Wynonna Earp | Análise da Segunda Temporada

“-Esta vai para ser mãe solteira.
-Você é uma super-heroína.
-Mesma coisa.” 

Se tem uma coisa que sempre admirei nas produções de Emily Andras (Lost Girl) é o quanto de representatividade a canadense coloca. Sempre haverá personagens diferentes, com os próprios conflitos e camadas suficientes para que fiquem o mais próximo da realidade possível, e também heroínas tão humanas que fazem parecer que qualquer um de nós poderia estar ali no lugar delas.

Na minha primeira crítica de Wynonna Earp (clique no link para ler), em que falo a respeito da primeira temporada, citei o quanto a série é feminista, o quanto a série consegue passar veracidade e o quanto o roteiro é coeso e coerente. Bom, o mesmo vale para a segunda temporada com um adendo: a série conseguiu ficar ainda melhor. Enquanto na primeira parte do grupo ainda está sendo apresentado, ainda estamos conhecendo quem é quem, nesta segunda eles já estão estabilizados e definidos.

Wynonna (Melanie Scrofano) já aceitou o que foi herdado e agora segue a missão de derrotar os retornados e acabar com a maldição dos Earp. Com a ajuda da irmã Waverly Earp (Dominique Provost-Chalkley), Doc Holliday (Tim Rozon), Xavier Dolls (Shamier Anderson), Nicole Haught (Kat Barrell) e agora mais duas adições ao grupo, Jeremy (Varun Saranga) e Rosita (Tamara Duarte), o grupo tem a missão de derrotar as viúvas do Clootie, o demônio que amaldiçoou Wyatt Earp (Ryan Northcott), o qual elas estão tentando trazer de volta para reinar em Purgatório.

Enquanto a jornada da protagonista ganha novos desenvolvimentos e caminhos, Scrofano realiza um trabalho espetacular dando vida a mesma. O crescimento da herdeira, os relacionamentos dela com os outros personagens, o humor ácido e o deboche nato permanecem invictos, contudo, o telespectador irá se deparar com uma Wynonna mais madura, especialmente após ela descobrir sobre a gravidez. É incrível o quanto de evolução se pode ver. Em diversos momentos a atriz brilha, entretanto, é necessário destacar o quão incrível está a canadense na season finale, é impossível não derramar lágrimas e torcer pela mesma.

Os secundários também estão enfrentando as próprias batalhas e problemas ao longo da temporada: Waverly busca compreender melhor quem é e se de fato é uma Earp. Contudo, Andras deixa o público ainda sem saber ao certo quem seria a jovem interpretada por Chalkley, afinal, por que a peacemaker disparou na mão dela? Ou poderia Wynonna controlar a arma somente com as palavras? Fica a dúvida. Ao que tudo indica, ela está associada a Bobo Del Rey (Michael Eklund) que, inclusive, retornou do inferno. Mas qual seria o grau de parentesco? E seria a jovem, de fato, cem por cento humana?

Enquanto isso, a ruiva favorita dos telespectadores, Nicole hot Haught, demonstrou que é muito mais do que uma simples policial ou namorada da mais nova das Earp. A jovem, que pode ser bem divertida quando está bêbada, tem formado uma amizade cada vez maior com a herdeira, quase morreu (e vamos combinar, que décimo episódio espetacular) e mostrou, com apenas uma troca de olhares, saber mais sobre Bulshar do que se antecipava. Estaria a Deputy Haught mais ligada a história de Purgatório do que o público imaginava? Ou os arquivos e o conhecimento fazem parte das pesquisas que a mesma estava realizando? Para quem não sabe ou não lembra, existe um site da polícia de purgatório (sim, o site é real e o link é este aqui: www.purgatorysd.com) em que o login que os fãs possuem acesso é o da personagem de Barrell, lá acompanhamos as investigações de Nicole e durante a segunda temporada a mesma vinha pesquisando sobre um caso ligado a Bulshar. Dê só uma olhada!

Doc e Dolls também estão bem desenvolvidos e é perceptível a evolução dos mesmos, assim como a amizade que surge entre os dois. Inclusive, um dos episódios mais divertidos é o que junta eles com Jeremy, o nerd favorito do público, durante um feitiço que prende os três e os obriga a fazer tudo juntos. Obrigada, Andras, por este momento! Também dos novos personagens e o interesse amoroso de Holliday; Rosita fez com que qualquer um ficasse com raiva por ter se apaixonado por ela. Como assim ameaçar matar a Wynonna depois do parto, moça? Cê tá louca?

As vilãs da temporada também não deixam a desejar e Dani Kind, que interpreta a viúva Mercedes, faz uma atuação que deixa o telespectador amando odiá-la. Será que é pedir muito para ela voltar, Andras, apesar do ranço eterno por ter mordido Nicole? Outro ponto de destaque é o oitavo capítulo em que Juan Carlos (Shaun Johnston), ainda é um mistério o real propósito dele, permite a herdeira que ela faça uma espécie de viagem temporal, porém, está mais para uma visão de como Wyatt foi amaldiçoado e como Bobo foi transformado em um retornado. Um episódio espetacular em que é desconstruído tudo o que se achava saber sobre o vilão da primeira temporada e o quão humano o mesmo é. Existe bom e ruim no universo de Wynonna Earp sim, porém nem tudo é preto e branco, algumas coisas são simplesmente cinza.

Para considerações finais só tenho a dizer que Emily Andras conseguiu se superar, surpreender e orquestrar um roteiro fechado de ponta a ponta. Wynonna Earp não só é uma das séries mais representativas e feministas do ano, como também, umas das mais bem construídas no quesito história, a verdadeira protagonista de todo esse universo baseado nos quadrinhos de Beau Smith. Nos quesitos técnicos a série permanece acertando, os efeitos não são dos melhores devido ao orçamento, porém, eles compensam na narrativa que é, indiscutivelmente, uma das melhores de 2017.

E sobre as coisas que quero saber na terceira temporada: por que a arma disparou com a Waverly? (Já disse, mas não custa repetir) Rosita: viva ou morta? O que a Nicole e o Dolls estão tramando? O que eles sabem? O que a gente não sabe? COMO ASSIM A MÃE DA WYNONNA E DA WAVERLY TÁ VIVA E A WYNONNA SABE E NUNCA CONTOU? Quero explicações para ontem! E outra coisa, Wynonna claramente sabia a respeito de Bulshar, pois mamma Earp a alertou, então, como a mesma sabia de tudo e cadê ela escalada para a terceira temporada? (Todo mundo tá sabendo demais sobre Bulshar, estou me sentindo o corno da história aqui). E só mais uma coisa, senão a lista nunca vai terminar: rola de fazer um episódio em 4DX pros fãs sentirem o cheiro de donuts de baunilha da Nicole Haught?

Bom, Eapers, até a próxima temporada!

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