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Há exatos cinco anos, Katy Perry fazia seu retorno ao mundo da música com ‘Witness’, seu 4º álbum de estúdio (ou quinto, se considerarmos sua sutil estreia oficial sob o nome de Katy Hudson).
A produção, contando com a produção de nomes como Max Martin e Shellback, trouxe, em suas músicas, temas como empoderamento e feminismo, apresentando um novo lado de Perry ao mundo que, à época, não foi compreendido como deveria – e que merece mais reconhecimento do que teve. É claro que o disco debutou em primeiro lugar na Billboard 200 e rendeu alguns hits para a cantora e compositora, mas teve recepção mista por parte dos especialistas internacionais, que criticaram a estrutura da obra, apesar de elogiarem o aspecto mais pessoal das composições.
De qualquer forma, é sempre interessante viajar através da discografia de Perry (que, sem sombra de dúvida, tornou-se um ícone da música pop desde que despontou em meados dos anos 2000). Para celebrar o quinto aniversário de ‘Witness’, preparamos uma breve matéria especial elencando as cinco melhores canções do álbum.
Confira abaixo as nossas escolhas e conte para nós qual a sua faixa favorita:
5. “TSUNAMI”
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‘Witness’ definitivamente não se assemelha às produções anteriores que Perry lançou durante sua carreira – afinal, conhecemos a predileção da cantora e compositora por construções dançantes e prontas para serem ouvidas ao redor do mundo. Aqui, ela parece dar um passo para trás e apostar nos conceitos de sinestesia e sensorialidade, como vemos em “Tsunami”. A simples produção é bem demarcada pelos impactantes sintetizadores e pelo retorno nostálgico feito às rudimentares expressões da música eletrônica dos anos 1980.
4. “DÉJÀ VU”
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“Déjà Vu” mergulha de cabeça no club-house e nos conquista por sua narcótica ambiência dark, guiada pelas notas iniciais de um piano que é infundido com sintetizadores e um refrão marcado por incursões robóticas e bastante contemporâneas – algo que seria emulado alguns anos mais tarde por outros artistas. Ainda que as rimas não sejam as mais originais, a narrativa sobre um relacionamento deparado com um beco sem saída é mesclado com uma performance bastante cautelosa da artista.
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3. “SWISH SWISH”
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O terceiro single do álbum é um convite para as pistas de dança e nos conquista por sua atmosfera inebriante, movida pelo melhor do EDM e de pinceladas do hip hop que aparecem através da colaboração de Nicki Minaj. “Swish Swish” drenas vocais sensuais de Perry e interpola samples da clássica “I Get Depp”, de Roland Clark, transformando o que poderia ser uma obviedade mercadológica em um saboroso deep-house.
2. “CHAINED TO THE RHYTHM”
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“Chained to the Rhythm”, lead single de ‘Witness’, é um implacável híbrido disco-dancehall que puxa elementos até mesmo do noventista house-pop, guiada por letras ácidas de descontentamento com o governo de Donald Trump (à época, recém-elegido como presidente dos Estados Unidos e principal motivo por ter transformado a performer em uma “inimiga” nacional). A ilusória sensação de liberdade, que insurgiria como temas de outras faixas adjacentes, é o mote com o qual Katy trabalha com tanta paixão.
1. “ROULETTE”
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Apesar de criticado à época de seu lançamento, o álbum continua a ser constantemente revisitado por sua produção diferenciada e pelas ousadias que Perry adotou para mudar sua identidade. A pungente e frenética construção rendeu algumas músicas ótimas que mereciam maior atenção – como “Roulette”, uma futurista rendição e facilmente a melhor iteração do disco. Incorporando elementos do dream-pop e até mesmo do new age, a performer não tem medo de arriscar e, por essa razão, cria mágica com suas incursões inesperadas.