quinta-feira, abril 18, 2024

Mês do Orgulho | 20 Músicas Indispensáveis para Celebrar a Diversidade

Publicado originalmente em 09 de junho de 2020.

E o nosso especial do Mês do Orgulho continua!

Dessa vez, migraremos do cenário cinematográfico para o musical – afinal, ao longo dos anos, diversos artistas se posicionaram a favor da comunidade LGBTQIA+ através de canções que ganharam a indústria mainstream e de letras ácidas de respeito e contra o preconceito que enfrentamos todos os dias.

Por isso, o maior trabalho foi reduzir a quantidade incrível de iterações que poderiam integrar essa matéria. Entretanto, nossa singela lista irá contemplar os 20 maiores hinos queer da história (sejam explícitos ou reapropriados), viajando no tempo e trazendo nomes desde Culture Club até Janelle Monáe.

Confira:

20. DANCING QUEEN, ABBA

Assim como diversas outras produções musicais, “Dancing Queen”, da banda sueca ABBA, não falava originalmente sobre a comunidade queer. Entretanto, a canção foi reapropriada como uma das representantes famosas da cultura LGBTQ+, funcionando como uma celebração de todas as rainhas e reis que viveram às escondidas por muito tempo e agora têm a oportunidade de se expressarem.

19. KARMA CHAMELEON, Culture Club

O ícone original gender-fluid do pop Boy George nunca deixou de se afastar da normatividade binária – e, desde os anos 1980, quando ainda integrava o famoso grupo Culture Club, provocou a mente conservadora e reacionária de quem o ouvia. Com “Karma Chameleon”, George usa seus vocais soulful para falar sobre a fluidez da orientação sexual – dizendo, eventualmente, que a ideia de gênero é uma mera construção social.

Não deixe de assistir:

18. TAINTED LOVE, Soft Cell

Quando Ed Cobb escreveu “Tainted Love” em 1964, não poderia ter imaginado que ressoaria com tanta força duas décadas mais tarde. Em 1980, a sensual e futurística canção viria a representar o medo da comunidade LGBTQ+ no começo da crise da AIDS. Sua versão mais conhecida (e a melhor delas, diga-se de passagem), ganhou os palcos em 1981 através da voz de Marc Almond, tornando-se um sucesso sem precedentes.

17. IT’S RAINING MEN, The Weather Girls

Não há uma pessoa no mundo que nunca tenha ouvido alguma versão de “It’s Raining Men”, a canção mais conhecida do grupo The Weather Girls. Co-escrito por Paul ShafferPaul Jabara, a rendição foi descartada por ninguém menos que Donna Summer por seu conteúdo “blasfemo”. No final das contas, coube a Martha Wash encabeçar uma performance espetacular e quase dêitica de um dos maiores hinos dos anos 1980 – e até mesmo do século XX.

16. THE JEAN GENIE, David Bowie

A espetacular carreira de David Bowie é constantemente homenageada por artistas da nova geração – afinal, ele veio a inspirar a lendária Lady Gaga em toda sua estética performativa e musical. E “The Jean Genie” segue como uma de suas iterações mais incríveis e tocantes, sutil e metaforicamente deixando o country-rock flertar com sua persona andrógena e sua bissexualidade.

15. ALL THE LOVERS, Kylie Minogue

A artista australiana Kylie Minogue percebeu que havia se tornado um ícone LGBTQ+ no final dos anos 1980, alguns anos depois de começar a fazer sucesso mundial. Hoje, Minogue é dona de músicas indispensáveis para se ouvir no Mês do Orgulho – e uma delas prova seu status como Rainha do Dance: “All The Lovers”, uma synth-ballad de tirar o fôlego com um clipe espetacular que fala sobre o amor verdadeiro. E, se você está procurando por um hino de superação, temos também a icônica “Get Outta My Way”.

14. I WANT TO BREAK FREE, Queen

Freddie Mercury é um dos melhores cantores e compositores de todos os tempos e, ao lado do grupo chamado Queen, entregou rendições memoráveis e imortalizadas dos mais diversos jeitos. O electro-rock de “I Want To Break Free”, lançado sete anos antes de sua morte, insurge do modo mais inesperado como uma declaração de libertação e de amor (“eu me apaixonei pela primeira vez” e “eu quero ser livre”) que dialoga inclusive com sua bissexualidade.

13. YMCA, Village People

O irreverente grupo Village People sempre brincou com os estereótipos masculinizados da sociedade norte-americana dos anos 1970. Criado por Jacques Morali, o sexteto tem como uma de suas músicas principais o dançante “YMCA” – que faz uma alusão à sexualidade escondida de seus membros e de um lugar em que a orientação sexual não seria motivo de vergonha. O estrondo musical teve como resultado nada menos que 10 milhões de cópias vendidas ao redor do mundo – e um legado que é visto em cada festa de casamento ou reunião festiva.

12. MAKE ME FEEL, Janelle Monáe

Janelle Monáe entregou um dos melhores álbuns da década passada com ‘Dirty Computer’ – e o hino “Make Me Feel” é apenas uma das muitas narrativas críticas das quais se dispõe. Modernizando o R&B com habilidade impecável, a música é uma declaração de sua pansexualidade com clareza dançante e envolvente, nos convidando para a pista de dança em uma memorável performance.

11. BORN NAKED, RuPaul

RuPaul Charles é a drag queen mais famosa do mundo e está no cenário artístico queer desde a primeira vez que subiu num par de saltos altos. Ao longo de sua extensa carreira – que inclui inúmeros protestos a favor da comunidade LGBTQ+ e negra -, ela nos entregou algumas músicas de amadurecimento e de superação frente às adversidades, incluindo o rock-pop “Born Naked” ao lado de Clairy Browne. A canção é regida pela premissa de “todos nós nascemos nus e o resto é drag” como forma de mostrar que somos todos iguais independente da orientação sexual e de nossas preferências artísticas.

10. YOU MAKE ME FEEL (MIGHTY REAL), Sylvester

Sylvester talvez seja conhecido por ter um falsetto extremamente pristino e expressivo – chegando até mesmo ao patamar de Prince. O cantor, abertamente gay e um dos ícones do gender-fluid e da não-binariedade, ganhou fama pela rendição disco de “You Make Me Feel (Mighty Real)”, que ganha os ouvidos de várias gerações até hoje. Sua ode à felicidade em uma época em que a homossexualidade e a transsexualidade eram encaradas como doenças apenas transforma a canção em uma importante declaração de amor à vida.

9. CLOSER, Tegan and Sara

A dupla de irmãs canadenses Tegan and Sara mostraram o mais puro retrato da amizade queer ao descrever com uma elegíaca letra que o amor entre duas pessoas não existe apenas no âmbito sexual, mas também no sentido mais sentimental. “Closer”, um dos principais singles do aclamado EP ‘Heartthrob’ é uma produção que não poderia ficar de fora da nossa lista no Mês do Orgulho.

8. BELIEVE, Cher

Sendo a patrona da música pop e uma das deusas da indústria fonográfica, Cher é um dos ícones mais poderosos da comunidade LGBTQ+ e nunca deixou de se posicionar a nosso favor. Com “Believe” sendo reestruturada para os dias atuais, a canção é um hino de esperança para aqueles que não acreditam no poder do amor – ou nem mesmo que são destinados a encontrar em alguém. Lançada em 1998, a faixa promocional de seu álbum homônimo é uma das mais importantes de sua carreira.

7. LET’S HAVE A KIKI, Scissor Sisters

Apesar da batida bastante familiar (e um tanto quanto cansativa), “Let’s Have a Kiki” é uma das músicas com maior quantidade de gírias LGBTQ+ de todos os tempos. Encabeçada pelo excêntrico e adorável grupo The Scissor Sisters (cujo próprio nome faz alusão à comunidade queer), a música é acompanhada de um vídeo instrucional atemporal e divertido que cai no gosto popular desde seu lançamento até os dias de hoje.

6. I WILL SURVIVE, Gloria Gaynor

Gloria Gaynor, a Rainha do disco-music, é a voz por trás de obras-primas da esfera fonográfica – incluindo “I Will Survive”. Apesar da motivação real ter vindo de tragédias pessoais, Gaynor reconheceu a importância de seu hino de superação para a comunidade queer, visto que sua letra enaltecedora começou a ser declamada e repetitiva como uma infusão de forças para seguir em frente e enfrentar as mais duras adversidades.

5. VOGUE, Madonna

Madonna colocou sua carreira em xeque ao postar-se a favor dos LGBTQ+ em uma época de puro descaso e estigmatização. Em 1990, colocou a cultura transsexual dos ballrooms no cenário mainstream com “Vogue”, chegando ao topo das paradas do mundo inteiro. Acompanhado de um vídeo preto-e-branco art-déco e fazendo menções a ícones do cinema dos anos 1920 e 1930, a música é uma rendição escapista e de altivez acompanhada de um liricismo irretocável digno das melhores construções da Rainha do pop clássico.

4. DANCING ON MY OWN, Robyn

Considerada até hoje uma das melhores músicas de todos os tempos, a comovente e emocionante balada electro-disco regada a sintetizadores da cantora e compositora sueca Robyn foi reclamada pela comunidade queer com força descomunal. Na verdade, se pegarmos a impecável elegia romântica que ela escreve, temos uma protagonista que representa as pessoas marginalizadas e isoladas que dançam por conta própria em vez de se esconderem em casa.

3. TRUE TRANS SOUL REBEL, Against Me!

Em seu livro de memórias ‘Tranny: Confessions of Punk Rock’s Most Infamous Anarchist Sellout’, publicado em 2016, a líder da banda Against Me!Laura Jane Grace, se recorda do momento em que começou a fazer a transição de gênero – desaparecendo em quartos de motéis para praticar o uso de vestidos e esperando que ninguém a visse. Foram esses dias que inspiraram a aclamada música “True Trans Soul Rebel”, uma rendição punk-western cuja letra fala sobre mulheres transsexuais lutando para viver.

2. I’M COMING OUT, Diana Ross

A lendária Diana Ross é conhecida por sua discografia impecável e alguns dos melhores hits de todos os tempos. Também posicionando-se sempre a favor da comunidade LGBTQ+, o anthem regado pelo dance-music “I’m Coming Out” foi reavido como um majestoso solilóquio de empoderamento, cuja conhecida letra é basicamente uma ode a aceitar quem realmente somos e não nos escondermos (não é à toa que o título serve de mote para quando nos revelamos queer).

1. BORN THIS WAY, Lady Gaga

Don’t be a drag, just be a queen.

Demorou até 2011 para que a indústria fonográfica finalmente começasse a falar com todas as letras as múltiplas orientações sexuais que se afastavam da binariedade. E a declaração de amor-próprio viria com ninguém menos com Lady Gaga, um dos maiores nomes do século XXI e uma das maiores ativistas LGBTQ+ da história.

Desde sua ascensão à fama em 2008, Gaga mostrou ser extremamente grata para a comunidade queer, nunca deixando de incluí-los em monólogos e discursos de respeito. Mas foi com “Born This Way” que a artista viria a provar sua gratidão: a incursão dance-pop, contemporânea e clássica ao mesmo tempo, não se valeria de metáforas e alusões, mas sim de versos claros o suficiente para deixar exposto que todos somos iguais e merecemos respeito e oportunidades.

“Não importa gay, hétero, bi, lésbica, transgênero, estou no caminho certo, eu nasci para sobreviver”. De fato, não há frase que mais represente essa constante e cada vez mais forte e endossada luta para existirmos em um sociedade tão hipócrita e preconceituosa.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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