sábado, abril 27, 2024

Crítica | Os Piores – Vencedor em Cannes EMOCIONA ao mostrar a liberdade das emoções [Festival do Rio 2022]

Vencedor da Mostra Um Certo Olhar em Cannes, o longa-metragem francês Os Piores nos leva a uma gangorra de emoções em uma história profunda sobre alguns jovens de um bairro francês que são chamados durante o verão para realizar um longa-metragem. A questão aqui é que seus personagens no filme acabam de alguma forma tendo uma relação impactante com a realidade deles em um mundo repleto de altos e baixos. Um primoroso trabalho das cineastas Lise Akoka e Romane Gueret. Um dos melhores filmes da seleção do Festival do Rio desse ano.

Na trama, conhecemos Lily (Mallory Wanecque) e Ryan (Timéo Mahaut), dois jovens que moram no mesmo bairro e após uma seleção são selecionados para interpretar personagens em um filme chamado ‘Pissing in the North Wind’ que será rodado no bairro com direção do cineasta belga Gabriel (Johan Heldenbergh). Lily é uma jovem que possui um terrível trauma na sua vida, seu irmão pequeno, a quem era muito ligada, faleceu de câncer recentemente e no bairro é alvo de bullying. Já Ryan, meio rebelde, parece segurar suas emoções, é um jovem que não mora com a mãe e vê na irmã uma força maternal. Os dois, no filme vão interpretar irmãos e durante as gravações muitas emoções irão surgir e também novos conflitos.

A metalinguagem aqui proposta é um impulso para identificarmos os paralelos entre o filme dentro do filme e a realidade dos personagens nos seus cotidianos durante o processo de filmagens. E isso é feito sob algumas perspectivas. Tem a visão dos moradores do bairro que, em sua maioria, acha que a produção do filme está escolhendo os jovens mais problemáticos (daí o título do filme). Tem a visão da própria produção do filme que precisa lidar com os protagonistas não profissionais e todo o estresse do diretor durante as filmagens. E a visão dos próprios protagonistas e tudo que aprendem nos intensos dias de filmagens durante o verão. As cineastas Lise Akoka e Romane Gueret parecem ter uma grande observação sobre esse olhar focado nos bastidores de uma produção cinematográfica. Elas já haviam feito um curta-metragem de 28 minutos chamado Chasse Royale (2016), tratando sobre uma audição para um filme.

A curva de aprendizado para os envolvidos acaba sendo um destino que a princípio parecia improvável mas que aos poucos vamos vendo na tela. Temas como sexualidade, bullying, maternidade, amizade, referências na vida, ética, moral, são vistos nos ágeis diálogos do ótimo roteiro (que também é escrito pelas diretoras e Elénore Gurrey). Se o objetivo desse projeto era conseguir nossa atenção sobre a questão de um processo de filmagens, Os Piores consegue mais que isso, consegue nossa atenção para um recorte onde a maturidade corre em passos largos para combater as desilusões que aparecem sem avisar.

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