‘Pokémon: Detetive Pikachu‘ chega às telas de cinema no dia 9 de maio de 2019. Até alguns dias atrás, a produção do filme era praticamente ignorada, não recebendo atenção dos fãs, ainda mais considerando a má reputação de filmes baseados em jogos, somado ao fato da história não seguir o enredo do popular anime de Pokémon, sucesso há cerca de 20 anos.
Porém, tudo mudou após o trailer ser lançado. Com um tom divertido e sarcástico, Detetive Pikachu conquistou o coração do público e criou uma expectativa para o seu lançamento. Se antes ninguém se importava, agora o filme tem todos os holofotes sobre ele.
O filme é baseado no jogo homônimo do Nintendo 3DS em 2016. Por isso, se difere bastante dos personagens e do ambiente da versão de Pokémon mais conhecida.
Olhando apenas no papel, a produção tem ou teria absolutamente tudo para dar errado. Só o fato de ser baseada em games já é motivo de desconfiança, levando em consideração outros filmes que seguiram esse exemplo e foram um fracasso. Além disso, ser em live action e baseado, com um Pikachu falante e que não segue o enredo do anime de Pokémon clássico, no qual era protagonizado por Ash, Misty e Brock.
Na prática, ao menos julgando pelo trailer, nos foi mostrado que, sim, é possível fazer algo bom com esse material, nesse contexto. De cara, vemos o primeiro grande acerto, que é ter a voz de Ryan Reynolds no querido protagonista amarelo elétrico, que se encaixa perfeitamente com um tom mais sarcástico e até mesmo adulto. Isso é muito importante porque Pokémon não tem como público-alvo apenas crianças. Sucesso desde o início dos anos 2000, os adultos até hoje guardam com grande carinho as memórias do jogo e do anime e muitos seguem acompanhando os lançamentos da franquia, como por exemplo o Pokémon Go, uma febre recente. Desta forma, é possível atingir a vários nichos, sem determinar faixa etária.
Já que o jogo que deu origem ao filme é totalmente desconhecido para a imensa maioria dos possíveis espectadores, que só têm conhecimento sobre a animação antiga, algumas dúvidas ficaram no ar, como:
Cadê o Ash?
O Ash não faz parte do jogo que deu origem ao famoso anime Pokemon, tampouco de Detetive Pikachu. Por isso não o vemos no trailer. Simplesmente porque ele não faz parte desta história.
E o Pikachu? Ele não fala, isso tá errado! A voz certa dele é aquela fininha falando Pika Pika!
Antes de tudo, já vimos que, sim, alguns pokémons têm capacidade de falar. E ainda que não, o que o filme demonstra é claro: As pessoas, à exceção de Tim, NÃO compreendem o que ele diz. Na prática, a voz dele continua sendo aquela clássica que todos conhecem. Apenas Tim entende o que ele fala e escuta aquele outro modo de falar.
No trailer, vimos muitos dos pokémons que fazem parte da primeira geração, os 151 originais. Mesmo não sendo baseado na obra clássica, vimos muitos elementos dela, como por exemplo a aparição de Jigglypuff na cafeteria após cantar e, consequentemente, colocar todos para dormir. Isso sem falar de Psyduck, companheiro de Misty de grande importância no anime e que aparentemente também terá papel de destaque no filme.
Isso não quer dizer que haja referências apenas aos fãs antigos. Também é possível assistir a presença de pokémons de gerações recentes como o Greninja, que foi certamente o personagem de maior sucesso do grupo de Ash dos últimos anos.
O filme será live action e mostrará humanos e pokémons convivendo. É muito interessante ver um ambiente rodeado destes bichinhos e para que a produção funcione é de extrema importância é que visualmente eles funcionem, sem parecer nem muito realista nem muito cartoon. E é o que acontece. Palmas para a direção de arte, pois o trabalho está ótimo. Os pokémons mantiveram suas características, parecidos com os jogos e com o desenho e mesmo assim têm um tom realístico.
Com a direção de Rob Letterman, ‘Pokémon: Detetive Pikachu‘ tem uma grande oportunidade de abrir as portas para produção do gênero e enterrar a péssima impressão que os filmes baseados em games deixaram. É possível que este filme acabe sendo ruim, mas ao menos até aqui, as expectativas são altas. O tom descontraído e despretensioso está na medida perfeita e agrada mesmo sem necessariamente precisar seguir exatamente tudo que a série clássica reproduziu.