sábado , 21 dezembro , 2024

Crítica | A Noite do Jogo – Hilária comédia para maiores com Jason Bateman e Rachel McAdams

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O humor que faz falta

A comédia é o gênero mais subestimado do cinema – ao menos pelos cinéfilos sérios. Este é também o gênero mais difícil para os realizadores. No fim do dia, este tipo de filme resume-se a uma única verdade: ou é engraçado ou não. E A Noite do Jogo, nova produção da Warner que chega este final de semana aos cinemas brasileiros, pode dizer que tem risadas de sobra a serem arrancadas da plateia.

À primeira vista podendo ser tratado como mais uma comédia escrachada e descartável, tudo em A Noite do Jogo surpreende. Como, por exemplo, o roteiro esperto e recheado de tiradas por minuto, que nos desafia a pegar todas, escrito por Mark Perez. Também temos a direção da dupla Jonathan Goldstein e John Francis Daley (roteiristas de Homem-Aranha: De Volta ao Lar), a qual voltaremos a falar em breve.



A história apresenta Max (Jason Bateman) e Annie (Rachel McAdams), dois indivíduos extremamente competitivos, que resolvem jogar no mesmo time ao invés de medir forças. Assim, explode a paixão e anos depois eles estão casados. O estilo de vida da classe média alta norte-americana é um dos personagens, e o casal protagonista tem como hobby a famosa noite do título, na qual uma vez por semana se reúnem com um grupo de amigos para se divertir, comer e beber.

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Ao mesmo tempo em que precisam despistar o vizinho policial sinistro (papel de Jesse Plemons – uma das melhores coisas do longa), com quem não querem mais contato, a chegada do irmão do protagonista, papel de Kyle Chandler, começa a girar a trama por caminhos inusitados. Brooks (Chandler) é um ególatra exibicionista, que adora esfregar na cara do irmão como sua vida é dez vezes melhor. Neste caminho, o sujeito resolve apresentar ao grupo de amigos um novo nível para a noite do jogo. Reunidos em sua mansão, eles precisam decifrar pistas de um sequestro – tudo encenado por uma empresa especializada neste tipo de farsa (quem assistiu ao suspense Vidas em Jogo, com Michael Douglas, dirigido por David Fincher, imagina mais ou menos como funciona).

Para não estragar muito da experiência de vocês leitores, basta dizer que o roteiro leva por lugares inimagináveis, acrescentando muito suspense e tensão ao que deveria ser uma típica noite tranquila nos subúrbios pacatos dos EUA. A Noite do Jogo é um verdadeiro achado e sem dúvida a comédia do ano. Faz rir como há muito não víamos. É histérico e frenético, não pisando no freio em momento algum. Sabe quando nos referimos a filmes de ação que não dão descanso, pois bem, transfira para gargalhadas.

Mais uma vez é preciso dar crédito ao texto de Perez, que não apenas cria uma história atrativa e identificável, personagens cativantes, mas também acrescenta tantos detalhes nas entrelinhas que faz o filme transbordar em referências da cultura pop. O humor acerta na maioria das vezes, e a história ainda guarda espaço para momentos tensos e intrigantes, que nos deixam à beira da poltrona vidrados em seguir aonde tudo vai chegar. A direção é outro chamariz. Daley e Goldstein não apenas demonstram ótimo timing para sacadas e piadas, como também exibem esforço extra ao criarem cenas elaboradas e criativas, como quando os personagens correm pela casa, jogando um acidental “bobinho” com um objeto raro enquanto fogem de seguranças. A cena é projetada para dar a impressão de uma sequência só sem cortes.

Vislumbramos também planos onde os diretores filmam os personagens dentro do carro reagindo ao exterior, ou qualquer outra tomada de ação intencional. A arte por trás da confecção impressiona, justamente por ser o algo mais que nós avaliadores sempre pedimos. Eles entregam. Fora isso, temos desempenhos motivados de todos os atores, que embarcam nessa de forma comprometida, transparecendo estar em uma produção séria e voltada a prêmios. Rachel McAdams há muito não era vista de forma tão leve e divertida – a atriz realmente pode fazer de tudo. Jason Bateman, atuando como produtor também, demonstra toda sua afinação e especialidade para o gênero. E Plemons, como citado, sobressai como o melhor personagem, o vizinho creepy que causa calafrios de risadas nervosas.

A Noite do Jogo acerta em todas as notas, criando uma montanha russa de emoção e humor. O descompromisso que exala em relação a qualquer tema importante, a não ser o puro escapismo, é refrescante nos tempos de hoje, onde vivemos entre os extremos de blockbusters de franquias repetitivas (o que inclui gêneros e subgêneros) ou a exaustão sentimental de produções sociais, psicológicas ou comportamentais. A Noite do Jogo nos lembra o quanto é bom ir ao cinema se divertir, esquecer dos problemas e que estar diante de entretenimento adulto, sem monstros, dinossauros ou super-heróis também pode ser incrivelmente satisfatório.

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A comédia é o gênero mais subestimado do cinema – ao menos pelos cinéfilos sérios. Este é também o gênero mais difícil para os realizadores. No fim do dia, este tipo de filme resume-se a uma única verdade: ou é engraçado ou não. E A Noite do Jogo, nova produção da Warner que chega este final de semana aos cinemas brasileiros, pode dizer que tem risadas de sobra a serem arrancadas da plateia.

À primeira vista podendo ser tratado como mais uma comédia escrachada e descartável, tudo em A Noite do Jogo surpreende. Como, por exemplo, o roteiro esperto e recheado de tiradas por minuto, que nos desafia a pegar todas, escrito por Mark Perez. Também temos a direção da dupla Jonathan Goldstein e John Francis Daley (roteiristas de Homem-Aranha: De Volta ao Lar), a qual voltaremos a falar em breve.

A história apresenta Max (Jason Bateman) e Annie (Rachel McAdams), dois indivíduos extremamente competitivos, que resolvem jogar no mesmo time ao invés de medir forças. Assim, explode a paixão e anos depois eles estão casados. O estilo de vida da classe média alta norte-americana é um dos personagens, e o casal protagonista tem como hobby a famosa noite do título, na qual uma vez por semana se reúnem com um grupo de amigos para se divertir, comer e beber.

Ao mesmo tempo em que precisam despistar o vizinho policial sinistro (papel de Jesse Plemons – uma das melhores coisas do longa), com quem não querem mais contato, a chegada do irmão do protagonista, papel de Kyle Chandler, começa a girar a trama por caminhos inusitados. Brooks (Chandler) é um ególatra exibicionista, que adora esfregar na cara do irmão como sua vida é dez vezes melhor. Neste caminho, o sujeito resolve apresentar ao grupo de amigos um novo nível para a noite do jogo. Reunidos em sua mansão, eles precisam decifrar pistas de um sequestro – tudo encenado por uma empresa especializada neste tipo de farsa (quem assistiu ao suspense Vidas em Jogo, com Michael Douglas, dirigido por David Fincher, imagina mais ou menos como funciona).

Para não estragar muito da experiência de vocês leitores, basta dizer que o roteiro leva por lugares inimagináveis, acrescentando muito suspense e tensão ao que deveria ser uma típica noite tranquila nos subúrbios pacatos dos EUA. A Noite do Jogo é um verdadeiro achado e sem dúvida a comédia do ano. Faz rir como há muito não víamos. É histérico e frenético, não pisando no freio em momento algum. Sabe quando nos referimos a filmes de ação que não dão descanso, pois bem, transfira para gargalhadas.

Mais uma vez é preciso dar crédito ao texto de Perez, que não apenas cria uma história atrativa e identificável, personagens cativantes, mas também acrescenta tantos detalhes nas entrelinhas que faz o filme transbordar em referências da cultura pop. O humor acerta na maioria das vezes, e a história ainda guarda espaço para momentos tensos e intrigantes, que nos deixam à beira da poltrona vidrados em seguir aonde tudo vai chegar. A direção é outro chamariz. Daley e Goldstein não apenas demonstram ótimo timing para sacadas e piadas, como também exibem esforço extra ao criarem cenas elaboradas e criativas, como quando os personagens correm pela casa, jogando um acidental “bobinho” com um objeto raro enquanto fogem de seguranças. A cena é projetada para dar a impressão de uma sequência só sem cortes.

Vislumbramos também planos onde os diretores filmam os personagens dentro do carro reagindo ao exterior, ou qualquer outra tomada de ação intencional. A arte por trás da confecção impressiona, justamente por ser o algo mais que nós avaliadores sempre pedimos. Eles entregam. Fora isso, temos desempenhos motivados de todos os atores, que embarcam nessa de forma comprometida, transparecendo estar em uma produção séria e voltada a prêmios. Rachel McAdams há muito não era vista de forma tão leve e divertida – a atriz realmente pode fazer de tudo. Jason Bateman, atuando como produtor também, demonstra toda sua afinação e especialidade para o gênero. E Plemons, como citado, sobressai como o melhor personagem, o vizinho creepy que causa calafrios de risadas nervosas.

A Noite do Jogo acerta em todas as notas, criando uma montanha russa de emoção e humor. O descompromisso que exala em relação a qualquer tema importante, a não ser o puro escapismo, é refrescante nos tempos de hoje, onde vivemos entre os extremos de blockbusters de franquias repetitivas (o que inclui gêneros e subgêneros) ou a exaustão sentimental de produções sociais, psicológicas ou comportamentais. A Noite do Jogo nos lembra o quanto é bom ir ao cinema se divertir, esquecer dos problemas e que estar diante de entretenimento adulto, sem monstros, dinossauros ou super-heróis também pode ser incrivelmente satisfatório.

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