terça-feira , 24 dezembro , 2024

Globo de Ouro 2019 | As Surpresas e os Esnobados

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Pois é, amiguinhos. Dissemos e repetimos um milhão de vezes que quando piscássemos, 2018 teria ido embora. Dito e feito. Estamos em 2019, de cara com a melhor época para os cinéfilos de todo o mundo: a temporada de prêmios. Enquanto o Oscar (a maior delas) não chega, ontem foi ao ar os prêmios do Globo de Ouro – premiação criada e votada pela imprensa estrangeira com sede em Hollywood. Ou seja, um grande prêmio de críticos. Isso mesmo.

Como sempre, entre felicidades, torcidas e frustrações (afinal, nem tudo é unânime), mais uma edição garantiu muito amor e certo ranço dos fãs, cinéfilos e afins. Para comentar a noite badalada, seus erros e acertos, a redação do CinePOP também dá seus pitacos sobre o que aconteceu ontem à noite. Vem ver.



Amy Adams – A azarada

O legal da internet é que dá voz direta ao público, e entre comentários inteligentes e pertinentes, muita raiva hater e ranço, se encontra também o humor através dos impagáveis memes. Assim, a talentosíssima Amy Adams já virou figurinha carimbada no subconsciente geral como uma das maiores heroínas trágicas de Hollywood. Tida como o Leonardo DiCaprio de saias (que antes de seu recente Oscar também era alvo das piadinhas), Adams tem cinco indicações ao prêmio da Academia, sem vitória. Isso faz dela a melhor atriz de sua geração que ainda está de mãos vazias de estatuetas.

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Corroborando ainda mais o status azarado da atriz, na noite de ontem, Adams estava indicada não apenas em uma, mas em duas categorias. No filme Vice – no qual vive a esposa do vice-presidente americano da era George W. Bush, Lynne Cheney – sua indicação e possível vitória poderiam servir de termômetro para o Oscar. Bem, a indicação pode até sair, mas sua derrota no Globo de Ouro não é bom sinal – o que poderá resultar em sua sexta indicação sem vitória. Saindo do terreno do cinema, garantia maior era dada à sua atuação na minissérie de suspense Objetos Cortantes, no qual a atriz mergulhava pela primeira vez na telinha. Adams era a favorita (dona de um trabalho de peso), mas a vitória ficou mesmo foi com Patricia Arquette (Escape at Dannemora).

Filmes Correndo por Fora

Pantera Negra, Nasce uma Estrela e A Favorita são alguns dos filmes mais comentados da temporada, e grandes preferidos aos prêmios. Adicione à mistura Vice, filme político sobre Dick Cheney (Christian Bale), que chegou nos 45 do segundo tempo e obteve o maior número de indicações ao Globo de Ouro. Não que o Globo de Ouro seja o termômetro definitivo para o Oscar, e os prêmios da Academia ainda estão longe de estarem lacrados. Mas com este último domingo, dois longas surgem forte e crescem na disputa: Green Book – O Guia e Bohemian Rhapsody.

O primeiro é um feel good sobre racismo, que se comporta como uma versão moderna de Conduzindo Miss Daisy (1989), dirigido por Peter Farrelly, no qual Viggo Mortensen vive o motorista italiano bronco do músico sofisticado Mahershala Ali, no auge da luta pelos direitos civis nos EUA da década de 1960. O segundo é a biografia de Freddie Mercury e da banda Queen. A vitória deste segundo – muito adorado pelos fãs e público em geral – serviu como tapa de luva de pelica em parte da crítica, que torceu o nariz para o longa. Green Book ganhou três das cinco indicações (roteiro, filme de comédia e ator coadjuvante para Ali) e Bohemian levou os dois prêmios importantes aos quais estava indicado: melhor ator de drama (Rami Malek) – desbancando o favorito Bradley Cooper (Nasce uma Estrela) e melhor obra de drama – tirando o mesmo filme citado de jogada. Bohemian é atualmente o número 135 dentre os 250 melhores de todos os tempos na opinião do grande público.

Duelo de Atrizes

Por falar em esnobada, Nasce uma Estrela – um queridinho do público e críticos – vem perdendo a força (ao menos é o que nos mostrou o Globo de Ouro). Dos cinco prêmios aos quais estava indicado, o longa dramático levou apenas o óbvio para a canção Shallow, de Lady Gaga. A própria, até então favorita ao prêmio no Oscar, saiu de mãos abanando e, ao lado de Melissa McCarthy (outra que despertava muito falatório), desce um degrau na corrida. Quem sobe são outras duas. Olivia Colman, a Rainha de A Favorita, emplaca no único prêmio (porém, muito importante) para o estranho filme do grego Yorgos Lanthimos (O Lagosta). Já na categoria de atriz drama, a veterana Glenn Close foi lembrada por seu desempenho impressionante em A Esposa – história sobre um casamento de décadas. Depois de ontem, Colman e Close estão um pouco à frente nesta corrida.

A Força Netflix

Um dos filmes que chamou atenção ontem no Globo de Ouro foi o elogiadíssimo Roma, drama em preto e branco sobre uma empregada doméstica, de Alfonso Cuarón. O longa foi barbada na categoria de filme estrangeiro, e Cuarón levou como melhor diretor também. Seria uma previsão para o Oscar, onde Roma provavelmente estará entre os melhores filmes do ano? Não existe dúvida para os cinéfilos sobre a qualidade e qual merece levar para casa a honraria de melhor filme entre Roma, Green Book e Bohemian Rhapsody.

E quanto aos filmes Representativos?

Pantera Negra, Infiltrado na Klan e Se a Rua Beale Falasse são alguns dos filmes raciais mais representativos do ano. Enquanto os dois primeiros saíram de mãos completamente abanando, Rua Beale levou o importante prêmio de coadjuvante para Regina King.

Mas se formos parar para pensar, a maioria dos filmes indicados traz sua própria representatividade. A Favorita tem um elenco liderado por três mulheres. Bohemian Rhapsody joga os holofotes na comunidade LGBT num filme pop vendido às massas. Roma fala sobre e traz como protagonista uma não-atriz mexicana. E Green Book aborda o racismo da forma como os clássicos do cinema de Hollywood (vide Adivinha quem vem para Jantar?) fizeram.

Outros prêmios da noite

O camaleônico Christian Bale foi o melhor ator cômico da noite por Vice, tirando o prêmio de Viggo Mortensen (Green Book) e do veterano Robert Redford (The Old Man & The Gun).

Na categoria de animações, a toda poderosa Disney sofreu derrota dupla. Nada de Os Incríveis 2 ou Wifi Ralph: Quebrando a Internet. O prêmio ficou mesmo com a Sony e sua animação pouco convencional Homem-Aranha no Aranhaverso. Mas o que queríamos mesmo era ver Ilha dos Cachorros, novo stop-motion de Wes Anderson, sair vitorioso.

Na categoria em que dois filmes com Emily Blunt estavam indicados (Um Lugar Silencioso e O Retorno de Mary Poppins), a de efeitos sonoros, sobrou para o apagado O Primeiro Homem (de Damien Chazelle), o prêmio.

E você, o que achou do Globo de Ouro 2019? Comente.

O anúncio dos indicados ao Oscar 2019 ocorre no dia 22 de janeiro. A cerimônia vai ao ar no dia 24 de fevereiro.

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Pois é, amiguinhos. Dissemos e repetimos um milhão de vezes que quando piscássemos, 2018 teria ido embora. Dito e feito. Estamos em 2019, de cara com a melhor época para os cinéfilos de todo o mundo: a temporada de prêmios. Enquanto o Oscar (a maior delas) não chega, ontem foi ao ar os prêmios do Globo de Ouro – premiação criada e votada pela imprensa estrangeira com sede em Hollywood. Ou seja, um grande prêmio de críticos. Isso mesmo.

Como sempre, entre felicidades, torcidas e frustrações (afinal, nem tudo é unânime), mais uma edição garantiu muito amor e certo ranço dos fãs, cinéfilos e afins. Para comentar a noite badalada, seus erros e acertos, a redação do CinePOP também dá seus pitacos sobre o que aconteceu ontem à noite. Vem ver.

Amy Adams – A azarada

O legal da internet é que dá voz direta ao público, e entre comentários inteligentes e pertinentes, muita raiva hater e ranço, se encontra também o humor através dos impagáveis memes. Assim, a talentosíssima Amy Adams já virou figurinha carimbada no subconsciente geral como uma das maiores heroínas trágicas de Hollywood. Tida como o Leonardo DiCaprio de saias (que antes de seu recente Oscar também era alvo das piadinhas), Adams tem cinco indicações ao prêmio da Academia, sem vitória. Isso faz dela a melhor atriz de sua geração que ainda está de mãos vazias de estatuetas.

Corroborando ainda mais o status azarado da atriz, na noite de ontem, Adams estava indicada não apenas em uma, mas em duas categorias. No filme Vice – no qual vive a esposa do vice-presidente americano da era George W. Bush, Lynne Cheney – sua indicação e possível vitória poderiam servir de termômetro para o Oscar. Bem, a indicação pode até sair, mas sua derrota no Globo de Ouro não é bom sinal – o que poderá resultar em sua sexta indicação sem vitória. Saindo do terreno do cinema, garantia maior era dada à sua atuação na minissérie de suspense Objetos Cortantes, no qual a atriz mergulhava pela primeira vez na telinha. Adams era a favorita (dona de um trabalho de peso), mas a vitória ficou mesmo foi com Patricia Arquette (Escape at Dannemora).

Filmes Correndo por Fora

Pantera Negra, Nasce uma Estrela e A Favorita são alguns dos filmes mais comentados da temporada, e grandes preferidos aos prêmios. Adicione à mistura Vice, filme político sobre Dick Cheney (Christian Bale), que chegou nos 45 do segundo tempo e obteve o maior número de indicações ao Globo de Ouro. Não que o Globo de Ouro seja o termômetro definitivo para o Oscar, e os prêmios da Academia ainda estão longe de estarem lacrados. Mas com este último domingo, dois longas surgem forte e crescem na disputa: Green Book – O Guia e Bohemian Rhapsody.

O primeiro é um feel good sobre racismo, que se comporta como uma versão moderna de Conduzindo Miss Daisy (1989), dirigido por Peter Farrelly, no qual Viggo Mortensen vive o motorista italiano bronco do músico sofisticado Mahershala Ali, no auge da luta pelos direitos civis nos EUA da década de 1960. O segundo é a biografia de Freddie Mercury e da banda Queen. A vitória deste segundo – muito adorado pelos fãs e público em geral – serviu como tapa de luva de pelica em parte da crítica, que torceu o nariz para o longa. Green Book ganhou três das cinco indicações (roteiro, filme de comédia e ator coadjuvante para Ali) e Bohemian levou os dois prêmios importantes aos quais estava indicado: melhor ator de drama (Rami Malek) – desbancando o favorito Bradley Cooper (Nasce uma Estrela) e melhor obra de drama – tirando o mesmo filme citado de jogada. Bohemian é atualmente o número 135 dentre os 250 melhores de todos os tempos na opinião do grande público.

Duelo de Atrizes

Por falar em esnobada, Nasce uma Estrela – um queridinho do público e críticos – vem perdendo a força (ao menos é o que nos mostrou o Globo de Ouro). Dos cinco prêmios aos quais estava indicado, o longa dramático levou apenas o óbvio para a canção Shallow, de Lady Gaga. A própria, até então favorita ao prêmio no Oscar, saiu de mãos abanando e, ao lado de Melissa McCarthy (outra que despertava muito falatório), desce um degrau na corrida. Quem sobe são outras duas. Olivia Colman, a Rainha de A Favorita, emplaca no único prêmio (porém, muito importante) para o estranho filme do grego Yorgos Lanthimos (O Lagosta). Já na categoria de atriz drama, a veterana Glenn Close foi lembrada por seu desempenho impressionante em A Esposa – história sobre um casamento de décadas. Depois de ontem, Colman e Close estão um pouco à frente nesta corrida.

A Força Netflix

Um dos filmes que chamou atenção ontem no Globo de Ouro foi o elogiadíssimo Roma, drama em preto e branco sobre uma empregada doméstica, de Alfonso Cuarón. O longa foi barbada na categoria de filme estrangeiro, e Cuarón levou como melhor diretor também. Seria uma previsão para o Oscar, onde Roma provavelmente estará entre os melhores filmes do ano? Não existe dúvida para os cinéfilos sobre a qualidade e qual merece levar para casa a honraria de melhor filme entre Roma, Green Book e Bohemian Rhapsody.

E quanto aos filmes Representativos?

Pantera Negra, Infiltrado na Klan e Se a Rua Beale Falasse são alguns dos filmes raciais mais representativos do ano. Enquanto os dois primeiros saíram de mãos completamente abanando, Rua Beale levou o importante prêmio de coadjuvante para Regina King.

Mas se formos parar para pensar, a maioria dos filmes indicados traz sua própria representatividade. A Favorita tem um elenco liderado por três mulheres. Bohemian Rhapsody joga os holofotes na comunidade LGBT num filme pop vendido às massas. Roma fala sobre e traz como protagonista uma não-atriz mexicana. E Green Book aborda o racismo da forma como os clássicos do cinema de Hollywood (vide Adivinha quem vem para Jantar?) fizeram.

Outros prêmios da noite

O camaleônico Christian Bale foi o melhor ator cômico da noite por Vice, tirando o prêmio de Viggo Mortensen (Green Book) e do veterano Robert Redford (The Old Man & The Gun).

Na categoria de animações, a toda poderosa Disney sofreu derrota dupla. Nada de Os Incríveis 2 ou Wifi Ralph: Quebrando a Internet. O prêmio ficou mesmo com a Sony e sua animação pouco convencional Homem-Aranha no Aranhaverso. Mas o que queríamos mesmo era ver Ilha dos Cachorros, novo stop-motion de Wes Anderson, sair vitorioso.

Na categoria em que dois filmes com Emily Blunt estavam indicados (Um Lugar Silencioso e O Retorno de Mary Poppins), a de efeitos sonoros, sobrou para o apagado O Primeiro Homem (de Damien Chazelle), o prêmio.

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