sábado, abril 27, 2024

Crítica | Mussum: O Filmis – Aílton Graça IMPRESSIONA como um dos Maiores Comediantes Brasileiros

Os anos 90 foram extremamente significativos para a televisão brasileira.  Dentre muitos programas, os de humor fizeram muito, mas muito sucesso, rendendo por anos ao longo da década, tais como ‘A Escolinha do Professor Raimundo’, com Chico Anysio, e ‘Os Trapalhões’. O que ambos os programas tinham em comum? A presença do comediante Mussum no elenco, cuja meteórica carreira chega em novembro aos cinemas brasileiros retratada no filme ‘Mussum: O Filmis’, que teve sessão antecipada durante o Festival do Rio 2023 e foi o grande vencedor do Festival de Gramado 2023.

Carlinhos (Thawan Lucas) tinha o sonho de ser jogador de futebol, mas, casualmente, um dia descobriu o samba. Acontece que sua mãe (Cacau Protásio) quer que ele seja moço direito, com carreira e estudo. Quando cresce, Antônio Carlos, ou Carlinhos (Yuri Marçal), entra para a aeronáutica, para o orgulho de sua mãe, mas, escondidamente, à noite se apresenta nas melhores casas de shows do Rio de Janeiro com seu grupo, Os Originais do Samba. Entre um show e outro o grupo acaba participando de um programa de televisão, onde, um dia, pedem que Carlinhos participe de um programa de humor com Grande Otelo. É a partir desse encontro que Carlinhos passa a ser chamado em rede nacional de Mussum (Ailton Graça), e tem início a carreira de sucesso de um dos maiores humoristas brasileiros de todos os tempos.

Mussum: O Filmis’ pode ser resumido em duas intenções: fazer a cinebiografia de um artista de renome e, também, fazer da vida desse artista um exemplo no qual milhares de pessoas – especialmente pessoas pretas – podem se espelhar como um nome a seguir. Essas duas frentes ilustram a intenção do diretor Silvio Guindane em fazer da arte produto de entretenimento e também de instrução ao povo. Mussum teria ficado feliz com isso.

O elenco entrosadíssimo chama a atenção pelo grau de entrega que cada um dos atores deu para fazer o coletivo funcionar. Os três atores (Aílton Graça, Yuri Marçal e Thawan Lucas) que dividem o protagonismo do biografado encantam, cada um a seu modo, conferindo particularidades das atuações de cada um, e, ao mesmo tempo, se assemelhando assustadoramente com como Mussum costumava ser para os espectadores. O longa ainda traz Ícaro Silva como Cartola e Serjão Loroza como um grande sambista.

Paulo Cursino apresenta um roteiro que delineia muitas camadas da história do biografado, desde a sua infância pobre, inserida num núcleo amoroso, ao sucesso posterior, intercalado por diálogos profundos que provocam a reflexão e a emoção no espectador. Mesmo se tratando de um comediante, a emoção bate forte. Não se surpreenda se lágrimas escorrerem ao longo do filme, especialmente na interação do protagonista com sua mãe e na cena final do longa.

Nostálgico, engraçado, profundo e do povo. ‘Mussum: O Filmis’ é a história de um cara comum que teve oportunidades de escolher e que abriu caminhos para outros artistas pretos na TV e fora dela. É a história de um homem que abraçou as chances que teve na vida e mergulhou nelas com toda a sua dedicação. Para além do cara engraçado que sempre era retratado em papéis não muito favoráveis, é um filme que mostra a história de um vencedor: o homem preto que, na ausência de outros, se tornou herói da própria história.

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