir o que há “depois da morte“. Mas e se não houver nada?



Questionamentos a parte, os não mortos – mas que também não estão vivos – tem servido, há um bom tempo, como metáforas para questões do homem moderno, especialmente, desde que eles ganharam notoriedade pelas mãos de George Romero, e seu épico sobre a sociedade americana e o racismo nos anos 60, em ‘A Noite dos Mortos Vivos‘.

De monstros sem alma, ou escravos da magia negra, eles se tornaram, ora uma alusão a algum problema ou questão social, ora como uma força da natureza que expõe, entre os humanos que respiram, problemas ou questões da sociedade.

Sejam eles lentos como lesmas, ou maratonistas, de alguma forma, eles cutucam alguma ferida ou remexem algum sombrio baú de obscuridades do homem.

A série sul coreana ‘Kingdom‘ – que estreou na Netflix sem qualquer alarde no fim de janeiro – não foge a regra.

Em um resumo, a primeira temporada acompanha o príncipe herdeiro Yi-Chang (papel de Ju Ji-hoon) na Coréia medieval que, impedido de contatar o próprio pai – isolado no palácio por conta de uma infecção de varíola – começa a suspeitar que há algo mais nessa história.

Numa noite, ele invade o palácio atrás de respostas, mas acaba cruzando o caminho de uma criatura que vaga por seus corredores.

Atrás de respostas, ele parte para a pobre distrito de Jiyulheon atrás do médico que primeiro tratou seu pai. Lá, ele tromba com uma espécie de praga que trás os mortos de volta a vida. Isolado junto a desesperada população dos vilarejos, que não possuem qualquer defesa contra as criaturas que, noite após noite, crescem em numero e avançam para o sul, onde estão as fortificadas províncias que protegem a capital do império, Hanyang (a atual cidade de Seoul), ele une forças com a enfermeira Seo-Bi (papel de Bae Donna, o rosto mais conhecido do elenco para nós brasileiros, pelos papéis em Cloud Atlas, O Destino de Jupiter e a Sun de ‘Sense8‘), o misterioso Yeong-Shin (papel de Kim Sung-gyu) e seu guarda-costas Moo-Young (Kim Sang-ho) a fim de traçar um plano para impedir o avanço dos mortos vivos (nesta versão, exímios velocistas).”

E qual é a novidade?

Ok, até ai, nada de novo. Ou quase.

Num primeiro momento, a ambientação por si só, já dá novo fôlego ao gênero. Somos retirados dos lugares comuns até então (como ambientes urbanos americanos – famosos da metade do século passado até os dias de hoje), o que também nos permite ter uma visão de diferentes costumes (a primazia quanto as etiquetas sociais, rituais religiosos, status social etc) que leva a diferentes abordagens frente a essa ameaça.

PS: Eu não esqueci do Zumbis italianos (os zumbis spaghetti de Lucio Fulgi e Bruno Mattei entre outros), mas esse subgênero é bem especifico e pouco conhecido pela população em geral. Então, vamos seguindo.

A Coreia feudal não te telefone. Sequer tem luz elétrica e a situação de iminente perigo a cada esquina (afinal, naquela época, mesmo todo avanço na medicina, as vezes, não era capaz de salvar uma pessoa de um corte que tenha infeccionado).

Armas de fogo são raras e complicadas de usar. Não há qualquer tecnologia prévia como gás, televisão, internet que, uma vez em colapso ou perdida, “fragilize” a sociedade. Eles já estão acostumados a uma vida mais bruta e ligada a natureza.

Ainda há de se lembrar que esta era uma época de constantes guerras entre vizinhos (China e Japão vivam nos calcanhares dos coreanos). É uma sociedade formada de uma classe rural, uma classe aristocrática e uma belicosa e, em maior ou menor grau, ainda é adaptada a sobreviver com pouco em meio a natureza se necessário.

Só isso, somada a paisagem mais selvagem, já muda nossa visão e expectativa quanto aos embates com as criaturas e situações de perigo como também, força novos embates morais, éticos e emocionais entre os vivos. A honra, o sentimento de dever, a servidão são valores enraizados que ultrapassam a lógica de uma situação apocalíptica.

Num filme de do gênero feito nos EUA, a primeira coisa que vai pro espaço é a civilidade, a atenção as regras e leis. É cada um por si (algo interessante de se ver quando comparamos com o, também sul coreano, filme ‘Invasão Zumbi – Train to Busan‘).

É aqui que a série, realmente, se define. Como em todo bom produto recheado de zumbis, em ‘Kingdom‘ as estruturas sociais são, constantemente, desafiadas e o grande aspecto da derrocada de uma civilização para esta cultura, é a corrupção.

A busca do poder pelo poder

Algo que me chamou a atenção nesta série (e aqui, cito ‘Invasão Zumbi‘ mais uma vez, pois é um aspecto pertinente que se repete) é que esta infestação tem um motivo claro, definido. Diferente de um ‘The Walking Dead‘, ‘Guerra Mundial Z‘, ‘Madrugada dos Mortos‘ e afins, onde os mortos, simplesmente, começam a se levantar e a gente se vira com o que tem, um ganancioso projeto de poder é o catalisador dessa praga.

Assim como em ‘Invasão Zumbi‘, onde temos gananciosos homens de negócio remexendo, indiscriminadamente, com o que não deve e, no processo, causando um acidente que começa a trazer os mortos de volta, é a sede de poder do clã Haewon Cho, do qual fazem parte o conselheiro real e a segunda rainha, grávida do rei.

Neste jogo de poder que se desenha, inclusive, a gravidez da jovem rainha é uma grande ameaça ao príncipe herdeiro, uma vez que ele é um filho ilegítimo. Após a morte do rei, ele assume apenas se o rei não tiver qualquer outro herdeiro nascido. Mais um motivo para Yi-Chang ser uma ameaça. Se ficar provado que o rei está morto (e você, a essa altura da leitura, já deve ter juntados os pontos) antes do nascimento do bebê real, o clã perde seu poder sobre o reino e, fatalmente, será banido, se não, exterminado pelo novo rei (porque vingança pouca é bobagem).

Os bastidores do poder neste reino tem a libidinosa triagem de um ‘House of Cards‘ (ainda que não tenha as mesma sofisticação nas tramóias) com a violência e brutalidade estilizada de um ‘O Tigre e o Dragão‘.

É uma mistura muito, mas muito interessante.

E não é mistério que o rei… bom, morreu e agora é um morto vivo.

A sacada é que o rei, como todo bom zumbi, precisa “comer” de vez em quando. Mas suas vitimas não se tornam zumbis como ele…

Oi?

Pois é, aqui é inaugurado uma das novidades desses canibais putrefatos.

O rei, eu chamei de “zumbi 1.0” enquanto os cidadãos da hospedaria médica (onde começa o primeiro surto) de “zumbis 2.0”.

Por algum motivo, diferente do rei, as pessoas contaminadas no local onde o príncipe vai para investigar o paradeiro do médico que tratou o pai (que coincidência, né?) quando mordem outra pessoa, passam esse vírus para ela.

Além disso, por algum motivo, quando o sol nasce… eles dormem (mais ou menos)!

Isso acaba sendo um interessante fator que permite que os nossos heróis possam transitar entre lugares além de ter tempo suficiente para achar um lugar seguro.

Essa atividade noturna com estado de dormência durante o dia, não chega a ser uma novidade (á vimos filmes onde os zumbis ficam em uma espécie e estado de letargia na ausência de pessoas), mas nesse caso, a coisa toda parece ter uma ligação mais estreita com a origem do surto.

Sim, porque não foi apenas ganância que criou os zumbis, mas a ação coordenada de manutenção do poder que acaba saindo do controle.

O que quer que tenha trazido o rei de volta a vida, está trazendo outras pessoas e a coisa toda está saindo do controle.

Apesar de alguns alivio cômicos, com típicos personagens bufões que permeiam a cultura oriental – como uma sátira a vilania somada ausência de ética e respeito, e assim, se tornando personagens “não respeitáveis”, risíveis e indignos de atenção – a série não tem muitos respiros. os oito episódios são bem preenchidos pela dinâmica trama política quando não, pela ação contra os mortos.

Na trama, ainda permeia uma série de questões morais orientais, como a filosofia confucionista (que, inclusive, conta com uma frente importante no movimento da trama da série).

Já citei alguns desses aspectos que conversam com essa linha de pensamento, como a busca pela harmonia através da estrutura familiar. Dentro dessa ideia, os governantes deveriam amar e proteger o povo como pais protegem seus filhos, e o povo deveria servir com humildade e obediência como bons filhos assim como a reverencia e culto aos antepassados e aos mortos, assim como valorização do casamento.

O que vemos é um rei fraco, dentro de uma estrutura corrupta de um lado, que espalha miséria e desalento pelo reino, o que provoca a rebeldia de sua base, entre os súditos, como os acadêmicos confucionistas que se tornam a frente de ataque contra o rei. É, isso é um mal sinal.

O que dizer, então, sobre a profanação de corpos (queimando-os para não disseminar a praga) quando a regra é mantê-los intactos, enterrados com rituais funerários adequados? Como fazer isso, se os mortos não permanecem mortos?

Para o olhar ocidental, parece uma loucura, mas é uma loucura que tem sentido e lógica dentro de um mundo bem menos evoluídos, e tomado por misticismo e crença.

O saldo, é muito positivo. A primeira temporada já está disponível e conta com um ganho muito interessante no final. Mas não se preocupe, a segunda temporada já foi encomendada e as filmagens começam ainda este mês.

Assista sem medo (ou com medo), que a diversão é garantida.

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Kingdom‘ já está renovada para a 2ª temporada.

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Muito além de zumbis orientais, ‘Kingdom‘ traz uma nova perspectiva e um sopro de ar para o, já saturado, universo dos mortos vivos.

Quem não adora um bom filme de zumbi?

Bom, muita gente não, mas as criaturas seguem firmes, pipocando na cultura pop e, de tempos em tempos, trazendo alguma novidade em seu arsenal de “poderes”. Novidade porque, vamos combinar, quando a gente fala de algo que não se move, que não muda, que parou no tempo, a gente fala que morreu, não é verdade?

A mortalidade, e o que há depois do ultimo suspiro, sempre nos atraiu, na mesma proporção que nos aterroriza. Vivemos o eterno fascínio de tentar descobrir o que há “depois da morte“. Mas e se não houver nada?

Questionamentos a parte, os não mortos – mas que também não estão vivos – tem servido, há um bom tempo, como metáforas para questões do homem moderno, especialmente, desde que eles ganharam notoriedade pelas mãos de George Romero, e seu épico sobre a sociedade americana e o racismo nos anos 60, em ‘A Noite dos Mortos Vivos‘.

De monstros sem alma, ou escravos da magia negra, eles se tornaram, ora uma alusão a algum problema ou questão social, ora como uma força da natureza que expõe, entre os humanos que respiram, problemas ou questões da sociedade.

Sejam eles lentos como lesmas, ou maratonistas, de alguma forma, eles cutucam alguma ferida ou remexem algum sombrio baú de obscuridades do homem.

A série sul coreana ‘Kingdom‘ – que estreou na Netflix sem qualquer alarde no fim de janeiro – não foge a regra.

Em um resumo, a primeira temporada acompanha o príncipe herdeiro Yi-Chang (papel de Ju Ji-hoon) na Coréia medieval que, impedido de contatar o próprio pai – isolado no palácio por conta de uma infecção de varíola – começa a suspeitar que há algo mais nessa história.

Numa noite, ele invade o palácio atrás de respostas, mas acaba cruzando o caminho de uma criatura que vaga por seus corredores.

Atrás de respostas, ele parte para a pobre distrito de Jiyulheon atrás do médico que primeiro tratou seu pai. Lá, ele tromba com uma espécie de praga que trás os mortos de volta a vida. Isolado junto a desesperada população dos vilarejos, que não possuem qualquer defesa contra as criaturas que, noite após noite, crescem em numero e avançam para o sul, onde estão as fortificadas províncias que protegem a capital do império, Hanyang (a atual cidade de Seoul), ele une forças com a enfermeira Seo-Bi (papel de Bae Donna, o rosto mais conhecido do elenco para nós brasileiros, pelos papéis em Cloud Atlas, O Destino de Jupiter e a Sun de ‘Sense8‘), o misterioso Yeong-Shin (papel de Kim Sung-gyu) e seu guarda-costas Moo-Young (Kim Sang-ho) a fim de traçar um plano para impedir o avanço dos mortos vivos (nesta versão, exímios velocistas).”

E qual é a novidade?

Ok, até ai, nada de novo. Ou quase.

Num primeiro momento, a ambientação por si só, já dá novo fôlego ao gênero. Somos retirados dos lugares comuns até então (como ambientes urbanos americanos – famosos da metade do século passado até os dias de hoje), o que também nos permite ter uma visão de diferentes costumes (a primazia quanto as etiquetas sociais, rituais religiosos, status social etc) que leva a diferentes abordagens frente a essa ameaça.

PS: Eu não esqueci do Zumbis italianos (os zumbis spaghetti de Lucio Fulgi e Bruno Mattei entre outros), mas esse subgênero é bem especifico e pouco conhecido pela população em geral. Então, vamos seguindo.

A Coreia feudal não te telefone. Sequer tem luz elétrica e a situação de iminente perigo a cada esquina (afinal, naquela época, mesmo todo avanço na medicina, as vezes, não era capaz de salvar uma pessoa de um corte que tenha infeccionado).

Armas de fogo são raras e complicadas de usar. Não há qualquer tecnologia prévia como gás, televisão, internet que, uma vez em colapso ou perdida, “fragilize” a sociedade. Eles já estão acostumados a uma vida mais bruta e ligada a natureza.

Ainda há de se lembrar que esta era uma época de constantes guerras entre vizinhos (China e Japão vivam nos calcanhares dos coreanos). É uma sociedade formada de uma classe rural, uma classe aristocrática e uma belicosa e, em maior ou menor grau, ainda é adaptada a sobreviver com pouco em meio a natureza se necessário.

Só isso, somada a paisagem mais selvagem, já muda nossa visão e expectativa quanto aos embates com as criaturas e situações de perigo como também, força novos embates morais, éticos e emocionais entre os vivos. A honra, o sentimento de dever, a servidão são valores enraizados que ultrapassam a lógica de uma situação apocalíptica.

Num filme de do gênero feito nos EUA, a primeira coisa que vai pro espaço é a civilidade, a atenção as regras e leis. É cada um por si (algo interessante de se ver quando comparamos com o, também sul coreano, filme ‘Invasão Zumbi – Train to Busan‘).

É aqui que a série, realmente, se define. Como em todo bom produto recheado de zumbis, em ‘Kingdom‘ as estruturas sociais são, constantemente, desafiadas e o grande aspecto da derrocada de uma civilização para esta cultura, é a corrupção.

A busca do poder pelo poder

Algo que me chamou a atenção nesta série (e aqui, cito ‘Invasão Zumbi‘ mais uma vez, pois é um aspecto pertinente que se repete) é que esta infestação tem um motivo claro, definido. Diferente de um ‘The Walking Dead‘, ‘Guerra Mundial Z‘, ‘Madrugada dos Mortos‘ e afins, onde os mortos, simplesmente, começam a se levantar e a gente se vira com o que tem, um ganancioso projeto de poder é o catalisador dessa praga.

Assim como em ‘Invasão Zumbi‘, onde temos gananciosos homens de negócio remexendo, indiscriminadamente, com o que não deve e, no processo, causando um acidente que começa a trazer os mortos de volta, é a sede de poder do clã Haewon Cho, do qual fazem parte o conselheiro real e a segunda rainha, grávida do rei.

Neste jogo de poder que se desenha, inclusive, a gravidez da jovem rainha é uma grande ameaça ao príncipe herdeiro, uma vez que ele é um filho ilegítimo. Após a morte do rei, ele assume apenas se o rei não tiver qualquer outro herdeiro nascido. Mais um motivo para Yi-Chang ser uma ameaça. Se ficar provado que o rei está morto (e você, a essa altura da leitura, já deve ter juntados os pontos) antes do nascimento do bebê real, o clã perde seu poder sobre o reino e, fatalmente, será banido, se não, exterminado pelo novo rei (porque vingança pouca é bobagem).

Os bastidores do poder neste reino tem a libidinosa triagem de um ‘House of Cards‘ (ainda que não tenha as mesma sofisticação nas tramóias) com a violência e brutalidade estilizada de um ‘O Tigre e o Dragão‘.

É uma mistura muito, mas muito interessante.

E não é mistério que o rei… bom, morreu e agora é um morto vivo.

A sacada é que o rei, como todo bom zumbi, precisa “comer” de vez em quando. Mas suas vitimas não se tornam zumbis como ele…

Oi?

Pois é, aqui é inaugurado uma das novidades desses canibais putrefatos.

O rei, eu chamei de “zumbi 1.0” enquanto os cidadãos da hospedaria médica (onde começa o primeiro surto) de “zumbis 2.0”.

Por algum motivo, diferente do rei, as pessoas contaminadas no local onde o príncipe vai para investigar o paradeiro do médico que tratou o pai (que coincidência, né?) quando mordem outra pessoa, passam esse vírus para ela.

Além disso, por algum motivo, quando o sol nasce… eles dormem (mais ou menos)!

Isso acaba sendo um interessante fator que permite que os nossos heróis possam transitar entre lugares além de ter tempo suficiente para achar um lugar seguro.

Essa atividade noturna com estado de dormência durante o dia, não chega a ser uma novidade (á vimos filmes onde os zumbis ficam em uma espécie e estado de letargia na ausência de pessoas), mas nesse caso, a coisa toda parece ter uma ligação mais estreita com a origem do surto.

Sim, porque não foi apenas ganância que criou os zumbis, mas a ação coordenada de manutenção do poder que acaba saindo do controle.

O que quer que tenha trazido o rei de volta a vida, está trazendo outras pessoas e a coisa toda está saindo do controle.

Apesar de alguns alivio cômicos, com típicos personagens bufões que permeiam a cultura oriental – como uma sátira a vilania somada ausência de ética e respeito, e assim, se tornando personagens “não respeitáveis”, risíveis e indignos de atenção – a série não tem muitos respiros. os oito episódios são bem preenchidos pela dinâmica trama política quando não, pela ação contra os mortos.

Na trama, ainda permeia uma série de questões morais orientais, como a filosofia confucionista (que, inclusive, conta com uma frente importante no movimento da trama da série).

Já citei alguns desses aspectos que conversam com essa linha de pensamento, como a busca pela harmonia através da estrutura familiar. Dentro dessa ideia, os governantes deveriam amar e proteger o povo como pais protegem seus filhos, e o povo deveria servir com humildade e obediência como bons filhos assim como a reverencia e culto aos antepassados e aos mortos, assim como valorização do casamento.

O que vemos é um rei fraco, dentro de uma estrutura corrupta de um lado, que espalha miséria e desalento pelo reino, o que provoca a rebeldia de sua base, entre os súditos, como os acadêmicos confucionistas que se tornam a frente de ataque contra o rei. É, isso é um mal sinal.

O que dizer, então, sobre a profanação de corpos (queimando-os para não disseminar a praga) quando a regra é mantê-los intactos, enterrados com rituais funerários adequados? Como fazer isso, se os mortos não permanecem mortos?

Para o olhar ocidental, parece uma loucura, mas é uma loucura que tem sentido e lógica dentro de um mundo bem menos evoluídos, e tomado por misticismo e crença.

O saldo, é muito positivo. A primeira temporada já está disponível e conta com um ganho muito interessante no final. Mas não se preocupe, a segunda temporada já foi encomendada e as filmagens começam ainda este mês.

Assista sem medo (ou com medo), que a diversão é garantida.

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