sábado, abril 27, 2024

Crítica | O Conde – Pinochet é Vampiro em Sátira de HORROR Indicada ao Oscar

A corrida pela estatueta do Oscar 2024 está a todo o vapor! A menos de um mês da noite da premiação, cinéfilos do mundo inteiro correm atrás de assistir a todos os indicados à estatueta dourada. Se por um lado o grande público foca apenas nos favoritos, é bem interessante buscar assistir também aqueles menos comentados, justamente para entender o porquê de terem chegado à lista final. É o caso de ‘O Conde’, longa chileno que é uma discreta pérola disponível no catálogo da Netflix.

Era ainda fins do século XVIII quando um jovem soldado francês fora transformado em vampiro nas trincheiras da batalha, enquanto assistia à decapitação de Maria Antonieta em praça pública. Os anos se passaram, as décadas, o jovem soldado decidiu forjar a própria morte e adotar um novo nome: Augusto Pinochet. De lá pra cá, Pinochet ascendeu ao poder em diversas frentes, inclusive na presidência do Chile, onde implantou um golpe de estado e enriqueceu a própria família. 250 anos foi o tempo que Augusto Pinochet (Jaime Vadell) decidiu estar entre os vivos. Agora, sentindo-se velho e cansado, Pinochet decidiu morrer, e, por isso, reuniu seus filhos e esposa em uma casa distanciada, onde pretende repassar o testamento e a herança. Porém, sua esposa Lucia (Gloria Münchmeyer) quer ser mordida antes do fim, e, enquanto isso, seus filhos contratam os serviços de uma advogada – que na verdade é uma freira, Carmen (Paula Luchsinger) – para descobrir onde estão escondidos os valores desviados do governo, mas, o que eles não esperavam é que a presença de Carmen poderia colocar tudo em uma perspectiva menos favorável à família.

Indicado ao Oscar de Melhor Fotografia este ano, este é realmente o departamento que mais se destaca em ‘O Conde’. Todo gravado em preto e branco (escolha bastante interessante da direção), as cenas de Pinochet voando com sua capa em um descampado de iluminação contrastante enchem os olhos na mesma medida que provocam o riso, tão toscas que são. De igual forma o contraste da iluminação no rosto dos personagens – com especial atenção no duo Pinochet-Carmen – intensificam o drama de casa um deles, demonstrando a competência do diretor de fotografia Edward Lachman (de ‘Carol’, indicado a 6 Oscars em 2015).

Dirigido e escrito por Pablo Larraín (com a contribuição de Guillermo Calderón, de ‘Neruda’, com Gael García Bernal), o grande forte do longa é usar os elementos da comédia e da fantasia para abordar o pesadíssimo tema que é a ditadura chilena do século passado. Através do humor, Larraín (que dez anos antes produziu o longa ‘No’, que falava das eleições chilenas com um tom de humor nervoso) coloca em cheque elementos da história real da política chilena, questionando como fatos tão evidentes foram negligenciados e como a família de Pinochet teria se beneficiado de diversas maneiras com tudo que aconteceu, cujos resquícios são vividos até hoje. Na fantasia elaborada por Pablo Larraín, há espaço até para uma hilária conexão com Margaret Thatcher (Stella Gonet).

O Conde’ é um filme com ares de cult, mas de grande orçamento e que se apoia majoritariamente em um ótimo roteiro e uma fotografia hipnotizante. Faz jus à indicação ao Oscar e pode surpreender correndo por fora nessa reta final que antecede a premiação.

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