sexta-feira, abril 19, 2024

Crítica | A Garota Dinamarquesa

Quase igual às Outras

De Pablo Bazarello, enviado especial a Toronto.

Desde que emergiu a primeira foto de Eddie Redmayne travestido em sua personagem de A Garota Dinamarquesa, os cinéfilos fervorosamente apontavam uma nova indicação para o jovem vencedor do Oscar passado (por A Teoria de Tudo). Alguns ainda apontavam que o ator recebeu o prêmio pelo filme errado, de forma precoce. Não deixa de ser um fenômeno o fato de como uma foto pode nos dizer tanto sobre um filme. Uma simples imagem.

Sem preocupação para os mesmos, é seguro dizer que A Garota Dinamarquesa corresponde ao que esperávamos “dela”, e que dificilmente a nova obra do diretor Tom Hooper (que desde que ganhou os holofotes não largou mais o Oscar – com filmes como O Discurso do Rei e Os Miseráveis) não marcará presença na época máxima para a sétima arte.

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A trama relata a história real de Einar Wegener (Redmayne), um renomado pintor, casado, vivendo em Copenhagen na década de 1920 ao lado da esposa Gerda (Alicia Vikander). Einar foi também o primeiro homem a realizar a cirurgia de mudança de sexo, se tornando assim icônico e pioneiro para os transgêneros. Você se pergunta: como um homem bem casado, feliz no casamento e psicologicamente bem estruturado deu este grande pulo para decidir se tornar uma mulher? Bem, assim como em todos os casos deste tipo, é algo vindo de dentro, que já nasce conosco e não pode ser reprimido.

Aqui, a coisa surge de uma brincadeira incentivada (ou criada) pela própria esposa do sujeito, igualmente uma artista. Einar começa a ser o modelo de Gerda, pousando para as pinturas da esposa em roupas femininas. Aos poucos a repressão de Lili Elbe, o alter ego de Einar, é eliminada e a garota dinamarquesa vem à tona.

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A transformação de Redmayne é impressionante, e não me refiro apenas aos figurinos e maquiagem. A composição de personagem do ator demonstra que ele chegou para ficar no time A de Hollywood e sem dúvida merece estar entre os grandes. A versatilidade e entrega do britânico chama atenção, afinal quantos atores podem exibir duas grandes interpretações consecutivas, em filmes de igual status. No ano em que o casamento homossexual foi aprovado em todo o território dos EUA, filmes de tal temática se tornam uma tendência e alguns deverão figurar na próxima edição do Oscar.

Além de A Garota Dinamarquesa, Amor por Direito e Stonewall (os três figurando no Festival de Toronto 2015, embora este último tenha menos chance) também abordam vertentes homossexuais, seja o direito igualitário de pensão, mudança de sexo, ou simplesmente a quebra de tabus através da violência. Carol é outro representante, que falhou em ganhar os holofotes na nova edição do Oscar.

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Apesar de Redmayne ser o centro e alma, ele não é a única coisa de Danish Girl. Alicia Vikander também chega para ficar. A petit “garota sueca” luta contra estereótipos, mostrando que talento não depende apenas das formas físicas. Com sua estrutura mignon (que aparenta ainda estar na puberdade) e não possuindo uma beleza estonteante, Vikander apareceu para o cinema com O Amante da Rainha, indicado ao Oscar de filme estrangeiro. Este, no entanto, é o ano divisor de águas em sua carreira, já que Ex-Machina é enaltecido como um dos melhores filmes de 2015, e O Agente da UNCLE não fez feio. Carisma é o que não falta para a pequena atriz.
A Garota Dinamarquesa é emocionante e humano. Pondera sobre questões muito relevantes atualmente, demonstrando que os tempos mudam, mas os conceitos nem tanto. Como nem tudo é perfeito, nos perguntamos o que a “B” Amber Heard faz aqui. Seria já o poder do maridão Johnny Depp fazendo efeito para a cria?

 

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