quinta-feira, março 28, 2024

Crítica | O Silêncio do Pântano – Berlim de ‘La Casa de Papel’ estrela suspense da Netflix

Saudade do Berlim, né minha filha? Pois é, enquanto uma possível nova temporada de ‘La Casa de Papel’ não estreia, uma dica interessante é assistir a ‘O Silêncio do Pântano’, novo suspense da Netflix que traz nosso Berlim como um escritor serial-killer.

Já na primeira cena vemos Q (Pedro Alonso), um homem claramente confuso que, numa noite de tempestade e muito trânsito, acaba pegando um táxi. Só que o taxista é falador e teimoso, e vai por um caminho do qual Q não gosta e, no meio do trajeto Q vomita e o taxista fica bem puto com isso. Então, num rompante de fúria, Q mata o taxista. E aí entendemos que na verdade tudo isso aconteceu enquanto o verdadeiro Q estava lendo esta cena, e que tudo faz parte de uma história de ficção que ele estava narrando de seu novo livro, ‘Quando a Espuma do Mar Fica Vermelha’.

Ambientado na cidade de Valência, na Espanha, a história mistura política, economia, suspense, serial-killer e drama. Um easter egg bem legal é se atentar para a tal casa no pântano, que aparece já na primeira sequência com Pedro Alonso ali parado: esta casa é a mesma utilizada na série ‘O Píer’, que tem como protagonista Álvaro Morte, o Professor. Coincidência? Ou será que inconscientemente a Netflix está criando um “ universo la casa de papel”?

Baseado no livro de 2015 ‘El Silencio del Pantano’, de Juanjo Braulio, o longa de pouco mais de duas horas de duração entrelaça ficção e realidade em um roteiro confuso e uma história fraca. Escrito por Carlos de Pando e Sara Antuña, o roteiro alterna cenas que parecem desconexas entre si, até serem esclarecidas no grande final. O problema é que até lá o espectador se perde sobre a motivação das atitudes dos personagens, sobre a relação entre eles, sobre o papel de cada um na história e, acima de tudo, sobre o porquê das coisas estarem acontecendo.

Marc Vigil até consegue construir uma atmosfera interessante na direção do seu longa, posicionando a câmera como se o espectador estivesse flagrando algo escondido e ambientando o filme com uma sonoplastia bem hitchcockiana. Entretanto, Marc exigiu muito pouco de seu elenco, e o resultado é atuações destoantes que não exprimem sentimentos. Até mesmo o queridinho Pedro Alonso, que em diversas vezes entra em cena fazendo carão e quase não tem fala, como se literalmente fosse um narrador espectador inclusive do próprio filme do qual é protagonista. É bem esquisito isso.

Somando todos os pontos conflitantes, fica complicado encontrar um bom motivo para assistir a ‘O Silêncio do Pântano’ que não seja o fato de ser um suspense estrelado por Pedro Alonso no qual ele meio que faz o papel de um serial-killer – porque nem ele está bem no filme. Experimental demais, ‘O Silêncio do Pântano’ começa e termina sem ir a lugar algum.

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