sábado , 23 novembro , 2024

Oscar 2019 | MELHOR ATRIZ – Nossos Palpites para as Indicadas

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Sim, amiguinhos! A temporada de prêmios já está entre nós. 2018 passou voando, como de praxe, e já estamos na reta final do ano. Só nos resta um pouco mais de dois meses para que 2019 se forme diante de nossos olhos e mais uma edição do Oscar traga o que de melhor passou pelas telas mundiais. É claro que antes da maior premiação do mundo do cinema, outras de grande importância irão aportar – como os prêmios dos Sindicatos e o Globo de Ouro (ambos fortes termômetros para as indicações nos prêmios da Academia).

Os especialistas já começaram a falar e apontar, e nós do CinePOP também iremos dar nossos pitacos sobre o que pode acontecer no próximo janeiro. Lembrando que até lá ainda tem muito chão e favoritos agora podem perder força e vice versa. Lembrando também que a maioria destas produções ainda não aportaram em nosso país – até o momento deste texto apenas O Primeiro Homem e Nasce uma Estrela foram exibidos para a nossa imprensa.



Sem mais delongas, vamos conhecer as potenciais candidatas para a categoria de Melhor Atriz.

Lady Gaga

Quem diria, a cantora pop para a qual muitos ainda torcem o nariz pode estar entre as indicadas na prestigiada categoria. E melhor, pode até mesmo levar o prêmio. Neste momento, a estrela da música desponta como favorita ao Oscar, mas até lá teremos uma longa estrada. Com a meta sendo cumprida de sua desconstrução (da exuberância e personalidade espalhafatosa do passado), cada vez mais as pessoas enxergam Stefani Germanotta, a pessoa por trás do produto Gaga. Só resta saber como a agora atriz irá se apresentar caso sua indicação saia.

O fato é, Nasce uma Estrela é a quarta edição da mesma história, ao longo das décadas de 1930, 1950 e 1970, todas com bastante prestígio e donas de indicações no Oscar. Por que com esta versão seria diferente? Quem já pôde conferir garante que no filme veremos uma Lady Gaga nunca antes apresentada. Fora isso, a cantora não é estranha aos prêmios da Academia, tendo sido indicada em 2016 na categoria de canção original, com’Til It Happens to You’, do documentário The Hunting Ground.

“As Favoritas” (Olivia Colman, Emma Stone e Rachel Weisz)

Aqui temos um impasse. A Favorita, drama de época dirigido pelo grego Yorgos Lanthimos, relata biograficamente o reinado de Ana da Grã-Bretanha, na Inglaterra do Século XVIII. Mas não pense você que este é um filme histórico normal, pois estamos nas mãos do sujeito que criou O Lagosta (2015) e O Sacrifício do Cervo Sagrado (2017), duas obras pra lá de perturbadoras. O mesmo ocorre aqui, neste relato histérico e dono de muito humor impróprio – é só conferir o trailer. Tanto que o longa vem sendo comparado como uma nova versão de A Malvada (1950), com Bette Davis.

O problema aqui é decidir por uma protagonista, já que aparentemente o trio principal (Stone, Colman e Weisz) tem o mesmo tempo de cena. O próprio estúdio ainda não decidiu sobre quem pega a vaga de atriz principal e as coadjuvantes. O bom senso aponta a britânica Olivia Colman, que vive a Rainha Ana, como protagonista. E é o que muitos especialistas têm feito. A atuação de Colman é dita ser extravagante, mas sabemos que muitas vezes os estúdios gostam de dar “um jeitinho” para que seu indicado tenha mais chance em outra categoria (já vimos isso antes outra vezes). Assim, se recair para coadjuvante, Colman se torna verdadeiramente “A Favorita”, com o perdão do trocadilho.

Se esta for a lógica, resta saber se o estúdio colocaria as outras atrizes (ou ao menos uma delas) como principal. Colman nunca foi indicada, mas Rachel Weisz, que vive a conselheira Lady Sarah (e reina no lugar da monarca), tem seu Oscar de coadjuvante por O Jardineiro Fiel (2006) decorando a lareira. Além disso, dizem as más línguas que se der zebra total, Weisz pode ser lembrada por seu desempenho em Desobediência – apesar de que a esta altura as chances para tal são ínfimas. Por outro lado, a jovem Emma Stone, que vive a nova favorita da Rainha, levou a honraria máxima há duas edições do Oscar por La La Land. Este ano, a ruivinha bem que tentou com seu retrato da tenista Billie Jean King, mas a indicação para A Guerra dos Sexos só veio no Globo de Ouro.

Glenn Close

A maior veterana da lista, Glenn Close tem 84 créditos como atriz e uma carreira que data de 1975. Fora isso, a experiente artista soma nada menos que 6 indicações ao Oscar no currículo, com a primeira em 1983 (O Mundo Segundo Garp) e a última em 2012 (Albert Nobbs). O que Close não tem é uma vitória. Ou pelo menos ainda. A própria, inclusive, brinca com o fato e com sua semelhança física com Meryl Streep, constatando que a única vez em que não é confundida com a colega, é na hora de ganhar prêmios. Se for indicada novamente e não sair vitoriosa, Close pode ser considerada a maior (ou uma das maiores) “perdedora” da premiação.

Hoje, muitos acreditam que Close sai na frente como favorita. Outros, que sequer será indicada, já que a Sony Pictures Classics está se desdobrando para conseguir promover o filme The Wife, pelo qual ela receberia a indicação. O longa fala sobre uma esposa que questiona suas escolhas de vida enquanto viaja com o marido para que ele receba o prêmio Nobel de Literatura. Segundo dizem as más línguas, a produção não tem muita força, no entanto, no passado já tivemos casos de atrizes que carregaram seus filmes (que sequer foram indicados) e saíram vitoriosas – como foi o caso com Julianne Moore em Para Sempre Alice, Cate Blanchett em Blue Jasmine e, por que não, Meryl Streep em A Dama de Ferro. Não foi implicância, Glenn, juramos.

Yalitza Aparicio

Quem? Isso, mesmo. Até ontem ninguém havia ouvido falar nesta atriz mexicana estreante. De Fato, Roma, do diretor Alfonso Cuarón, é seu primeiro e único trabalho na carreira. O drama intimista é um retrato muito natural de uma família de classe média no México da década de 1970. A elogiadíssima obra ganhou o Leão de Ouro no prestigiado festival de Veneza este ano, e é considerado uma aposta certa na categoria principal. Talvez um dos “menores” filmes entre os pretensos indicados (apesar de ser bancado pela Netflix), Roma é dito não possuir uma narrativa tradicional e ser o tipo de filme de arte para o qual muitos não irão dar bola.

Roma não possui atores conhecidos e o roteiro exala simplicidade (segundo relatos). Porém, ao que tudo indica, este é o show de um diretor, exibindo sua maestria técnica e domínio de cena. E quando este diretor é Alfonso Cuarón, quem sai ganhando são os cinéfilos. A “não atuação” da mexicana Aparicio tem chamado atenção dos especialistas e sua vaga entre as indicadas é quase certa. Como não fala uma palavra de inglês, sua carreira nos EUA é uma venda difícil. E como apontou o crítico Pete Hammond, do Deadline Hollywood, seria muito azar de Glenn Close perder a indicação para uma atriz que nunca atuou antes. Acontece.

Melissa McCarthy

Talvez a única possibilidade de indicação mais polêmica que, ou tão polêmica quanto, a de Lady Gaga seja a da comediante Melissa McCarthy. Amada pelos fãs de comédias e filmes de entretenimento e olhada de cara feia pelos cinéfilos mais pretensiosos, a atriz gera burburinho de prêmios com sua performance em Can You Ever Forgive Me?, da diretora Marielle Heller. No filme, McCarthy vive uma falsária neste drama biográfico. Aqui, temos outro clássico caso na história da Academia, o comediante que busca ser reconhecido por seus talentos dramáticos.

Vale lembrar que esta não é a primeira vez que a atriz se empenha em um papel mais sério. Em 2014, ela diminuiu sua veia cômica para o papel de uma mãe solteira em Um Santo Vizinho, com Bill Murray. Além disso, McCarthy tem no currículo uma indicação ao Oscar (sim, você sabia dessa?) pela comédia Missão Madrinha de Casamento (2011), o que faria desta possível nova nomeação, a segunda de sua carreira. Toma essa, Scarlett Johansson! E com a possível indicação, a atriz poderia deixar pra trás e esquecer de vez o desastre conhecido como Crimes em Happytime – lançado recentemente.

Correndo por Fora:

Saoirse Ronan

Aqui teremos outro caso curioso. Correndo por fora, a jovem irlandesa Saoirse Ronan parece não sair mais do radar do Oscar e aos poucos vai se tornando outra que coleciona indicações sem vitória (que deve estar muito perto de chegar). O que chama atenção, no entanto, é que a atriz tem apenas 24 anos de idade e já soma três indicações (as últimas duas com um intervalo de um ano). O feito pode ser repetido ano que vem com Duas Rainhas, outra produção de época sobre Monarcas, traições e tentativas de destronamentos.

Ronan vive Maria da Escócia (Mary Stuart), que conspirou contra a prima, Elizabeth I, Rainha da Inglaterra – papel da musa Margot Robbie. Este ano, as duas colegas de cena competiram pelo prêmio de melhor atriz (Ronan por Lady Bird e Robbie por Eu, Tonya), mas saíram de mãos abanando. No ano que vem, o risco do fato se repetir é mínimo, já que a possibilidade aponta para categorias diferentes. Se o sol sorrir para elas, Ronan deve entrar como protagonista e Robbie como coadjuvante. Ou quem sabe invertam os papeis.

Julia Roberts

Nem só de novas estrelas vivem as premiações e vira e mexe presenciamos o retorno de verdadeiras lendas à boa forma. Julia Roberts, sem dúvidas, é uma das mais emblemáticas estrelas de Hollywood ainda em atividade, que pode brilhar novamente na maior festa do cinema mundial. No dramático Ben is Back, a atriz banca a mãezona do jovem Lucas Hedges (um dos destaques deste fim de ano) – indicado por Manchester à Beira Mar -, que interpreta o problemático personagem título. Roberts coleciona quatro indicações (a última em 2014 por Álbum de Família) e uma vitória (Erin Brockovich: Uma Mulher de Talento).

Viola Davis

O Sangue de Viola tem poder! Uma das atrizes mais queridas da atualidade, Viola Davis já tinha duas indicações ao Oscar antes de sua vitória ano passado por Um Limite Entre Nós. Este ano, suas chances são um pouco mais remotas, mas não completamente descartáveis. Ela protagoniza o novo trabalho do diretor Steve McQueen (12 Anos de Escravidão), As Viúvas, que abrirá o Festival do Rio este ano. Como a questão da diversidade segue forte como pauta, Davis pode encontrar lugar entre as indicadas – e talvez seja a atriz negra com mais possibilidade – apesar de termos uma mexicana que não fala inglês entre as favoritas neste momento. Seja como for, As Viúvas mesmo sendo um thriller de assalto e ação, pode respingar em indicações devido ao calibre dos envolvidos. Na trama, viúvas de criminosos, encabeçadas por Davis, dão continuidade aos trabalhos dos maridos, batendo de frente com a polícia e com poderosos reis do submundo.

Charlize Theron

Estava na hora da musa Theron voltar ao radar de premiações. A Academia está devendo nova indicação a ela, desde quando optaram por não nomeá-la no grande desempenho de Jovens Adultos (2012). Sua última indicação (num total de duas) foi em 2006 com Terra Fria. Charlize, no entanto, já tem sua estatueta do careca dourado na estante, pelo filme Monster – Desejo Assassino (2004). Depois de ser ovacionada por uma indicação que não veio em Mad Max: Estrada da Fúria (2015) e pagar mico no filme A Última Fronteira (2016), do então namorado Sean Penn, a belíssima sul africana ressurgiu como uma fênix em Tully, com um trabalho fenomenal. As chances são pequenas, mas não seria nada mal ver esta baita atriz indicada por seu retrato nada agradável da maternidade – Theron inclusive ganhou muito peso para o papel, numa transformação que a Academia valoriza.

Felicity Jones

A jovem atriz britânica mescla bem filmes mais sérios com superproduções do nível de Inferno e Rogue One, ambas de 2016. O prestígio veio antes, no entanto, com sua indicação na categoria principal de atriz pelo retrato de Jane Hawking, esposa do físico Stephen Hawking, em A Teoria de Tudo (2015). Dobradinha que ela busca agora, três anos depois, com o filme On the Basis of Sex, de Mimi Leder, no qual vive a icônica Ruth Bader Ginsburg, a primeira mulher da história a ser eleita juíza da Suprema Corte norte-americana. O filme mostra sua trajetória de superação em busca da igualdade dos sexos no local de trabalho. Mais pertinente e atual impossível. Este ano, inclusive, um documentário sobre a juíza, intitulado RBG, fez muito sucesso e pode emplacar na categoria pro Oscar.

Nicole Kidman

Outra veterana e verdadeira musa, a australiana gigantesca está no páreo por sua performance completamente descaracterizada, desconstruída e visceral no thriller de crime Destroyer. Kidman tem quatro indicações no currículo e uma vitória por As Horas (2002). Sua última indicação ocorreu ano passado na categoria coadjuvante por Lion – Uma Jornada para Casa. Este ano, a atriz pode voltar aos holofotes no papel de uma policial infiltrada numa gangue. O longa, porém, é considerado pouco atrativo para os votantes da academia, devido a sua carga extremamente pesada.

Keira Knightley

Outra jovem britânica que pode voltar às boas com a Academia e ainda não é dona do careca dourado. Keira Knightley chama atenção quando protagoniza filmes de época – é só ver seu histórico de indicações por Orgulho e Preconceito (2005) e O Jogo da Imitação (2014). Agora, os críticos já começaram a enaltecer Colette, novo drama biográfico baseado na vida da famosa escritora francesa – e, é claro, a atuação de Knightley. Novamente pegando o gancho muito necessário e atual do feminismo, o filme apresenta a protagonista lutando contra as amarras sociais e os costumes da época.

Outras Possibilidades:

Natalie Portman – Vox Lux
Carey Mulligan – Wildlife
Michelle Pfeiffer – Where is Kyra?
Toni Collette – Hereditário
Julianne Moore – Gloria Bell
Chloe Grace Moretz – The Miseducation of Cameron Post
Claire Foy – Millenium: A Garota na Teia de Aranha
Kiki Layne – If Beale Street Could Talk
Amandla Stenberg – O Ódio que Você Semeia
Thomasin McKenzie – Leave No Trace
Emily Blunt – Um Lugar Silenciosos
Sandra Bullock – Bird Box
Penélope Cruz – Todos Lo Saben
Rosamund Pike – A Private War
Rachel Weisz – Desobediência
Maggie Gyllenhaal – The Kindergarten Teacher
Julianne Moore – My Life on the Road
Isabelle Huppert – Greta
Emily Blunt – O Retorno de Mary Poppins
Hilary Swank – What They Had
Elsie Fisher – Eighth Grade
Elisabeth Moss – Her Smell
Danielle Macdonald – Dumplin´
Kathryn Hahn – Mais uma Chance
Emma Thompson – The Children Act
Joanna Kulig – A Cold War
Maxine Peake – Peterloo
Olivia Wilde – A Vida em Si

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Os especialistas já começaram a falar e apontar, e nós do CinePOP também iremos dar nossos pitacos sobre o que pode acontecer no próximo janeiro. Lembrando que até lá ainda tem muito chão e favoritos agora podem perder força e vice versa. Lembrando também que a maioria destas produções ainda não aportaram em nosso país – até o momento deste texto apenas O Primeiro Homem e Nasce uma Estrela foram exibidos para a nossa imprensa.

Sem mais delongas, vamos conhecer as potenciais candidatas para a categoria de Melhor Atriz.

Lady Gaga

Quem diria, a cantora pop para a qual muitos ainda torcem o nariz pode estar entre as indicadas na prestigiada categoria. E melhor, pode até mesmo levar o prêmio. Neste momento, a estrela da música desponta como favorita ao Oscar, mas até lá teremos uma longa estrada. Com a meta sendo cumprida de sua desconstrução (da exuberância e personalidade espalhafatosa do passado), cada vez mais as pessoas enxergam Stefani Germanotta, a pessoa por trás do produto Gaga. Só resta saber como a agora atriz irá se apresentar caso sua indicação saia.

O fato é, Nasce uma Estrela é a quarta edição da mesma história, ao longo das décadas de 1930, 1950 e 1970, todas com bastante prestígio e donas de indicações no Oscar. Por que com esta versão seria diferente? Quem já pôde conferir garante que no filme veremos uma Lady Gaga nunca antes apresentada. Fora isso, a cantora não é estranha aos prêmios da Academia, tendo sido indicada em 2016 na categoria de canção original, com’Til It Happens to You’, do documentário The Hunting Ground.

“As Favoritas” (Olivia Colman, Emma Stone e Rachel Weisz)

Aqui temos um impasse. A Favorita, drama de época dirigido pelo grego Yorgos Lanthimos, relata biograficamente o reinado de Ana da Grã-Bretanha, na Inglaterra do Século XVIII. Mas não pense você que este é um filme histórico normal, pois estamos nas mãos do sujeito que criou O Lagosta (2015) e O Sacrifício do Cervo Sagrado (2017), duas obras pra lá de perturbadoras. O mesmo ocorre aqui, neste relato histérico e dono de muito humor impróprio – é só conferir o trailer. Tanto que o longa vem sendo comparado como uma nova versão de A Malvada (1950), com Bette Davis.

O problema aqui é decidir por uma protagonista, já que aparentemente o trio principal (Stone, Colman e Weisz) tem o mesmo tempo de cena. O próprio estúdio ainda não decidiu sobre quem pega a vaga de atriz principal e as coadjuvantes. O bom senso aponta a britânica Olivia Colman, que vive a Rainha Ana, como protagonista. E é o que muitos especialistas têm feito. A atuação de Colman é dita ser extravagante, mas sabemos que muitas vezes os estúdios gostam de dar “um jeitinho” para que seu indicado tenha mais chance em outra categoria (já vimos isso antes outra vezes). Assim, se recair para coadjuvante, Colman se torna verdadeiramente “A Favorita”, com o perdão do trocadilho.

Se esta for a lógica, resta saber se o estúdio colocaria as outras atrizes (ou ao menos uma delas) como principal. Colman nunca foi indicada, mas Rachel Weisz, que vive a conselheira Lady Sarah (e reina no lugar da monarca), tem seu Oscar de coadjuvante por O Jardineiro Fiel (2006) decorando a lareira. Além disso, dizem as más línguas que se der zebra total, Weisz pode ser lembrada por seu desempenho em Desobediência – apesar de que a esta altura as chances para tal são ínfimas. Por outro lado, a jovem Emma Stone, que vive a nova favorita da Rainha, levou a honraria máxima há duas edições do Oscar por La La Land. Este ano, a ruivinha bem que tentou com seu retrato da tenista Billie Jean King, mas a indicação para A Guerra dos Sexos só veio no Globo de Ouro.

Glenn Close

A maior veterana da lista, Glenn Close tem 84 créditos como atriz e uma carreira que data de 1975. Fora isso, a experiente artista soma nada menos que 6 indicações ao Oscar no currículo, com a primeira em 1983 (O Mundo Segundo Garp) e a última em 2012 (Albert Nobbs). O que Close não tem é uma vitória. Ou pelo menos ainda. A própria, inclusive, brinca com o fato e com sua semelhança física com Meryl Streep, constatando que a única vez em que não é confundida com a colega, é na hora de ganhar prêmios. Se for indicada novamente e não sair vitoriosa, Close pode ser considerada a maior (ou uma das maiores) “perdedora” da premiação.

Hoje, muitos acreditam que Close sai na frente como favorita. Outros, que sequer será indicada, já que a Sony Pictures Classics está se desdobrando para conseguir promover o filme The Wife, pelo qual ela receberia a indicação. O longa fala sobre uma esposa que questiona suas escolhas de vida enquanto viaja com o marido para que ele receba o prêmio Nobel de Literatura. Segundo dizem as más línguas, a produção não tem muita força, no entanto, no passado já tivemos casos de atrizes que carregaram seus filmes (que sequer foram indicados) e saíram vitoriosas – como foi o caso com Julianne Moore em Para Sempre Alice, Cate Blanchett em Blue Jasmine e, por que não, Meryl Streep em A Dama de Ferro. Não foi implicância, Glenn, juramos.

Yalitza Aparicio

Quem? Isso, mesmo. Até ontem ninguém havia ouvido falar nesta atriz mexicana estreante. De Fato, Roma, do diretor Alfonso Cuarón, é seu primeiro e único trabalho na carreira. O drama intimista é um retrato muito natural de uma família de classe média no México da década de 1970. A elogiadíssima obra ganhou o Leão de Ouro no prestigiado festival de Veneza este ano, e é considerado uma aposta certa na categoria principal. Talvez um dos “menores” filmes entre os pretensos indicados (apesar de ser bancado pela Netflix), Roma é dito não possuir uma narrativa tradicional e ser o tipo de filme de arte para o qual muitos não irão dar bola.

Roma não possui atores conhecidos e o roteiro exala simplicidade (segundo relatos). Porém, ao que tudo indica, este é o show de um diretor, exibindo sua maestria técnica e domínio de cena. E quando este diretor é Alfonso Cuarón, quem sai ganhando são os cinéfilos. A “não atuação” da mexicana Aparicio tem chamado atenção dos especialistas e sua vaga entre as indicadas é quase certa. Como não fala uma palavra de inglês, sua carreira nos EUA é uma venda difícil. E como apontou o crítico Pete Hammond, do Deadline Hollywood, seria muito azar de Glenn Close perder a indicação para uma atriz que nunca atuou antes. Acontece.

Melissa McCarthy

Talvez a única possibilidade de indicação mais polêmica que, ou tão polêmica quanto, a de Lady Gaga seja a da comediante Melissa McCarthy. Amada pelos fãs de comédias e filmes de entretenimento e olhada de cara feia pelos cinéfilos mais pretensiosos, a atriz gera burburinho de prêmios com sua performance em Can You Ever Forgive Me?, da diretora Marielle Heller. No filme, McCarthy vive uma falsária neste drama biográfico. Aqui, temos outro clássico caso na história da Academia, o comediante que busca ser reconhecido por seus talentos dramáticos.

Vale lembrar que esta não é a primeira vez que a atriz se empenha em um papel mais sério. Em 2014, ela diminuiu sua veia cômica para o papel de uma mãe solteira em Um Santo Vizinho, com Bill Murray. Além disso, McCarthy tem no currículo uma indicação ao Oscar (sim, você sabia dessa?) pela comédia Missão Madrinha de Casamento (2011), o que faria desta possível nova nomeação, a segunda de sua carreira. Toma essa, Scarlett Johansson! E com a possível indicação, a atriz poderia deixar pra trás e esquecer de vez o desastre conhecido como Crimes em Happytime – lançado recentemente.

Correndo por Fora:

Saoirse Ronan

Aqui teremos outro caso curioso. Correndo por fora, a jovem irlandesa Saoirse Ronan parece não sair mais do radar do Oscar e aos poucos vai se tornando outra que coleciona indicações sem vitória (que deve estar muito perto de chegar). O que chama atenção, no entanto, é que a atriz tem apenas 24 anos de idade e já soma três indicações (as últimas duas com um intervalo de um ano). O feito pode ser repetido ano que vem com Duas Rainhas, outra produção de época sobre Monarcas, traições e tentativas de destronamentos.

Ronan vive Maria da Escócia (Mary Stuart), que conspirou contra a prima, Elizabeth I, Rainha da Inglaterra – papel da musa Margot Robbie. Este ano, as duas colegas de cena competiram pelo prêmio de melhor atriz (Ronan por Lady Bird e Robbie por Eu, Tonya), mas saíram de mãos abanando. No ano que vem, o risco do fato se repetir é mínimo, já que a possibilidade aponta para categorias diferentes. Se o sol sorrir para elas, Ronan deve entrar como protagonista e Robbie como coadjuvante. Ou quem sabe invertam os papeis.

Julia Roberts

Nem só de novas estrelas vivem as premiações e vira e mexe presenciamos o retorno de verdadeiras lendas à boa forma. Julia Roberts, sem dúvidas, é uma das mais emblemáticas estrelas de Hollywood ainda em atividade, que pode brilhar novamente na maior festa do cinema mundial. No dramático Ben is Back, a atriz banca a mãezona do jovem Lucas Hedges (um dos destaques deste fim de ano) – indicado por Manchester à Beira Mar -, que interpreta o problemático personagem título. Roberts coleciona quatro indicações (a última em 2014 por Álbum de Família) e uma vitória (Erin Brockovich: Uma Mulher de Talento).

Viola Davis

O Sangue de Viola tem poder! Uma das atrizes mais queridas da atualidade, Viola Davis já tinha duas indicações ao Oscar antes de sua vitória ano passado por Um Limite Entre Nós. Este ano, suas chances são um pouco mais remotas, mas não completamente descartáveis. Ela protagoniza o novo trabalho do diretor Steve McQueen (12 Anos de Escravidão), As Viúvas, que abrirá o Festival do Rio este ano. Como a questão da diversidade segue forte como pauta, Davis pode encontrar lugar entre as indicadas – e talvez seja a atriz negra com mais possibilidade – apesar de termos uma mexicana que não fala inglês entre as favoritas neste momento. Seja como for, As Viúvas mesmo sendo um thriller de assalto e ação, pode respingar em indicações devido ao calibre dos envolvidos. Na trama, viúvas de criminosos, encabeçadas por Davis, dão continuidade aos trabalhos dos maridos, batendo de frente com a polícia e com poderosos reis do submundo.

Charlize Theron

Estava na hora da musa Theron voltar ao radar de premiações. A Academia está devendo nova indicação a ela, desde quando optaram por não nomeá-la no grande desempenho de Jovens Adultos (2012). Sua última indicação (num total de duas) foi em 2006 com Terra Fria. Charlize, no entanto, já tem sua estatueta do careca dourado na estante, pelo filme Monster – Desejo Assassino (2004). Depois de ser ovacionada por uma indicação que não veio em Mad Max: Estrada da Fúria (2015) e pagar mico no filme A Última Fronteira (2016), do então namorado Sean Penn, a belíssima sul africana ressurgiu como uma fênix em Tully, com um trabalho fenomenal. As chances são pequenas, mas não seria nada mal ver esta baita atriz indicada por seu retrato nada agradável da maternidade – Theron inclusive ganhou muito peso para o papel, numa transformação que a Academia valoriza.

Felicity Jones

A jovem atriz britânica mescla bem filmes mais sérios com superproduções do nível de Inferno e Rogue One, ambas de 2016. O prestígio veio antes, no entanto, com sua indicação na categoria principal de atriz pelo retrato de Jane Hawking, esposa do físico Stephen Hawking, em A Teoria de Tudo (2015). Dobradinha que ela busca agora, três anos depois, com o filme On the Basis of Sex, de Mimi Leder, no qual vive a icônica Ruth Bader Ginsburg, a primeira mulher da história a ser eleita juíza da Suprema Corte norte-americana. O filme mostra sua trajetória de superação em busca da igualdade dos sexos no local de trabalho. Mais pertinente e atual impossível. Este ano, inclusive, um documentário sobre a juíza, intitulado RBG, fez muito sucesso e pode emplacar na categoria pro Oscar.

Nicole Kidman

Outra veterana e verdadeira musa, a australiana gigantesca está no páreo por sua performance completamente descaracterizada, desconstruída e visceral no thriller de crime Destroyer. Kidman tem quatro indicações no currículo e uma vitória por As Horas (2002). Sua última indicação ocorreu ano passado na categoria coadjuvante por Lion – Uma Jornada para Casa. Este ano, a atriz pode voltar aos holofotes no papel de uma policial infiltrada numa gangue. O longa, porém, é considerado pouco atrativo para os votantes da academia, devido a sua carga extremamente pesada.

Keira Knightley

Outra jovem britânica que pode voltar às boas com a Academia e ainda não é dona do careca dourado. Keira Knightley chama atenção quando protagoniza filmes de época – é só ver seu histórico de indicações por Orgulho e Preconceito (2005) e O Jogo da Imitação (2014). Agora, os críticos já começaram a enaltecer Colette, novo drama biográfico baseado na vida da famosa escritora francesa – e, é claro, a atuação de Knightley. Novamente pegando o gancho muito necessário e atual do feminismo, o filme apresenta a protagonista lutando contra as amarras sociais e os costumes da época.

Outras Possibilidades:

Natalie Portman – Vox Lux
Carey Mulligan – Wildlife
Michelle Pfeiffer – Where is Kyra?
Toni Collette – Hereditário
Julianne Moore – Gloria Bell
Chloe Grace Moretz – The Miseducation of Cameron Post
Claire Foy – Millenium: A Garota na Teia de Aranha
Kiki Layne – If Beale Street Could Talk
Amandla Stenberg – O Ódio que Você Semeia
Thomasin McKenzie – Leave No Trace
Emily Blunt – Um Lugar Silenciosos
Sandra Bullock – Bird Box
Penélope Cruz – Todos Lo Saben
Rosamund Pike – A Private War
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