quarta-feira, abril 24, 2024

Crítica | O Manicômio – Uma tentativa frustrada de ‘A Bruxa de Blair’ de 2018

Em 1999, o filme de Daniel Myrick (Força Especial) e Eduardo Sánchez (V/H/S/2) chamado A Bruxa de Blair foi considerado uma quebra de paradigma dentro do gênero do terror. A produção contava com três estudantes que entraram na Floresta Maryland para gravar um documentário sobre a Bruxa de Blair e desapareceram deixando apenas as filmagens para trás. Dezenove anos depois, Michael David Pate (Gefällt mir) lança O Manicômio, que no Brasil tem estreia marcada para o dia 3 de janeiro, que conta com uma abordagem semelhante ao longa-metragem de 1999. A diferença é que o alemão não chega nem perto em quesitos de qualidade.

Imagina colocar seis jovens com problemas particulares entre si dentro de uma clínica supostamente mal-assombrada… Pois é. Dirigido por Pate e roteirizado pelo mesmo juntamente a Ecki Ziedrich (Singles), o longa conta a história de alguns jovens vloggers que decidem visitar a antiga clínica de Heilstätten, perto de Berlim. Eles se desafiam a permanecer no local durante 24 horas, mas o que começa como diversão acaba em tormento.

A narrativa do longa-metragem supostamente se encaixa no gênero de terror, mas mais provoca risadas em quem assiste do que assusta verdadeiramente. Filmado, muitas vezes, sob a perspectiva de qual personagem está segurando a câmera no momento, com alguns ângulos das filmadoras que eles (personagens) instalaram no local, a produção trabalha com a ideia de montagem de A Bruxa de Blair, entretanto, com um roteiro que se perde do início ao fim da história.

Os jump scares não são provocativos o suficiente e algumas cenas se encaixam facilmente no quesito trash do audiovisual. A trama ainda trabalha com um plot twist que poderia acrescentar em positivo para o filme, senão fosse a pressa para finalizar o longa-metragem, juntamente à segunda virada de roteiro, já no final, em que a produção não se dá ao esforço de construir adequadamente. É como se eles quisessem fazer um filme x, mas decidiram mudar no meio do caminho e quando viram já não dava mais tempo e/ou orçamento para voltar atrás.

Além disso, os personagens que compõem a narrativa não criam identidade com o público facilmente ou são agradáveis. Se algo acontecer ou não com eles, o telespectador que está assistindo não será afetado, afinal, não existe um elo afetivo. Betty (Nilam Farooq), Vanessa (Farina Flebbe), Emma (Lisa-Marie Koroll), Charly (Emilio Sakraya), Theo (Tim Oliver Schultz) e Finn (Timmi Trinks), o grupo de protagonistas, possuem uma química razoável entre si e o máximo que arrancam do espectador são algumas risadas em uns poucos diálogos que criticam os vloggeiros da atualidade.

A direção de arte realiza um trabalho de acordo com o que é oferecido pelo roteiro e até convence na construção da clínica com suas instalações caindo aos pedaços e equipamentos antigos, entretanto, o sangue é de longe acreditável. Por outro lado, a direção cinematográfica nada acrescenta de novo dando apenas a sensação de que já foi assistido esse filme antes em algum lugar ou momento da vida. É, basicamente, juntar os clichês básicos do terror em um só local.

Não deixe de assistir:

No geral, O Manicômio é um longa-metragem para assistir sem esperar absolutamente nada a respeito e preparar para rir mais do que ficar aterrorizado. Se você quer levar susto, procure outra coisa para conferir, mas se busca diversão, pode ir na fé, porque a produção está recheada de clichês para fazer gargalhar.

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